24 de Abril de 2024 - Ano 10
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Internacional
16/05/2022

Teoria racista da 'grande substituição' motivou autor do massacre em Buffalo

Foto: Reprodução

Antes confinada a grupos de supremacistas radicais, tese de que raça branca será extinta, passa a ser alardeada por políticos e comentaristas de extrema direita e ganha espaço nos EUA

Na encenação repetitiva de uma tragédia, um atirador abre fogo num supermercado em Buffalo, no estado de Nova York, mata dez pessoas, negras em sua grande maioria. Ele está fortemente armado com fuzil e equipamento militar, tem uma câmera acoplada ao capacete para transmitir o massacre ao vivo e é descrito pelas autoridades como um supremacista branco com motivações racistas.

 

O acusado da vez é Payton S. Gendron, de 18 anos, que planejou minuciosamente sua ação, detalhada num manifesto de 180 páginas postado na internet, em que ele não esconde ter se inspirado em autores de outras carnificinas. O atirador usou táticas utilizadas nos massacres perpetrados por Brenton Tarrat em duas mesquitas na Nova Zelândia, ou por Patrick Wood, num supermercado em El Paso, no Texas, para citar alguns de seus modelos.

 

Gendron se define como um lobo solitário, mas pertence a uma massa de radicais de direita que se reúnem em fóruns clandestinos na internet, ancorados na teoria racista e xenófoba conhecida como “a grande substituição”: pregam a tese de que a raça branca será extinta, substituída por pessoas negras, latinas e muçulmanas.

 

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Concebida pelo filósofo francês Renaud Camus em 2012, essa doutrina conspiratória ultrapassou a fronteira do debate virtual entre nacionalistas brancos e passou a ser difundida por políticos e cultuada por proeminentes apresentadores e comentaristas da mídia conservadora dos EUA.

 

Um deles é o populista Tucker Carlson, que tem o programa de maior audiência da Fox News e destila a ficção como a mais pura realidade. Afirmou, por exemplo, que o presidente Joe Biden incentiva a imigração apenas para mudar a mistura racial do país e obter ganhos políticos.

 

Políticos republicanos abraçam essa ideologia racista, com frases assertivas ecoadas em plenários de legislativos, como “estamos sendo invadidos por imigrantes ilegais”, conforme alardeou a senadora Wendy Rogers, do Arizona. Um entre três americanos corrobora a tese da substituição, constatou uma pesquisa divulgada recentemente pela Associated Press, num claro indício de que ela não está mais confinada aos grupos extremistas.

 

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Junte esta retórica violenta à facilidade no acesso às armas, e a mistura se materializa em fuzilamentos em massa. Esta combinação letal, como resumiu a governadora de Nova York, Kathy Hochul, precisa ser combatida e regulada por leis que controlem a venda de armas e o compartilhamento online de informações de ódio. Até agora, no entanto, as duas batalhas se mostram inglórias, e o radicalismo ganha terreno.

 

Fonte: G1

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