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20/03/2018

Entenda a polêmica sobre as prisões em 2ª instância

Foto: Ailton de Freitas / Agência O Globo

Ministros do STF se reúnem hoje para discutir mudança na jurisprudência, que pode beneficiar o ex-presidente Lula

Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) realizam uma reunião de emergência hoje, convocada pelo decano da Corte, ministro Celso de Mello. Ele devem discutir a execução de penas após condenações em segunda instância.

 

A pressão sobre a presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, para colocar o tema em pauta novamente aumentou nas últimas semanas, com a aproximação do julgamento do último recurso apresentado pela defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4). Entenda a polêmica:

 

O que os ministros vão discutir?

 

Parte dos ministros entende que a presidente do STF, Cármen Lúcia, deve colocar em pauta, novamente, a discussão sobre a possibilidade de prisão após o esgotamento dos recursos em segunda instância. A ministra, no entanto, resiste à ideia. Ministros do STF poderiam levantar a questão em mesa (durante a sessão, sem agendamento prévio), mas já disseram que não o farão.


O que está valendo hoje?

 

Em 2016, o STF decidiu que as prisões podem ser autorizadas depois de condenação em segunda instância. O placar foi de seis votos a cinco. No entanto, nos casos concretos de pedidos de habeas corpus em favor de condenados em segunda instância, os resultados têm sido diferentes, dependendo da Turma so STF que julgue a ação.

 

Por que o tema voltaria a ser julgado?

 

Em maio de 2016, o Partido Ecológico Nacional (PEN) e o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) ajuizaram no Supremo Ações Declaratórias de Constitucionalidade, com pedido de liminar, para que a Corte reconheça a legitimidade constitucional da nova redação do artigo 283 do Código de Processo Penal, que estabeleceu a necessidade de trânsito em julgado para se iniciar o cumprimento da pena.

 

As ações foram liberadas para votação em plenário no dia 5 de dezembro pelo relator, ministro Marco Aurélio Mello, mas só serão colocadas em pauta quando a presidente da STF, Ministra Cármen Lúcia, decidir.

 

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O resultado da votação pode mudar, se o tema voltar à pauta?

 

O novo cenário está indefinido. Há cinco ministros que defendem as prisões com condenação de segunda instância: Alexandre de Moraes, Luís Roberto Barroso, Edson Fachin, Luiz Fux e a presidente, Cármen Lúcia. Por outro lado, três ministros defendem a prisão somente depois de exauridos todos os recursos judiciais: Celso de Melo, Marco Aurélio Mello e Ricardo Lewandowski.

 

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Em 2016, Rosa Weber votou com esse grupo, para que o réu recorra em liberdade por mais tempo. Recentemente, ela declarou que cogita mudar de ideia. No entanto, não se sabe como ela votaria em um novo julgamento sobre o assunto.

 

Gilmar Mendes, que votou em 2016 pelas execuções antecipadas da pena, hoje defende, junto com Dias Toffoli, uma espécie de caminho do meio, em que as prisões ocorreriam com a confirmação da condenação pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Toffoli já defendia essa tese em 2016 – no entanto, na ocasião, votou pela possibilidade de um réu recorrer em liberdade até a última instância do Judiciário.

 

Como essa discussão afeta a situação do ex-presidente Lula?

 

Lula já foi condenado pelo TRF-4, tribunal de segunda instância, a 12 anos e 1 mês de prisão. Sua defesa apresentou um embargo de declaração, que deve ser julgado na semana que vem. Se o recurso for negado, ele ainda poderia apresentar um último embargo ao próprio TRF-4, mas os desembargadores do tribunal têm considerado esse tipo de recurso como medida protelatória. Ou seja, já na semana que vem, Lula estaria sujeito a um pedido de prisão, após a condenação em segunda instância, a não ser que o STF mude o entendimento sobre o tema.

 

Lula ainda pode recorrer para evitar uma possível prisão?

 

A defesa do ex-presidente já tentou um habeas corpus preventivo do Superior Tribunal de Justiça (STJ), sem sucesso. Também recorreu ao STF para evitar uma possível prisão, mas o pedido foi negado, em caráter liminar, pelo relator Edson Fachin, que liberou a análise do mérito para o plenário do Supremo. O julgamento do HC, no entanto, ainda não foi pautado pela presidente da Corte, Cármen Lúcia.

 

O Globo

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