26 de Abril de 2024 - Ano 10
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13/06/2015

Delegado de Juruá atribui críticas ao meio político e fala que usa artes marciais para educar e disciplinar presos. Confira entrevista exclusiva!

Foto: Arquivo / Internet

Delegado Daniel Trindade realiza ações socioeducativas com a comunidade de Juruá

O delegado Daniel Pedreiro da Trindade, titular do município de Juruá (distante 541 quilômetros de Manaus), foi o centro das atenções da imprensa nesta semana por colocar presos da delegacia para lutar nos corredores das celas. O PORTAL DO ZACARIAS falou ao telefone com o delegado e obteve esta entrevista exclusiva, mostrando o lado que ninguém ouviu até aqui sobre o trabalho de Daniel da Trindade em Juruá.


PORTAL DO ZACARIASO senhor está sendo acusado de estimular brigas entre os presos que estão sob custódia na delegacia, inclusive com a publicação de um vídeo que mostra eles trocando agressões mútuas. O que o senhor tem a falar sobre as imagens veiculadas pela imprensa?

 

Daniel Trindade – O vídeo foi editado de forma maldosa. Ninguém ali está brigando. Brigar e lutar são coisas diferentes. Tenho uma história no MMA que ninguém buscou ouvir e desenvolvo em Juruá atividades de prevenção à criminalidade que envolvem artes marciais. O que está no vídeo é uma parte destas ações, porém com os presos, que participam voluntariamente, e com a participação de outros policiais que ajudam a manter a ordem na carceragem. O que eu não poderia fazer em hipótese nenhuma seria tirá-los das celas para lutar fora da Delegacia.

 

PORTALMas esses presos não deveriam estar com equipamento de proteção para a prática de luta?

 

Daniel – Infelizmente não temos esses equipamentos à disposição. A delegacia não deveria nem ser o destino desses presos após suas condenações, mas já que estão lá, procuro tratá-los com o respeito e a responsabilidade devidas. Pior seria deixá-los nas celas sem nenhum tipo de atividade que sirva para liberar toda a carga de estresse que é acumulada neste tipo de ambiente. Se você não dá oportunidade dessas pessoas pensarem em alguma coisa útil, elas vão pensar em formas de fugir, de agir criminosamente, entre outras coisas. Já diz o ditado, “cabeça vazia é a oficina do diabo”.

 

Foto: Divulgação


PORTALE quais são essas atividades que o senhor realiza no munício junto à população?

 

Daniel – São frentes diferentes. Temos aulas de jiu-jítsu e MMA, realizadas com os jovens a adultos, bem como as palestras que ministro para crianças e adolescentes nas escolas do município, onde abordamos temas como cuidado com as drogas e violência doméstica. Desde criança pratico artes marciais e cresci dentro da doutrina de disciplina e respeito que elas defendem.


PORTALMas o senhor tem sido alvo de acusações sérias, inclusive de se envolver com menores no município. O que tem a dizer em sua defesa?

 

Daniel – São acusações sem nenhuma apuração formal que as embase. Infelizmente há um grande incômodo no meio político, motivado pela atuação que tenho desenvolvido junto aos demais policiais lotados em Juruá. Conseguimos reduzir a criminalidade e apurar crimes que, antes, passavam despercebidos por grande parte da população. Mas o momento central dessas investidas contra minha pessoa foi o apoio que dei para a comunidade criar uma rádio própria, onde passaram a veicular suas opiniões e, consequentemente, queixas contra os problemas encontrados na cidade.


PORTAL Mas as acusações são sérias. Como o senhor pretende se defender delas?

 

Daniel – Tenho uma história. Trabalhei no Ministério Público, no Tribunal de Justiça, entidades das mais respeitadas, e nunca tive caso nenhum envolvendo meu nome que desabonasse minha conduta, fosse no trabalho ou na vida pessoal. Não vai ser uma intriga política que irá depor contra meu nome. Infelizmente, o interior do Estado está cheio de casos semelhantes de pressões sobre os delegados de polícia, muitas vezes partindo de pessoas com poder nesses municípios, acostumados aos maus feitos. Estou com os documentos do Conselho Tutelar e da Corregedoria que provam que não há materialidade alguma que confirme as acusações. Tenho tranquilidade sobre minha inocência e a apuração dos fatos há de comprovar o que digo.

 

Foto: Divulgação


PORTALHoje o senhor está no cargo por consequência de uma liminar expedida nesta quinta-feira (11). Teme perder a lotação em Juruá, ou sofrer sanções por conta destes escândalos?

 

Daniel – Temo pela população daqui, que se esforça e por quem tenho trabalhado desde o ano passado, quando aqui cheguei. É um povo simples, carente de praticamente tudo, e tenho tentado ser um fator de mudança entre eles. Espero que a mensagem positiva que plantei aqui, com apoio dos moradores durante todo esse tempo, seja compreendida e permaneça sendo uma luz de orientação para eles.

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