25 de Abril de 2024 - Ano 10
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08/04/2016

José Ricardo dá receita para Aleam economizar 4 milhões e condena imposição de sacrifício aos servidores

Foto: Divulgação

José Ricardo: “Eu até agora não vi nenhuma proposta sobre redução de salários abrangendo o Poder Executivo, o Poder Judiciário, o Ministério Público e o Tribunal de Contas do Estado do Amazonas

Economista de carreira, o deputado estadual José Ricardo Wendling (PT) fala com exclusividade ao PORTAL DO ZACARIAS e diz que a crise financeira da Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (Aleam) ainda não é alarmante. “A redução de 2015 gerou uma economia significativa. Acho que a gente deve continuar pensando gora em alternativas, mas sem pensar em cortar salários, direitos e benefícios dos trabalhadores da Aleam”, disse ele ao. Confira a entrevista.


Por J Taketomi, editor de Política do PORTAL DO ZACARIAS

 

Portal do Zacarias – Deputado, detalhe as propostas que o senhor possui para aplacar a crise financeira da Assembleia Legislativa.


Deputado José Ricardo – Eu vejo que, antes de se pensar em reduzir salários de servidores comissionados, concursados, etc, é preciso pensar em outros itens. Desde o ano passado eu proponho uma redução em despesas concernentes ao exercício do Parlamento, tais como a verba indenizatória, o famoso Cotão, uma redução da ordem de 30 por cento. Também a extinção da Bolsa que é oferecida a estudantes-assessores. A redução pode ser gradual e a partir do meio do ano ser suspensa. A gente teria uma economia razoável, além do que se poderia pensar em outras despesas operacionais.


Portal – A crise é preocupante a ponto de a Mesa Diretora da Aleam ter que adotar mesmo medidas fortes e antipopulares? 


Zé Ricardo – O repasse de recursos para a Assembleia tá realmente no limite. Se permanecer assim, no final do ano haverá problema para o pagamento do 13º salário dos servidores. Se houver uma melhora na economia do Estado, claro que o repasse aumenta e a crise estará sanada. Não haveria mais necessidade de nenhum tipo de redução.

 

“O repasse de recursos para a Assembleia tá realmente no limite. Cortar em 30 por

cento a verba indenizatória dos deputados ajudaria muito, assim como o

processo de extinção da Bolsa que é oferecida a estudantes-assessores”


Portal – A redução de despesas de 2015 atingiu os objetivos buscados pela Mesa Diretora?


Zé Ricardo – A redução de 2015 gerou uma economia significativa. Eu acho que a gente deve continuar pensando gora em alternativas, mas sem pensar logo em cortar salários, direitos e benefícios dos trabalhadores da Assembleia.

 

Portal – As suas propostas atuais resultariam em quanto de economia para os cofres da Aleam?


Zé Ricardo – A redução do Cotão e a extinção da Bolsa de Estudos resultariam numa economia de 4 milhões de reais por ano. Eu não tenho detalhamento sobre outros itens até porque a Mesa Diretora ficou de apresentar, numa próxima reunião com os deputados, maiores detalhes sobre outros itens que poderão ser debatidos. Aliás, alguns deputados cobraram isso para se definir que intervenções poderão ser feitas.


Portal – O senhor acha que mexer no bolso dos servidores, e não no bolso dos deputados, seria mais rentável para a Assembleia uma vez que os servidores são em maior número que os parlamentares e poderiam contribuir melhor para engordar os cofres da Casa ? O senhor acha justo isso?

 

“A Mesa Diretora ficou de apresentar, numa próxima reunião com os deputados,

maiores detalhes sobre itens supérfluos que poderão ser debatidos. Alguns

deputados cobraram isso para se definir que intervenções poderão ser feitas”


Zé Ricardo
– Entendo que a redução de salários deve ser a última coisa a se fazer. O salário de todo mundo tá congelado, não haverá reajuste para ninguém. Não haverá este ano e provavelmente no ano seguinte também não. Já há uma diminuição dos salários por conta da inflação, o que atinge parlamentares, funcionários de carreira, todo mundo. Por isso, a redução de salários tem que ser a última alternativa. A gente tem expectativa de melhora da economia, porque os repasses são constitucionais para todos os poderes e eu até agora não vi nenhuma proposta sobre redução de salários abrangendo o Poder Executivo, o Poder Judiciário, o Ministério Público, o Tribunal de Contas do Estado do Amazonas. Nenhum poder propôs redução de salários. Todos pensam na redução de despesas outras mexendo no custeio, na manutenção, onde é possível economizar. Eu acho que esse é o caminho que a Assembleia deve seguir.


Portal - Há o fato de que a receita estadual já melhorou, a despeito da crise financeira nacional que atinge o Amazonas. Isso não deve ser levado em conta?


Zé Ricardo – Pois é. Há setores da economia que favorecem. Há setores industriais que exportam bastante. Então, nós tivemos um resultado positivo na balança comercial do País e o Amazonas tá incluso. Logo, essas exportações, essas vendas adicionais do PIM, aumentam a arrecadação de ICMS. Mas, nós precisamos de muito mais, pois a economia ainda está vivendo uma situação bastante insegura, e a questão política de Brasília tá influenciando. Se querem tirar a presidente da República, qualquer investidor vai esperar para ver o que acontece. Assim, essa história do impeachment precisa acabar logo, a presidente foi eleita para poder governar. Todo o mundo empresarial vê a Zona Franca de Manaus com grande potencial econômico já que os incentivos fiscais foram prorrogados por mais 50 anos e quem tá investindo tá pensando em longo prazo, sabe que este momento da economia vai passar e Manaus é o lugar de expansão da economia. A prova disso é que o crescimento da indústria em Manaus sempre ocorreu num percentual maior do que a média do Brasil. Isso vai voltar e eu espero que seja muito em breve.


Portal – Voltando à crise da Assembleia, alguns parlamentares falam que a Casa poderia lucrar muito cortando gastos supérfluos. Qual a sua opinião?


Zé Ricardo – São esses gastos que a gente precisa saber, quais são os gastos supérfluos que a Assembleia tem. Esse detalhamento foi solicitado na última reunião com o deputado-presidente. Eu não sei quando ele marcará uma nova reunião para mostrar esse detalhamento. A Mesa Diretora tá esperando para ver como é que ficam os repasses deste mês e do outro mês. Porque o problema maior será no final do ano se não houver condições de a Casa cumprir seu dever com relação ao 13º dos servidores. Mas, a coisa ainda não é alarmante.  

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