Em reunião extraordinária, Pleno do TRT aprovou abertura de contêineres com materiais para que a empresa volte a produzir e pague suas dívidas
Os trabalhadores e ex-trabalhadores da H-Buster da Amazônia começarão a receber seus salários e indenizações atrasados em breve.
O Pleno do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) decidiu que a empresa pode abrir imediatamente 192 contêineres com materiais importados e já em “Canal Verde” da Receita Federal, reativando suas linhas de produção.
A decisão foi tomada na manhã desta sexta-feira, 31, em reunião extraordinária, com placar de 7 votos a 1. E provocou uma explosão de alegria em frente ao Fórum do TRT na Praça 14, onde centenas de pessoas aguardavam tensas o desfecho do julgamento.
“Essa é uma vitória dos trabalhadores, com certeza, mas acima de tudo é uma vitória do bom senso, da coerência e da justiça social, porque não existe nenhum argumento lógico que justifique impedir uma empresa de funcionar para gerar empregos e renda, de produzir riqueza e pagar seus débitos, como é o caso da H-Buster, que já foi uma das 10 maiores fábricas do Polo Industrial de Manaus (PIM)”, defendeu Vicente Filizola, presidente da Força Sindical no Amazonas.
Trabalhadores da H-Buster comemoraram
a decisão do TRT (Foto: Osmir Medeiros)
Para a H-Buster, que pediu recuperação judicial em março de 2013, abrir ou não esses contêineres significava manter-se aberta ou falir, como definiu o diretor executivo Gilberto Ho: “Essa decisão, da Justiça do Trabalho, permitirá que voltemos a produzir, mantendo os 400 trabalhadores ainda empregados em Manaus e contratando ou recontratando mais algumas centenas em curto tempo. Além disso, cria a condição para que a assembléia de credores aprove nosso plano de recuperação judicial. Caso a decisão tivesse sido negativa, nosso único caminho seria a falência”, desabafou o industrial.
Parcerias
Na opinião de Romeu Libório, almoxarife passou a representar a comissão de trabalhadores e ex-trabalhadores da H-Buster na luta pela abertura dos contêineres como saída para o pagamento dos salários e indenizações, todo esse processo confirmou a importância dos sindicatos da organização das categorias profissionais:
“Não víamos saída para nosso problema, até que os companheiros Carlos Lacerda e Vicente Filizola assumiram nossa causa e mostraram que nós, trabalhadores, deveríamos ir à luta, negociar com a empresa, buscar apoio da sociedade e da própria Justiça do Trabalho. Com isso despertamos e, de dezembro para cá, chegamos a essa vitória maravilhosa, que é a vitória da organização, do compromisso de inúmeras pessoas e instituições com os verdadeiros interesses dos trabalhadores”.
“Mas nada teria sido possível, entretanto, sem a visão social, a sensibilidade e o censo de justiça dos componentes do TRT, especialmente os desembargadores David Alves de Mello Júnior e Maria das Graças Alecrim Marinho, que ouviram os trabalhadores e encaminharam um grande diálogo entre as várias partes envolvidas na questão”, ressaltou Carlos Lacerda.