18 de Abril de 2024 - Ano 10
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20/02/2020

Tiros em Cid Gomes ilustram tensão crescente entre PM e governo do Ceará

Foto: Divulgação

Senador foi baleado ao avançar com retroescavadeira contra amotinados; atos dos grevistas, que pedem reajuste maior, foram considerados ilegais pela Justiça

O dramático episódio envolvendo o senador Cid Gomes (PDT-CE), baleado na quarta-feira 19 ao avançar com uma retroescavadeira contra o portão de um quartel tomado por policiais amotinados, é o capítulo mais violento de uma escalada de tensão entre a Polícia Militar e o governo do estado do Ceará nos últimos meses.

 

A tentativa de invasão do quartel aconteceu ao fim de uma carreata de Cid por Sobral, reduto do clã Ferreira Gomes e cidade particularmente afetada pelo motim dos policiais.

 

O senador levou dois tiros – um na clavícula e outro no pulmão. O último boletim médico, divulgado pelo Hospital do Coração na manhã desta quinta-feira, afirma que Gomes recebeu alta da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e que seu estado de saúde é estável.

 

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Após o episódio, o ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro autorizou o envio da Força Nacional de Segurança Pública “para colaborar com as forças de segurança estaduais na garantia da lei e da ordem”.

 

A paralisação da categoria remonta a dezembro do ano passado, quando policias e bombeiros militares ocuparam as galerias da Assembleia Legislativa do Ceará reivindicando um reajuste salarial.

 

“Se não melhorar, a polícia vai parar”, gritavam os manifestantes. O governador Camilo Santana (PT) prometeu, então, enviar uma proposta de reestruturação de carreira, anunciada no fim de janeiro deste ano.

 

De acordo com a proposta do governo, o salário policiais militares e civis, bombeiros e peritos forenses seria aumentado, progressivamente, até 2022, de 3,2 mil reais para 4,2 mil reais.

 

Diante da insatisfação da categoria, o Executivo estadual aumentou a proposta para 4,5 mil reais, mantendo os reajustes progressivos até 2022.

 

No dia 13 de fevereiro, o governo anunciou o acordo com os militares, mas um grupo ligado a uma associação da categoria se manteve insatisfeito.

 

Com a iminência de uma greve, o Ministério Público do Ceará pediu à Justiça que decretasse a ilegalidade dos motins policiais, sob pena de aplicação de multas às associações que apoiassem o movimento.

 

Apesar da decisão judicial, a paralisação foi iniciada na terça-feira 18. Os atos, que vão desde o esvaziamento de pneus de viaturas até a retirada de circulação de veículos oficiais, são classificados pela Secretária de Segurança Pública do estado como “vandalismo” e “motim”.

 

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Na quarta-feira, antes de Cid Gomes ser baleado, homens encapuzados em carros da Polícia Militar ordenaram que comerciantes do centro de Sobral baixassem as portas – algumas lojas só voltaram a abrir com a intervenção da Polícia Civil e da Guarda Municipal.

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