16 de Junho de 2024 - Ano 10
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Internacional
29/08/2018

Mãe processa EUA por morte de bebê que ficou sem tratamento em centro de imigração

Foto: Sandy Huffaker / Agência O Globo

Menina, de 1 ano e 7 meses, pegou infecção respiratória durante 20 dias de detenção e morreu depois de ser liberada

Uma mulher guatemalteca que pediu asilo nos EUA está processando o governo americano de homicídio por negligência de sua filha de apenas um ano e sete meses. A menina ficou doente num centro de detenção de imigrantes e morreu logo depois que as duas foram liberadas.


Yasmín Juárez, de 20 anos, atravesssou em março o Rio Grande com sua filha Mariee para pedir asilo nos Estados Unidos, mas as duas foram detidas na fronteira e passaram 20 dias num centro da Imigração em Dilley, no Sul do Texas.

 

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Segundo os documentos de entrada do processo, impetrado pelo escritório de advocacia Arnold & Porter, a bebê caiu doente uma semana depois da detenção, apresentando sintomas como febre de 40 graus, congestão, diarreia e vômitos. No entanto, "não foi atendida pela equipe médica enquanto esteve sob custódia", diz um comunicado dos advogados.


"Os responsáveis por sua segurança, condições de higiene e cuidados médicos falharam com esta menina e provocaram sua morte de maneira dolorosa", diz o advogado R. Stanton Jones no comunicado.


"Mariee Juárez chegou a Dilley como uma bebê saudável e 20 dias depois foi liberada gravemente doente, com uma infecção respiratoria que ameaçava sua vida", acrescentou Jones. Mariee morreu seis semanas depois.

 

Empresa bilionárias gerem prisões

 

A notificação judicial para o processo foi enviada à cidade de Eloy, no Arizona. A cidade atua como uma intermediária entre o governo federal em Washington e a empresa privada que opera o centtro de detenção de imigrantes em Dilley. A empresa, a Corporação Correcional da América (CCA), agora CoreCivic, é um dos maiores grupos que administram prisões nos EUA, junto com a firma Geo. Ambas têm, inclusive, papéis em bolsas de valores.


A CoreCivic opera quatro centros de detenções de imigrantes no Texas, enquando o grupo Geo opera três, mais um quarto que ainda está em construção. Juntas, as duas empresas administram 120 prisões cada no país. Os lucros anuais de ambas somaram US$ 4 bilhões (R$ 16,5 bilhões) em 2017.


Indenização de US$ 40 milhões

 

Os advogados de Yazmín afirmarm que esta notificação judicial será "só a primeira de muitas que terão como alvo as organizações responsáveis pela operação e manutenção das instalações em Dilley".


Antes de morrer da infecção respiratória, Mariee foi levada pela mãe a hospitais em Nova Jersey e na Pensilvânia, mas os pulmões da bebê já haviam entrado em colapso, explicaram os advogados de Yazmín.


O escritório exige do governo americano uma indenização de US$ 40 milhões (R$ 165 milhões).


Tolerância zero

 

A política de "tolerância zero" com os imigrantes, implementada este ano pelo presidente Donald Trump, aumentou o número de detenções na fronteira com o México. Segundo a polícia, todos os imigrantes adultos que entravam sem visto no país deveriam ser acusados de crimes federais e, por isso, levados a penitenciárias. Como menores de idade não podem ser mantidos em prisões, crianças e adolescentes acabaram separados dos pais e responsáveis e levados para abrigos.

 

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Por causa dessa política, que vigorou entre abril e junho, mais de 2.300 menores de idade foram separados das famílias. Ainda há 528 crianças e adolescentes sozinhos sob custódia do Escritório de Reassentamento de Refugiados (ORR), dos quais 23 são menores de 5 anos.


No caso da guatemalteca que pede indenização pela morte da filha, não houve separação familiar.


O Globo 

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