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30/05/2017

Cabeleireiro, mototaxista e lutador do UFC: a estrada de Deiveson Alcântara

Foto: Zeca Azevedo

Lutador paraense de 29 anos estreia no Ultimate no próximo sábado, contra mexicano Marco Beltrán, e relembra outras profissões até se dedicar ao esporte exclusivamente

No próximo sábado, 3 de junho, mais um lutador brasileiro começa a escrever sua história na maior organização de MMA do mundo.

 

Aos 29 anos, Deiveson Alcântara fará sua primeira luta no UFC, e enfrenta o mexicano Marco Beltrán no Rio de Janeiro, em duelo do peso-mosca.


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O paraense chega ao evento credenciado por um cartel invicto com 11 vitórias, oito delas encerradas ainda no primeiro round. E enquanto Deiveson escreve um novo capítulo da própria história, o Combate.com conta um pouco dos anteriores.


Apelidado de “Deus da Guerra”, Deiveson nasceu na pequena Soure, com uma população estimada em cerca de 25 mil habitantes, a 80 quilômetros da capital paraense Belém.

 

Na Ilha do Marajó, a cidade tem como atração os búfalos que circulam livremente pela cidade, e Deiveson cresceu sabendo bem o que é lidar com eles.

 

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- Sou filho de vaqueiro. Até os meus 13 anos me criei na fazendo com meu pai, trabalhando pesado com animais. Quando saí da fazenda e cheguei a Belém, logo de cara me identifiquei com a capoeira (na escola), que treinei por dois anos.

 

Antes disso, quando estava com 16 anos, conheci o Iuri Marajó. Foi aí que já me identifiquei com o MMA. Pedi a ele que pudesse me treinar e ele logo de cara mandou que passasse na academia dele.


Ainda na adolescência, a capoeira se tornou o esporte principal de Deiveson. O som do berimbau e a turma da escola fizeram o lutador se encaixar. Já sob a tutela de Iuri Marajó, lutador peso-galo do UFC que também estará no card do Rio de Janeiro, o paraense começou a invadir o MMA.


- Quando comecei a entrar no mundo do MMA, o Iuri Marajó já lutava, e logo de início estreei no muai thay, fiz uma luta, mas não me identifiquei muito, e decidi lutar MMA. E estreei em Soure mesmo.

 

A segunda luta foi em Belém. Com uns 20 anos, saí de Soure e fui para Belém.

 


Deiveson Alcântara (Foto: Arquivo Pessoal)


A chegada à capital veio na esteira da ida do irmão, o peso-galo Francisco “Mingau” Nazareno, que já tinha sido levado para Belém por Marajó. Mas o caminho longe de casa começou ao lado de outro lutador paraense do UFC.


- Logo de início comecei a treinar com Michel Trator, e passei três anos com ele. Quando vim de Soure para Belém tinha duas lutas (com Iuri Marajó), e no Michel Trator fiz mais quatro. Fiquei com um Sherdog bem legal e voltei para o Iuri Marajó, e completei o resto do cartel. Agora, estou no UFC para dar show para a galera.


A vida em Belém, porém, não foi feita apenas de treinos e foco no MMA. Para sobreviver, a fonte de renda era outra. Na verdade, outras.


- Já fui pedreiro, já fui cabeleireiro... Passei um ano e oito meses no salão em Belém, cortava cabelo mesmo, e graças a Deus ninguém reclamou (risos) (...). No momento que assinei com o UFC, passei a me dedicar só à luta. Abandonei tudo que me sustentava e agora chegou a minha hora. Sempre esperei por isso, era o meu sonho. No último trabalho estava de moto táxi, agora há pouco tempo. Quando descobri que o UFC tinha me contratado, abandonei tudo. Vou lutar e vou estar focado no cinturão. Quem cair na minha frente, vou lutar e passar por cima - disparou.


A vontade de fazer do MMA o seu meio de vida promete se refletir no octógono. Com apenas uma luta decidida por pontos, o “Deus da Guerra” não aposta que o fato raro possa se repetir no UFC.


- Quando não finalizo, nocauteio. Marco Beltrán vai ter que treinar muito, vou pesado para cima dele. É minha estreia no UFC, e vou chegar e nocautear. Se for para baixo, vou finalizar, e se ficar em cima, vou nocautear. Tenho mão dura e confio na minha mão (...). Tenho dois professores bons de jiu-jítsu, Michel Trator e Iuri Marajó. Confio no meu chão. Por isso que falo que se for para baixo vou finalizar, e se for em cima confio no meu boxe, tenho ótimos professores de boxe. Espero o bônus para essa luta, porque vai ser porrada do início ao fim se não tiver nocaute. Serão três minutos de trovão e relâmpago dentro do cage - prometeu.

 


Deiveson Alcântara tem um cartel de 11 lutas, com 11

vitórias (Foto: Divulgação / Jungle Figth)


Filho de Seu Francisco e Dona Silvana, Deiveson Alcântara acredita que o dia 3 de junho será mesmo um divisor em sua vida.


- Completamente tudo (vai mudar). Sempre trabalhei duro para me manter. Não vivi só do MMA, mas hoje vou viver do MMA. Vou viver para isso, é o meu trabalho, faço isso com amor. Por isso que vou chegar lá e dar o meu melhor (...). Mas não fico com essa ansiedade toda. Sempre falo com meus amigos que a ficha vai cair na hora que estiver entrando lá e ver aquela multidão toda. “Vambora Deus, vem comigo”.


UFC 212

 

Dia 3 de junho, no Rio de Janeiro


Card Principal (a partir de 23h, horário de Brasília):

 

Peso-pena: José Aldo x Max Holloway


Peso-palha: Cláudia Gadelha x Karolina Kowalkiewicz


Peso-médio: Vitor Belfort x Nate Marquardt


Peso-médio: Paulo Borrachinha x Oluwale Bamgbose


Peso-meio-médio: Erick Silva x Yancy Medeiros


Card Preliminar (a partir de 19h30, horário de Brasília):


Peso-galo: Raphael Assunção x Marlon Moraes


Peso-médio: Antônio Cara de Sapato x Eric Spicely

 

Peso-galo: Johnny Eduardo x Mathew Lopez


Peso-galo: Iuri Marajó x Brian Kelleher


Peso-palha: Viviane Sucuri x Jamie Moyle


Peso-meio-médio: Luan Chagas x Jim Wallhead


Peso-galo: Marco Beltrán x Deiveson Alcântara

 

Sportv

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