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07/04/2019

Com discursos de militantes e políticos, ato em Curitiba marca um ano da prisão de Lula

Foto: HEULER ANDREY / AFP / Reprodução

Presidente do PT, Gleisi Hoffmann, leu carta do ex-presidente e Fernando Haddad fez duras críticas a Bolsonaro

Milhares de pessoas acompanharam nesse domingo as homenagens ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no entorno do prédio da Polícia Federal (PF), em Curitiba (PR), onde o petista está preso há exatamente um ano. Um ato, com discursos de militantes e políticos, foi acompanhado pela multidão.

 

O evento finalizou as caravanas organizadas pelo Brasil até o local. Segundo a Polícia Militar, 3,5 mil pessoas participaram dos protestos pela manhã. Já os organizadores estimaram 10 mil manifestantes. Ao menos três quadras no entorno do prédio da PF foram fechadas para os militantes.

 

Atualmente, o ex-presidente está inelegível até 2038 com base na Lei da Ficha Limpa por causa da condenação, em segunda instância, de 12 anos e um mês de prisão pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro no caso do tríplex do Guarujá (SP). O líder petista ainda tem mais uma condenação em primeira instância e responde a outros seis processos.

 

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Nos tribunais, a maior esperança é conseguir uma progressão para o regime domiciliar. Isso aconteceria se o Superior Tribunal de Justiça (STJ) absolvesse o petista do crime de lavagem de dinheiro, o que reduziria a pena.

 

A presidente do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann, leu uma carta do ex-presidente Lula aos presentes. No documento, o político afirmou que está preso injustamente, sem provas, mas que, mesmo assim, foi impedido de ser candidato à Presidência. Citou que o PT vem sofrendo vários revezes, que começaram com o processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff e culminaram na sua prisão. Também considerou desproporcional o aparato policial montado quando ele foi ao velório do neto, Arthur, no mês passado.

 


Manifestação pró-Lula tomou ruas de Curitiba um ano após prisão do petista


– Na despedida do meu neto, o Brasil inteiro foi surpreendido com o imenso e desnecessário aparato repressivo preparado para mim. [...] Tudo para impedir que eu até mesmo acenasse para aquelas pessoas solidárias a dor de um avô. Na mesma hora, compreendi que o medo deles não é do Lula, eles têm medo é dos milhões de Lulas – disse o petista na carta.

 

Em seu discurso, o ex-candidato à Presidência Fernando Haddad (PT) afirmou que se criou uma instabilidade no país desde as eleições de 2014, quando, segundo ele, a oposição não aceitou a quarta derrota nas urnas, o que culminou, depois, na prisão de Lula. Também criticou duramente o atual presidente, Jair Bolsonaro, citando que ele está tendo o pior desempenho no cargo desde a redemocratização.

 

– Temos à frente da Presidência alguém que tem o pior desempenho nos primeiros cem dias de governo. O pior presidente da história depois da redemocratização do país – discursou. – Uma pessoa que deve ter tido contato com os números da Datafolha na véspera, porque disse publicamente porque não tinha nascido para ser presidente. Ele não precisa nos convencer disso, estamos convencidos há muito tempo de que ele não tinha condições sequer de ser deputado, quanto mais presidente. Até colocar talvez um dos piores brasileiros na Presidente da República e o melhor brasileiro aqui, na Polícia Federal. Um diz que não nasceu para coisa, (enquanto) está um homem ali cheio de energia que quer voltar a governar o Brasil.

 

 

O ex-candidato à Presidência Fernando Haddad discursa

em ato contra prisão de Lula (Fotos: Reprodução)



Entre outros políticos e militantes que falaram, estão o governador do Piauí, Wellington Dias, o senador Humberto Costa (PT-PE), o presidente do MST, João Pedro Stédile, e o ex-governador e ex-senador pelo Paraná Roberto Requião (PMDB). A deputada federal Benedita da Silva (PT-RJ) leu uma carta de Dilma em solidariedade a Lula. A organização do evento disse que a ex-presidente não compareceu ao evento por motivos de saúde.

 

Também subiu ao palanque o deputado federal pelo Paraná Zeca Dirceu (PT), que, durante a semana, chamou o ministro da Economia, Paulo Guedes, de “tchuchuca” e “tigrão”, em audiência sobre a reforma da Previdência na Câmara. Ele foi bastante aplaudido pelo público da manifestação. Em uma das falas, a desembargadora aposentada do Tribunal Regional do Trabalho, Magda Biavaschi, afirmou que magistrados estão sendo processados por terem visitado e manifestado apoio ao Lula, no mês passado.

 

– É crime defender a democracia? – questionou no discurso.

 

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Manuela D'Ávila (PCdoB), que foi vice na chapa de Haddad, e Guilherme Boulos (PSOL), candidato à presidente em 2018, não compareceram ao evento.

 

Pressão sobre o STF


À tarde, manifestantes do Movimento Brasil Livre (MBL) organizaram um ato no centro de Curitiba. Eles defendem que o Supremo Tribunal Federal (STF) julgue a possibilidade de prisão em segunda instância de condenação e gritaram palavras de ordem contra o ex-presidente Lula e o PT.

 

 

A dentista Roberta Wermuth afirmou que sente a necessidade de participar de eventos como esse para se chegar a um país melhor. Apesar de ser contra as ideias defendidas pelo PT, ela diz respeitar o movimento contrário.

 

— É um direito deles de se manifestarem. Aqui, mesmo dentro do nosso grupo, também temos divergências. Têm pessoas que defendem a monarquia, outras a ditadura, mas esse tipo de evento é feito justamente para se ter essa troca — afirmou.

 

O protesto começou por volta das 15h e foi encerrado duas horas depois, debaixo de chuva, com a execução do hino nacional brasileiro. Nem a polícia, nem os organizadores do evento apresentaram estimativas de quantas pessoas participaram do ato. 

 

O Globo

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