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27/11/2020

Werdum relembra soco acidental de Tyson em filme: 'Não quero fazer sparring. Prefiro a amizade'

Foto: Arquivo pessoal

Fabricio Werdum e Mike Tyson são amigos há alguns anos

 Em 2016, Fabricio Werdum ficou frente a frente, pela primeira vez, com a lenda do boxe Mike Tyson. O episódio aconteceu em Las Vegas, e foi documentado pelo Combate.com. Na época, “Vai Cavalo" havia sido escalado para contracenar com o pugilista no filme "Kickboxer Retaliation”.

 

A produção não chegou a ser um grande sucesso de bilheteria, mas vai ficar marcada pra sempre na vida do brasileiro. Foi nos bastidores do filme que Werdum iniciou a amizade com Tyson, constantemente documentada em suas redes sociais. Também foi durante as filmagens que o ex-campeão do UFC sentiu o poder das mãos de Tyson, de forma acidental.

 

- Ele me deu um soco na pélvis uma vez. A gente estava na cadeia no filme e fizemos uma cena, e como a gente não tem a distância, não sou ator e ele também não, a gente ficou muito próximo, então ele me deu um soco na pélvis. Deus me livre, você não tem noção! Imagina se pega no "hey" (risos)? Ainda bem que foi na pélvis (risos). Eu sempre fui fã do Mike Tyson, e o mais engraçado é que as pessoas perguntam: "E aí Werdum, já fez um sparringzinho com ele?" Eu hein, nem me viu! Nem quero fazer (risos). Quando vi ele fazendo manopla, tive certeza que iria me machucar. Vou ter dar um "double leg" nele, ir lá no calcanhar e vou perder a amizade, porque se começar a me bater, eu vou ter que chamar na chave de braço (risos). Não quero fazer sparring com ele, não. Prefiro a amizade mesmo (risos).

 

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O Combate vai transmitir ao vivo no dia 28 de novembro a volta de Mike Tyson aos ringues, em Los Angeles, nos Estados Unidos. Os assinantes do canal vão acompanhar a luta contra o americano Roy Jones Jr., que terá oito rounds. A transmissão do evento de Los Angeles, que tem outras seis lutas previstas, começa às 21h30. A TV Globo também vai exibir a luta na madrugada de sábado para domingo após o Supercine.

 

Fabricio Werdum e Mike Tyson ensaiam durante a gravação de um filme — Foto: Divulgação

Foto: Divulgação

 

Mike Tyson volta aos ringues no sábado, aos 54 anos, para uma luta-exibição contra o também lendário Roy Jones Jr. - depois de perder 42 kg desde março e de ter redescoberto o amor pelos treinos. Boa parte da motivação do pugilista para voltar a treinar veio de Rafael Cordeiro, treinador de Werdum. Ele e Tyson se conheceram nos bastidores da filmagem de um comercial. Tyson convidou Cordeiro para um treino - e desde então eles nunca mais se separaram. A amizade do treinador com a lenda do boxe é vista por Werdum com orgulho, mas ele confessa que sente um pouco de ciúme.

 

Mike Tyson escolheu o brasileiro Rafael Cordeiro como o seu treinador — Foto: Reprodução/Instagram

Foto: Reprodução / Instagram

 

- Hoje eu já me acostumei, mas o tempo todo você fica impressionado com o Tyson. Imagina, você fica a vida inteira vendo o cara na televisão, vendo ele lutar, e agora a gente tem uma amizade. O meu mestre, Rafael Cordeiro, está junto dele o tempo todo, porque ele só quer estar junto do mestre. Rolou um ciúme. O Wanderlei (Silva) está todo enciumado, está mais que eu, mas é aquele negócio, né? De amizade, "tamo junto", mas o mestre dá atenção pra todo mundo. Ele sabe distribuir a amizade dele pra todo mundo.

 

Werdum ainda relembrou outros momentos vividos com Tyson - como a gravação de uma "pegadinha" no escritório do pugilista, em Los Angeles, quando ele levou um “soco" do lutador por entrar de bicicleta no local. O ex-campeão do UFC também contou como se impressionou ao acompanhar de perto a preparação de Tyson nos últimos meses.

