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28/05/2017

De família rica, Rodrigo Pimpão, do Botafogo, conta como se encaixou no futebol

Foto: Roberto Moreyra / Agência O Globo

Rodrigo Pimpão, de infância diferente ao estrelato no futebol

Quando os candidatos de uma peneira do Paraná, em 2007, viram um marmanjo chegar de carro, devem ter pensado que era um dirigente ou jogador profissional. Ficaram surpresos ao perceber que, na verdade, era um aspirante como eles a uma vaga no time júnior.

 

A história de vida daquele marmanjo era bem diferente da compartilhada pela maioria dos meninos. O paranaense Rodrigo Pimpão, a essa altura, estudava odontologia. Nunca tinha jogado na base — sua única experiência era em equipes universitárias de futsal.

 

— Quando cheguei dirigindo o carro que ganhei do meu pai quando fiz 18 anos, pensei: “Será que vou conseguir falar com eles? Será que vão tentar me bater nos treinamentos?” — lembra o atacante do Botafogo, hoje com 29 anos.

 

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Poderia ter sido assim, mas ele conta que conquistou os companheiros com armas que o acompanham até hoje: humildade e simpatia.

 

— Já no profissional, fui emprestado ao Blumenau, da Série B de Santa Catarina. Um dia, não tinha lanche. Fui ao posto de gasolina e comprei biscoito para todos — lembra.

 

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Longe do perfil de garoto mimado, insistiu na carreira mesmo ao se deparar com dificuldades iniciais: não ser observado pelo técnico, passar meses sem jogar ou jogando em campeonatos que quase ninguém via.

 

— Quando voltei do Blumenau para o Paraná, fiquei treinando separadamente por um tempo. Como não fiz corpo mole, o técnico Paulo Comelli começou a me utilizar — diz.

 

Hoje, Pimpão é titular inquestionável do Botafogo e está a um passo — ou melhor, a um gol — de se tornar um dos maiores artilheiros do time na história da Libertadores. Curiosamente, todos os quatro gols dele este ano em jogos oficiais foram na competição. Em momentos decisivos:

 

— Quero ajudar o Botafogo, depois penso em artilharia. Até agora as coisas aconteceram mais na Libertadores, mas quero que aconteçam também nas outras competições.

 

Podem começar a acontecer hoje. Ele estará em campo às 19h, contra o Bahia, no Engenhão, na 3ª rodada do Brasileiro.

 

Ajuda da esposa

 

Pimpão, a esposa, Fernanda, e o filho, Davi (Foto: Reprodução/Instagram)


Quando chega em casa dos treinamentos, Pimpão tem uma inspetora tão rigorosa quanto qualquer membro da comissão técnica: a mulher Fernanda, que o ajuda a manter a rotina alimentar.

 

— Se eu não cobrar, ele não come. Só gosta de besteiras: achocolatado, biscoito recheado... — brinca ela.

 

Sem Fernanda, dificilmente o atacante seguiria a orientação de consumir 3.500 calorias ao dia. Foi ela também que segurou as pontas quando Pimpão saiu do Brasil e ficou longe do filho Davi, de 4 anos.

 

— Quando ele foi jogar no Irã, perdeu a chance de ver o menino andar, começar a falar... E para o Davi também foi complicado, ele tinha terror noturno, acordava de madrugada chorando, sentindo falta do pai. Eu não faria novamente e não recomendo isso para ninguém — lembra.

 

Talvez por isso e por estar feliz no Rio, Pimpão renovou recentemente com o Botafogo até 2019.

 

Equipamento de ponta em casa

 


Pimpão e um dos equipamentos que ele mantém

em casa (Foto: Acervo pessoal)


Em sua passagem pelo Vasco, em 2009, Pimpão teve lesões sérias nos dois joelhos e chegou a ficar três meses parado. Ele está convencido de que a culpa é de sua musculatura, segundo ele inadequada para um jogador de futebol, porque não tinha passado pela base.

 

— Tive que correr atrás — lembra o atacante.

 

No Botafogo, Pimpão levou a obsessão pelo preparo físico ao extremo. Comprou para usar em casa equipamentos como o Normatech: duas “botas”, usadas geralmente depois das partidas, para fazer drenagem na musculatura, vascularizar a região e facilitar o fluxo sanguíneo. Cada par custa US$ 800 (cerca de R$ 2.600) nos EUA — ele pediu para um amigo trazer e já usava o instrumento antes mesmo que o clube o adotasse. O jogador tem ainda rolinhos vibratórios para massagear as pernas.

 

— Pedi algumas sugestões ao fisiologista de equipamentos para usar. É claro que não dá para ter 100% de certeza que isso impediu lesão, mas desde que comecei a usar, nada aconteceu comigo. Estou muito satisfeito — explica Pimpão.

 

E não é só na parte física que o jogador vai além do programado e faz “dever de casa”: no aspecto tático também. Quando voltou ao Botafogo, no ano passado, e passou algumas partidas na reserva, ele pediu à comissão técnica que lhe encaminhasse as estatísticas de seus jogos. Dados como quilometragem percorrida, piques acima de 30km/h e região do campo em que mais atuou.

 

— Isso é importante para saber exatamente o que melhorar e o que aprimorar no treino — diz Pimpão, que também estuda os adversários com a análise dos times que o Botafogo enfrenta fornecida pelo setor de inteligência do clube.

 

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