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10/10/2017

Bebida, ciúmes e doença levaram esposa a registrar agressão, diz ministro do TSE

Foto: Reprodução

Admar Gonzaga afirmou que mulher ficou com olho roxo após escorregar na banheira

O ministro Admar Gonzaga, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), se defendeu das acusações de que agrediu sua mulher, Élida Souza Matos. Segundo ele, a esposa bebeu mais do que devia e tinha descoberto ter uma doença, o que teria agravado a instabilidade emocional dela e levado a uma crise de ciúmes.

 

O ministro também deu a versão do olho roxo da mulher: ela escorregou em Listerine derramado e bateu o rosto na banheira. As explicações estão num documento de três páginas protocolado no Supremo Tribunal Federal (STF).

 

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Em junho deste ano, Élida apresentou um boletim de ocorrência numa delegacia de Brasília alegando ter sido agredida pelo marido. Depois se retratou, mas, em razão da Lei Maria da Penha, o processo teve continuidade. O caso tramita no STF, em razão do cargo ocupado por Admar, o que lhe garante foro privilegiado.

 

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"Sobre os alegados 'fatos subjacentes', passo a afirmar a V.Exa., com o devido respeito e acatamento, que não são fatos, mas a versão expressada por uma pessoa acometida de grave crise de ciúmes, e que havia degustado algumas taças de vinho a mais, sem o acompanhamento de adequada alimentação. Assim como agravante para a desestabilidade emocional, sucedeu-se a descoberta de doença autoimune, denominada esclerodermia, conforme já revelado em petição da própria requerente, muito atormentada pela exposição que estamos sofrendo", escreveu Admar em documento encaminhado ao relator do caso no STF, o ministro Celso de Mello.

 

Em relação ao olho roxo, Admar sustentou: "Tal lesão, pelo que me recordo, foi causada pelo tombo que se sucedeu ao escorregão que sofreu sobre o Listerine, e que a levou a bater com o rosto na banheira, mas jamais em face do alegado empurrão em seu rosto." Ele disse ainda que o empurrão dado em Élida foi em defesa própria. Para corroborar esse argumento, anexou seis fotos do rosto e corpo com marcas de arranhão.

 

"Quanto ao empurrão, cabe dizer que o movimento não foi empregado como meio deliberado de agressão, mas movimentos em minha própria defesa, com o rosto virado em proteção aos meus olhos, ou seja, sem enxergar a minha esposa, que investia com suas unhas contra meu corpo, o que meu causou muitas feridas e me deixaram marcas permanentes; algumas muito próximas ao meu olho direito, o que poderia ter resultado em algo bem mais grave e permanente, conforme comprovam os impressos fotográficos em anexo", argumentou Admar.

 


O ministro Admar Gonzaga, do Tribunal

Superior Eleitoral (Foto: Reprodução)


Em outro ponto, negou a versão de que jogou Listerine na mulher: "Sobre a alegação de lhe ter atirado enxaguante bucal no rosto, isto também não se ajusta com a realidade, já que o líquido verteu na bancada da pia, quando da confusão, e se o mesmo atingiu o corpo da minha esposa, isto pode ter ocorrido como resultado de sua queda e não por minha iniciativa."

 

Admar também disse que não chamou a esposa de prostituta ou escrota, nem ter dito que ela não servia sequer para pano de chão. "De fato, ao ver aquela reação absolutamente descabida, desproporcional e distinta de todas as demais até então — me atacando com as unhas diretamente no rosto —, disse a ela que estava se comportando como uma mulher à toa, mas jamais disse que ela era uma prostituta ou algo semelhante", alegou Admar.


Quanto às declarações de Érica Carla Souza Matos, enteada de Admar, o ministro disse que a reação dela foi exagerada, mas natural, uma vez que viu a mãe nervosa e ferida. Ele negou que sejam verdadeiras as alegações de que não deixara a mulher trabalhar ou estudar. Afirmou, por exemplo, que a ajudou a montar duas lojas de roupas em Brasília, mas que elas foram fechadas por causa da crise. Depois, Élida "não se empenhou a procurar novo trabalho, ante seu desejo de sempre me acompanhar em viagens de trabalho e lazer, algo que sempre muito me agradou".

 

Em relação aos estudos, Admar argumentou que a apoiou para ingressar num curso superior de moda numa faculdade privada de Brasília. E ela "somente não partiu para estudos mais elevados, com receio de não ser aprovada, ante a alegada falta de base nas matérias exigidas, resultado da deficiência de sua educação fundamental no interior da Bahia, em escola pública".

 


O ministro Admar Gonzaga, durante julgamento no TSE

(Foto: Ailton de Freitas / Agência O Globo)


O Globo

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