 

Expectativa pra volta de Mike Tyson e a luta contra Roy Jones Jr.

 

A expectativa é das melhores. Eu falei com o mestre ontem mesmo. Ele falou que é impressionante como o Mike Tyson está. Ele fica impressionado, já treinou muitos campeões, e a gente sabe, o mestre Rafael Cordeiro treinou todos os melhores do mundo, ele falou que realmente o Mike Tyson é diferenciado. Eu posso te dizer, e chego até a me arrepiar, porque quando eu estava lá com ele, eu levei o comediante Marco Luque pra conhecer, e o Marco Luque me falou uma coisa muito interessante. Ele falou: "Werdum, quando o Mike Tyson se mexe, o ambiente se mexe com ele", e realmente é verdade. O cara tá caminhando, e não são só as pessoas, é o ambiente inteiro, o pavilhão, a casa, onde for, tudo fica mexendo junto com ele. É uma viagem. O cara é diferenciado. Eu sou amigo do Mike Tyson, realmente tenho uma amizade, fiz um filme com ele, já fui viajar com ele pra uma exposição de quadros que fizeram pra ele, num jato privado. Foi muito legal. Mas a gente fica meio assim, porque é o Mike Tyson. Então eu acredito muito numa vitória dele, num nocautão. Vai ser uma luta muito vista, vai quebrar os recordes de pay-per-view, porque é o Mike Tyson. Do outro lado tem o Roy Jones Jr., que é também muito conhecido, muito rápido, mas eu acredito que o Mike Tyson vai lutar mais, porque o mestre falou que ele está muito motivado, sempre treinando muito, buscando mais conhecimento.

 

Escolha de Rafael Cordeiro como treinador

 

Ele escolheu o mestre, isso que eu acho muito legal. Ele pode escolher o treinador que ele quiser, se ele falar fulano de tal, o cara vem correndo. Imagina, vou treinar o Mike Tyson. Mas ele escolheu o mestre, porque o mestre foi fazer um teste com ele uma vez, ele adorou o jeito que o mestre passou a manopla pra ele, o jeito que ele conversou com o mestre, e quer o mestre pra tudo agora. Vamos assistir o UFC? Ele liga pro mestre. Vem tomar um café comigo? O mestre vai lá. E o mestre tá adorando essa ideia, realmente para qualquer treinador deve ser o ápice da carreira.

 

Como conheceu o Mike Tyson

 

A primeira vez que o conheci acho que foi no filme. Eu fui convidado pra fazer o filme "Kickboxing Retaliation". Acho que foi esse dia mesmo, em Las Vegas. E aí teve a gravação do filme na Tailândia. Fomos juntos para lá, e agora eu tive uma amizade mais com ele porque a empresa, a Tyson Ranch, é do lado da minha casa em Los Angeles. É do lado do aeroporto, em El Segundo, né? E eu morava ali em Redondo Beach, que é muito perto, e ia de bicicleta. Até fiz uma brincadeira. Fui pedalando lá pra visitar ele e fiquei pensando, viajando na ida: "Vou fazer alguma coisa com o Mike Tyson, uma brincadeira, e vou postar”. Cheguei lá, tava o Mike Tyson vendo um filmezinho - ele gosta de ver filmes de animais. Ele tava sentadinho no escritório e falou: "E aí Werdum, tudo bem?" Eu falei: "Vamos fazer uma brincadeira?" E ele: "Não, não..." Eu falei: "Vamos fazer, vai ser legal." E ele: "Tá, o que eu tenho que fazer?" Eu disse: "Vou chegar de bicicleta, filmando. Imagina eu chegando de bicicleta dentro do escritório? Ninguém vai falar nada porque eu estou de bicicleta aqui dentro.". E aí mandei um “E aí, Mike?” Quando entrei ele me deu um soco, boom. Ficou perfeito, porque a gente fez só uma vez. Até a câmera ficou embaçada.

