06 de Maio de 2024 - Ano 10
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Internacional
31/05/2018

Grupo empresarial exige eleição antecipada na Nicarágua para encerrar crise

Foto: Oswaldo Rivas / Reuters

Gota d

O governo da Nicarágua foi nesta quinta-feira alvo de mais pressão, interna e externa, para responder pela violenta repressão a protestos no país. De um lado, a principal associação empresarial, antes aliada do presidente Daniel Ortega, agora exige que ele convoque eleições antecipadas. Já no exterior, o Parlamento Europeu condenou a "brutal repressão" contra manifestantes.

 

Pelo menos 92 mortos, segundo dados oficiais e de organizações de direitos humanos, foram registrados nos protestos que começaram em 18 de abril. Os manifestantes, que inicialmente marchavam contra uma reforma da Previdência Social que havia sido baixada por Ortega por decreto, passaram a pedir a renúncia do presidente.

 

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Ao que tudo indica, a gota d'água foi a repressão, na quarta-feira, a uma marcha na capital Manágua e em outras cinco cidades lideradas pelas mães das vítimas da repressão aos protestos anteriores. A repressão deixou seis mortos na capital e cinco em outras cidades, segundo o Centro Nicaraguense de Direitos Humanos (CNDH). Segundo o jornal espanhol "El País", testemunhas informaram que seguidores da Frente Sandinista, o partido de Ortega, grupos paramilitares e policiais antidistúrbios dispararam contra os manifestantes.festantes, que marchaban desarmados por la céntrica Carretera a Masaya de Managua.

 

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Os empresários, reunidos no Conselho Superior da Empresa Privada (Cosep), querem um novo pleito para tirar o país da violência. Em uma carta a Ortega publicada no Twitter, a Cosep exigiu que o presidente adiantasse a próxima eleição para um data acordada entre governo e representantes da sociade civil. O próximo pleito na Nicarágua está previsto para 2021.

 

"Diante da magnitude desta crise, pedimos que realize todos os esforços ao seu alcance para encontrar uma saída pacífica antes que nos vejamos imersos em uma situação ainda mais trágica", disse o Cosep.

 

Comunicado de la Federación de Entidades Privadas de Centro América, Panamá y República Dominicana. #FEDEPRICAP pic.twitter.com/dNamxQEDfU

 

— COSEP Nicaragua (@COSEPNicaragua) 30 de maio de 2018


Reação de Ortega

 

Em resposta, Ortega disse a seus seguidores em uma manifestação que a Nicarágua "não é propriedade privada", segundo o jornal local "La Prensa".

 


Manifestantes atrás de barricada em protesto contra Ortega em

Manágua (Foto: Oswaldo Rivas / Reuters)


Na quarta-feira, antes da repressão às manifestações convocadas pelo Movimento das Mães de Abril, o governo da Nicarágua havia aceitado receber um grupo de observadores internacionais independentes da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), órgão da Organização dos Estados Americanos (OEA). O grupo será formado para investigar as mortes ocorridas no país no último mês e meio.

 

Apesar de sua origem de esquerda como comandante da Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN), que liderou em 1979 a última revolução armada na América Latina, na sua volta ao poder em 2007 Ortega se aliou a antigos adversários conservadores, à elite empresarial reunida no Conselho Superior da Empresa Privada (Cosep) e a setores dirigentes da Igreja Católica.

 

Voto europeu

 

Por 536 votos a favor, 39 contra e 53 abstenções, os eurodeputados reunidos em Estrasburgo (Nordeste da França) pediram ao governo que cesse "todos os atos de violência e adote uma reforma eleitoral". e também exortaram os manifestantes e organizações à frente dos protestos a "abster-se de recorrer à violência durante o exercício de seus direitos".

 

Em comunicado, o Parlamento Europeu "condena a brutal repressão e intimidação dos manifestantes pacíficos na Nicarágua, que se opõem à reforma da previdência social, e lembra todas as forças de segurança da Nicarágua de seu dever, o de proteger seus cidadãos".

 

Na resolução, promovida pelos grupos conservadores, social-democratas e liberais, os eurodeputados pedem que "as autoridades da Nicarágua autorizem uma investigação internacional transparente e independente, a fim de processar os responsáveis pela repressão".

 

O Globo

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