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07/07/2018

DENÚNCIA: negligência e erro médico em Novo Aripuanã. Vítima de acidente morreu e prefeitura será processada

Foto: Reprodução

Kátia era muito conhecida e querida por todos em Novo Aripuanã

Vítima de um acidente de motocicleta, a professora Kátia Mar Cavalcante deu entrada no Hospital Regional de Novo Aripuanã às 23h40 do dia 29/06, sexta feira da semana passada. Ela apresentava um quadro grave de traumatismo craniano encefálico e sangrava pelos ouvidos e boca.

 

O médico de plantão, o peruano Luiz Monteiro Daza Rios (CRM 7293), não se encontrava nas depenências do hospital. A família correu ao hotel onde ele reside, numa tentativa de chamá-lo para que o atendimento rápido pudesse garantir a vida de Kátia. Ledo engano. O médico se recusou a ir ao hospital e só apareceu para prestar socorro à vitima às 8h da manhã, quando Kátia já apresentava sinais vitais muito fracos.

 

Ao chegar finalmente para o atendimento de emergência, o médico examinou o raio-x do crânio da paciente e identificou que a equipe de enfermeiros havia aplicado uma dose muito alta do medicamento Ultramol. "Vocês deram muito Ultramol", dizia o médico repetidamente para a equipe, dando a entender à família que algo estava errado.

 

  

O raio-x do crânio de Kátia, examinado tardiamente pelo médico

 

Kátia Mar Cavalcante, 42 anos, não resistiu ao acidente, às consequências da demora em ser atendida por conta da negligência médica e, ao que tudo indica, ao uso demasiado do medicamento Ultramol. Ela faleceu entre 9h e 10h do dia 30 de junho, cerca de 12 horas após o acidente ocorrido na esquina das ruas Pergentino Mitouso e Joaquim Andrade, no centro de Novo Aripuanã.

 

"Depois que chegamos ao hospital, ela foi atendida pelos enfermeiros, que aplicaram Ultramol nela. O médico deveria estar de plantão, mas estava dormindo no hotel onde mora. Minha esposa começou a piorar e a equipe ligou pra ele, mas ele se recusou a ir para o hospital atendê-la. Só chegou por lá às 8h20, mas não dava mais tempo de quase nada pois ela já estava com sinais vitais muito fracos" afirmou o marido da vítima Luís Everton Lacerda Relvas, de 33 anos.

 

Kátia era uma professora muito querida

por todos em Novo Aripuanã

 

Mas o sofrimento da família de Kátia não parou por aí. Ao perceber a responsabilidade que a sequência de erros ocasionaria, o prefeito Jocione Souza (PSDB) teria dado ordem aos responsáveis pela da enfermaria Eduardo e Marli Costa, ao diretor do hospital Vanderson Ribeiro e à secretária de saúde Nara Poliana Corrêa que não permitissem a entrega de nenhum documento aos familiares. A família queria, por exemplo, uma cópia do prontuário da paciente, onde estaria registrado tudo sobre o atendimento prestado. Também não quiseram autorizar que fosse feita a necrópsia da vítima. Foi preciso que uma ordem judicial determinasse o exame, realizado por um perito levado de Manaus por um empresário amigo da família.

 

B.O. resgistrado sobre o caso, que deu origem ao inquérito policial 

 

A autoridade policial solicitou ao Hospital Regional

de Novo Aripuanã o prontuário médico

 

A advogada da família, Isabela Dorval, fez um Boletim de Ocorrência na delegacia do município, denunciando a demora no atendimento, o que caracteriza negligência médica, a negativa da liberação do prontuário médico e de realizar o exame de necropsia, que revelaria as causas da morte: "Kátia foi vítima de um conjunto de irresponsabilidades e erros. Primeiro a omissão do médico, que demorou a ir prestar atendimento, depois a administração de medicação indevida ou em dose inadequada, e ainda após a morte a negativa em fornecer o prontuário e realizar a necrópsia", afirmou.

 

Um inquérito investigativo foi instaurado, juntamente com um pedido de exumação do corpo da professora Kátia Mar Cavalcante.

 

A Secretaria de Estado da Saúde do Amazonas (SUSAM) afirmou que, embora a saúde seja responsabilidade do executivo estadual, quem administra os hospitais nos municípios são as prefeituras locais.

 

 Fotos: Alessandro Pinto - Diáro do Beiradão

 

 

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