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Internacional
24/09/2020

Trump é vaiado em velório de juíza da Suprema Corte

Foto: Reprodução

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, compareceu ao velório da juíza Ruth Bader Ginsburg na manhã desta quinta-feira, permanecendo em silêncio ao lado do caixão no alto da escadaria do prédio da Suprema Corte, após receber vaias e aplausos de manifestantes, conta o New York Times.

 

De máscara, algo incomum ao presidente, e de gravata azul, em vez da tradicional vermelha (cor do Partido Republicano), Trump parou diante do caixão, fechando os olhos por vezes. Mas o silêncio foi quebrado por vaias e gritos de manifestantes.

 

"Honre o desejo dela", gritaram alguns, se referindo ao pedido da juíza progressista para que seu substituto não fosse confirmado "até um novo presidente tomar posse". Trump, no entanto, já anunciou que deve anunciar sua indicação neste sábado.

 

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Outros aplaudiram e gritaram "Vote nele!". Não ficou claro, porém, se Trump e sua mulher, Melania, que se juntou a ele no velório, podiam ouvir o barulho, que era claramente audível na televisão. Eles ficaram por menos de dois minutos no local, retornando para a Casa Branca.

 

Também estavam com eles o chefe de gabinete do governo, Mark Meadows, e o conselheiro de Segurança Nacional, Robert C. O’Brien. Ambos usavam máscaras e baixaram a cabeça com os olhos fechados em sinal de respeito diante do caixão de Ruth Bader Ginsburg, cujo corpo está sendo velado no prédio da Suprema Corte desde ontem.

 

Na quarta-feira, Trump disse acreditar que a eleição de 2020 terminará na Suprema Corte e, por isso, seria importante ter o quadro completo de nove magistrados, de modo a não haver risco de um empate caso o máximo tribunal do país seja obrigado a decidir o destino da votação.

 

Em um evento na Casa Branca, ele voltou a lançar dúvidas sobre a integridade do processo eleitoral, dizendo sem apresentar provas que a ampliação do voto pelo correio por causa da pandemia da Covid-19 levaria à fraude. Trump também se recusou a confirmar se está comprometido com uma transição pacífica de poder caso seja derrotado:

 

— Vamos ter que ver o que vai acontecer — disse.

 

A hipótese de que a Suprema Corte defina o resultado da eleição pode se concretizar se o resultado da votação em algum dos estados do país não for reconhecido por um dos partidos, como aconteceu em 2000, quando o republicano George W. Bush garantiu sua vitória no Colégio Eleitoral sobre o democrata Al Gore graças à decisão da Suprema Corte de suspender a recontagem na Flórida.

 

Reação republicana


Mas a declaração de Trump gerou a reação de alguns colegas de partido nesta quinta, incluindo o líder da maioria no Senado, Mitch McConnell, que expressou amplo apoio a uma transferência pacífica do poder. Eles, no entanto, evitaram cuidadosamente qualquer crítica direta ao presidente.

 

“O vencedor da eleição de 3 de novembro tomará posse em 20 de janeiro”, escreveu McConnell no Twitter. “Haverá uma transição ordenada, assim como ocorre a cada quatro anos desde 1792.”

 

Os membros do partido trataram o comentário de Trump menos como uma ameaça a um princípio democrático fundamental do que como apenas mais uma provocação do ciclo de notícias que esperavam evitar — e mesmo os críticos que surgiram tiveram o cuidado de não chamar o presidente pelo nome.

 

O senador Mitt Romney, de Utah, que esta semana declarou seu apoio à decisão de Trump de acelerar a escolha de um novo candidato para a Suprema Corte, foi o primeiro a criticá-lo, como sempre fez após comentários inflamados do presidente.

 

“Fundamental para a democracia é a transição pacífica de poder; sem isso, existe a Bielorrússia. Qualquer sugestão de que um presidente pode não respeitar essa garantia constitucional é impensável e inaceitável”, escreveu Romney no Twitter na noite de quarta-feira.

 

A deputada Liz Cheney, de Wyoming e a terceira republicana da Câmara, adotou uma linha semelhante, tuitando: “A transferência pacífica de poder está consagrada em nossa Constituição e é fundamental para a sobrevivência de nossa República. Os líderes dos EUA fazem um juramento à Constituição. Manteremos esse juramento.”

 

Houve pouca menção aos comentários de Trump na rede de televisão favorita do presidente, a Fox News, na quarta-feira, com os apresentadores Tucker Carlson, Sean Hannity e Laura Ingraham se concentrando em outros tópicos.

 

O oponente de Trump, Joe Biden, por sua vez, parecia refletir sobre a ambivalência dos democratas em responder ao que muitos consideram outra tentativa do presidente de desviar a atenção de seu fracasso na contenção do coronavírus, que já deixou 200 mil mortos nos EUA.

 

— Em que país estamos? — disse Biden aos repórteres quando questionado sobre os comentários do presidente na noite de quarta-feira. — Estou sendo jocoso. Olha, ele diz as coisas mais irracionais. Eu não sei o que dizer.

 

 

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Ginsburg, de 87 anos, morreu na sexta-feira, de câncer no pâncreas. Indicada pelo presidente democrata Bill Clinton há 27 anos, foi a segunda mulher a ocupar uma cadeira no mais alto tribunal americano, se notabilizou pelos votos favoráveis a causas como a igualdade de gênero. 

 

O Globo

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