Elaine Lessa, mulher de Ronnie; Bruno Figueiredo, irmão de Elaine; Márcio Montavano, o Márcio Gordo; e Josinaldo Freitas, o Djaca
Josinaldo Freitas, suspeito de embaraçar as investigações da morte de Marielle Franco e Anderson Gomes ao jogar armas no mar, pediu um salvo conduto à Justiça meses antes de ser preso nesta quinta-feira (3). Outras quatro pessoas também foram detidas na operação.
O material pertencia a Ronnie Lessa, que é apontado como o assassino de Marielle e Anderson. A polícia investiga se a arma usada no atentado também foi descartada.
O pedido de Josinaldo foi negado em agosto pelo Tribunal de Justiça do Rio e incluía uma cópia do mandado de intimação para que, naquela época, ele prestasse depoimento na Divisão de Homicídios.
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'Estão procurando no lugar errado', diz suspeito
A decisão do juiz Aylton Cardoso Vasconcellos diz que Josinaldo pediu "a expedição de salvo conduto, considerando a possibilidade do Delegado de Polícia representar pela sua prisão temporária".
A quebra de sigilo telefônico de Josinaldo corroborou os indícios de que ele sabia que estava se livrando de provas. O pescador que o levou de barco até alto mar diz que ele carregava uma caixa, de onde tirou 6 fuzis.
Além disso, uma mensagem enviada por Josinaldo para um advogado fortaleceu a tese. Na época em que os investigadores buscavam o armamento ele escreveu: "Eles estão procurando no lugar errado".
Foto: Editoria de Arte G1/Roberta Jaworski
Além de Josinaldo Freitas, o Djaca, foram presos nesta quarta:
1. Ronnie Lessa, preso na Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte;
2. Elaine Lessa, mulher de Ronnie, que também é dona do apartamento onde as armas estavam;
3. Márcio Montavano, o Márcio Gordo, teria tirado as caxias de armas de dentro do apartamento de Ronnie e Elaine Lessa;
4. Bruno Figueiredo, irmão de Elaine, suspeito de ajudar Márcio na execução do plano;
Ronnie Lessa é apontado como o executor. Ele já está preso numa penitenciária de segurança máxima e teve um novo mandado de prisão expedido.
A polícia afirma que o descarte do armamento aconteceu dias depois da prisão de Ronnie, em 12 de março, e teria contado com a participação de quatro pessoas, entre elas a mulher e o cunhado do PM reformado.
Em depoimento à Delegacia de Homicídios (DH) da Capital, um pescador contou que um comparsa de Ronnie Lessa contratou seu barco e jogou seis armas no mar perto das Ilhas Tijucas.
Federalização da investigação
Em entrevista coletiva nesta quinta, o delgado Antônio Ricardo Nunes disse que ainda busca os mandantes do crime.
Ele é contra a federalização do caso, como pediu a ex-procuradora geral da República Raquel Dodge, em seu último dia no cargo.
"Essa investigação comprova a capacidade de investigação da Polícia Civil e do Ministério Publico. Qualquer tentativa de retirada da investigação da Polícia Civil e do Ministério Público do Rio de Janeiro será um retrocesso para a investigação".
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Coordenadora do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco/MPRJ), Simone Sibilio fez coro à análise.
"Para que se deslocar competência de um crime de competência Estadual, é necessário que se comprove descaso, inércia e omissão, a gente pode concluir que se trata de um pedido absolutamente desarrazoado, desprovido de fundamento".
G1