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06/04/2018

Estudo de psicólogos mostra que ninguém é 100% heterossexual ou 100% gay e causa polêmica

Foto: Reprodução

A ideia de uma sexualidade fluida não é exatamente nova, uma vez que já foi proposta pelo biólogo e sexólogo Alfred Kinsey

Um estudo feito por psicólogos demonstrou que “ninguém é 100% heterossexual”, bem como ninguém é 100% gay.


A ideia de uma sexualidade fluida não é exatamente nova, uma vez que já foi proposta pelo biólogo e sexólogo Alfred Kinsey, um pesquisador que foi fundamental para o campo da sexologia.


Suas ideias foram alimentadas pelo psicólogo e especialista em estudos de gênero, Ritch C Savin-Williams, que mantém a visão de que a sexualidade é um espectro. Segundo ele, devido a influência das sociedades e culturas que crescemos, há um estigma em admitirmos nossas preferências sexuais, especialmente entre os homens.


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A afirmação de que ninguém é completamente heterossexual foi baseada em um estudo de 2015, liderado pelo Dr. Gerulf Rieger, do Departamento de Psicologia da Universidade de Essex, no Reino Unido, que durou dois anos e analisou 345 mulheres de diferentes orientações sexuais. Estas se identificavam como “heterossexuais”, “maioria das vezes heterossexuais”, “bissexuais com uma inclinação maior a heterossexualidade”, “bissexuais com uma inclinação maior a homossexualidade” e “lésbicas”.

 

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A elas foram apresentados todos os tipos de pornografia, envolvendo todos os tipos de homens, mulheres e ambos, de modo que suas respostas fisiológicas corporais eram medidas para que fosse verificado o que as despertavam. O experimento também incluiu rastreamento da dilatação das pupilas, bem como mudanças de pulso e fluxo sanguíneo em seus órgãos genitais enquanto assistiam aos filmes.

 

Afirmação de que ninguém é completamente heterossexual

foi baseada em um estudo de 2015


Os resultados, publicados no periódico Journal of Personality and Social Psychology, mostraram que aquelas que se identificavam como lésbicas eram mais significativamente estimuladas por pessoas do mesmo sexo do que o oposto. No entanto, também mostrou que aquelas que se identificavam como unicamente heterossexuais foram, em média, estimuladas por pessoas do gênero masculino e feminino.


A parte importante dessa constatação, no entanto, é o “em média”, segundo os pesquisadores. Isso significa que, embora algumas das mulheres que se identificaram como heterossexuais tenham ficado excitadas com pornografia feminina, isso atesta que elas podem não ser 100% heterossexuais como afirmaram antes do estudo.

 

Além disso, os resultados indicam que, embora as mulheres declaradas como lésbicas no estudo tenham ficado mais “significativamente estimuladas” quando a pornografia era puramente feminina, elas não descartaram a excitação quando observavam aos homens, o que indica que também não eram puramente gays.

 

O tema do estudo é assunto extremamente complicado, uma vez que “existe uma

variabilidade considerável entre o sexo na excitação sexual fisiológica

e estímulos masculinos ou femininos” (Fotos: Reprodução)


Uma das críticas que foram apresentadas sobre o estudo fala sobre a diferença entre a excitação sexual e orientação sexual. “Embora a maioria das mulheres se identifique como heterossexuais, nossa pesquisa demonstra claramente que, quando se trata do que as transforma, elas são bissexuais ou gays, mas nunca somente heterossexuais“, disse Rieger.


O estudo também observou que, ao contrário dos homens, a atração sexual de uma mulher pode ser menos afetada pelo sexo do parceiro e mais influenciada por fatores culturais e sociais, incluindo histórico de relacionamento, experiências educacionais, crenças religiosas e assimilação cultural.

 

Como resultado disso, a atitude sexual de uma mulher pode variar muito mais do que a de um homem, e estudos como esse parecem apoiar tal ideia. Os níveis de exposição hormonal também são citados como uma possível explicação para a variabilidade geral nas respostas aos estímulos sexuais.


Segundo os autores, o tema do estudo é assunto extremamente complicado, uma vez que “existe uma variabilidade considerável entre o sexo na excitação sexual fisiológica e estímulos masculinos ou femininos”. Eles apontaram que a pesquisa se baseia de fato em padrões ocidentais e, portanto, não podem ser aplicados com precisão à população de maneira mais ampla – ou global.


Ainda, a ideia por trás do estudo não é exatamente uma novidade. Há muito tempo psicólogos vem aceitando que a sexualidade é menos definida do que muita gente gostaria de pensar, e sim contínua.


Savin-Williams escreveu um livro sobre o assunto, concentrando-se em como os homens “heterossexuais” enfrentam pressões sociais quando se trata de admitir que acham pessoas do mesmo sexo bonitas, dado os estigmas sociais que ainda enfrentamos quando o assunto é homossexualidade.

 

Jornal Ciência

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