 


Mike Tyson fora dos ringues

 

Ele é um cara bem tranquilo, quieto. Eu vejo que ele observa muito as pessoas. Ele sabe tudo o que está acontecendo em volta da empresa, porque tem muitas visitas, né? Todo mundo quer chegar lá, o acesso não é pra todo mundo. Mas a empresa funciona muito bem, tem muitas pessoas. E ele está sempre no escritório, fizeram um podcast pra ele, muito legal. Eu já cheguei a participar também. E é um cara que observa tudo. A gente fica também olhando pra ele pra ver o que ele tá fazendo, e ele tá sentado, mas tá vendo tudo. Quem chega, se chega alguém que ele não conhece, se chega um cara gravando ele já manda tirar. É um cara bem observador. Mas quando você senta pra conversar com ele é bom demais, porque ele é um cara tranquilo, gosta de contar história também, não gosta de que "puxem o saco dele”, que fiquem falando que ele é o cara, que é não sei o que. Já fiquei sabendo que teve lutador que fez isso e ele não gostou. Ele gosta do mais tranquilo. Eu nunca falei nada assim. Depois da minha luta com o Gustafsson, fui lá visitar, e ele me abraçou, beijou minha mão. Ele tava feliz “Vi tua luta. Bom demais, lutou demais”. Motivado, sabe? E tava se arrumando pra treinar.

 

Preparação do Tyson pra essa volta aos ringues

 

Ver o treino do Mike Tyson é coisa de outro mundo. Você fica impressionado porque com 54 anos bater daquele jeito, eu não consigo. Eu acho que poucos lutadores de MMA conseguem fazer o que o Mike Tyson faz com 54 anos. Pode estar com 20 e poucos anos, pode ser mais rápido, mas é diferente. Tu não acredita, sabe? O legado que os dois deixam com essa luta eu acho que é a determinação, de voltarem depois de muitos anos. Acho que foram 15 anos que ele ficou parado, e voltar a treinar do jeito que está treinando. Eu não posso falar do Roy Jones Jr., porque não vejo ele treinar, mas o Mike Tyson, sim, eu posso falar, porque eu vejo ele treinar. É impressionante a dedicação. O cara treina de duas a três vezes por dia. Sai na madrugada pra correr e todo mundo sai correndo atrás dele. Adora fazer um treino físico, faz musculação, faz o aquecimento. Uma coisa que foi legal foi que o mestre foi pra minha luta em Abu Dhabi, ficou duas semanas longe, mas armou tudo pra ele poder treinar com outra pessoa, e ele não quis. Fazer manopla é só com o mestre, não tem outra pessoa. Ele não faz. Na hora de tirar as luvas do Mike Tyson, só o mestre pode tirar a luva dele. Sempre tem aquele amigo puxa-saco, né? Mas só o mestre pode tirar a luva dele. Fazer a mão dele, bater manopla e tirar a luva é só o mestre. É impressionante. Eu fico impressionado ao mesmo tempo, mas eu sei que o mestre conquista o cara. Ele conquista a pessoa, então por isso que eu acho normal por um lado, mas irado por outro, porque o Mike Tyson quer treinar com ele, e acabou (risos)! Isso é muito legal.

 

Amizade com o pugilista

 

Mike Tyson Fabricio Werdum avião particular — Foto: Reprodução / Instagram

Foto: Reprodução / Instagram

 

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Eu gosto, porque quando eu chego lá e tenho uma luta, ele sabe que eu vou lutar, e sempre me dá um conselho. Essa última vez que eu fui lá ele falou: "Continua treinando Werdum, não para de treinar". E, depois da vitória, me deu os parabéns e falou: "Continua treinando, porque eu tenho certeza que você tem muita carreira pela frente". Só pelo Mike Tyson te dar um conselho é bom demais. Tu vê que é do coração, não é por falar. Ele não tem que fazer média comigo, não precisa. Ele fala porque está a fim.

 

Fonte: Globo Esporte

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