Ataque de terça-feira no Mercado de Natal deixou três mortos e 13 feridos. Estado Islâmico reivindica ataque, mas não oferece provas
Cherif Chekatt, suspeito do ataque em um mercado de Natal de Estrasburgo, foi morto por policiais nesta quinta-feira a dois quilômetros do local onde assassinara três pessoas e ferira 13.
O homem foi baleado numa troca de tiros na área de Neudorf/Meinau, em Estrasburgo, após uma operação policial que começou por volta das 18h (no horário de Brasília). Horas depois, o Estado Islâmico reivindicou o ataque ao mercado de Natal.
Segundo testemunhas, na terça-feira Cherif foi ao centro histórico da cidade francesa e começou a disparar no meio do mercado de Natal. Ele chegou a trocar tiros com a polícia, mas conseguiu fugir em um táxi com um ferimento no braço. Três de suas vítimas receberam alta nesta quinta-feira, enquanto outras três estão em estado grave.
Segundo a mídia francesa, nesta quinta-feira ele abordou uma mulher numa rua do bairro. Ela notou que ele estava ferido no braço e ligou para a polícia. Uma brigada foi ao local e conseguiu localizá-lo na mesma área onde haviam perdido seu rastro na noite do ataque. A Rádio France Info afirmou que ele estava refugiado em um armazém.
— Ele atirou contra uma equipe de policiais que respondeu aos tiros — informou uma fonte policial sobre a operação.
Nas últimas 48 horas, mais de 700 policiais e militares, apoiados por dois helicópteros, varriam a região, em busca de Chekatt. O suspeito era um cidadão francês, de 29 anos, natural de Estrasburgo e já conhecido pela polícia por roubos e crimes menores. Ele já havia sido condenado 27 vezes pela Justiça e chegou a passar períodos detido na França, na Alemanha e na Suíça. As autoridades acreditam que ele tenha passado por um processo de radicalização religiosa na prisão, movimento que tem sido combatido nas penitenciárias da França, e foi fichado com o rank S (de grande atenção), pelas forças antiterroristas.
Alerta emitido pela polícia em busca de Cherif Chekatt, suspeito
de matar 3 pessoas e ferir 13 em Estrasburgo
De acordo com testemunhas, antes de disparar no mercado Chekatt gritou "Alá é grande" — uma frase muito usada por muçulmanos em geral, mas que extremistas islâmicos têm utilizado durante atentados. O promotor de Paris, Remy Heitz, acredita que o mercado de Natal possa ter sido escolhido por seu simbolismo religioso.
Heitz informou ainda que os pais e os irmãos do suspeito estão sob custódia. Duas de suas irmãs que moram em Paris também foram interrogadas nesta quinta-feira e a casa de uma delas foi revistada.
O ministro do Interior, Christophe Castaner, anunciou que o mercado de Natal será reaberto nesta sexta-feira, com segurança reforçada. Segundo ele, a reabertura foi motivada pelo desejo de "não ceder ao medo".
Mais tarde, o Estado Islâmico afirmou através de sua agência de notícias, a Amaq, Chekatt pertencia ao grupo, mas sem oferecer provas. A organização afirmou que ele era "um soldado e desenvolveu a operação em resposta a pedidos para atacar cidadãos de países da coalizão" que combate o grupo em Iraque e Síria.
O Globo