08 de Maio de 2024 - Ano 10
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Política
03/02/2018

Ministério Público Federal investiga Cristiane Brasil por associação ao tráfico

Foto: Reprodução

O Estado teve acesso ao teor do inquérito policial.

A deputada federal e ministra nomeada do Trabalho, Cristiane Brasil (PTB-RJ), é alvo de um inquérito policial que apura suspeitas de tráfico de drogas e associação para o tráfico durante a campanha eleitoral de 2010.

 

A investigação foi enviada ontem à Procuradoria-Geral da República, em Brasília, porque Cristiane possui foro privilegiado.

 

O inquérito também apura suposto envolvimento no caso do deputado estadual Marcus Vinicius (PTB), ex-cunhado da parlamentar, e três assessores dela na época.

 

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Eles são acusados de dar dinheiro a traficantes de Cavalcanti, bairro pobre da Zona Norte da cidade e uma das bases eleitorais da deputada.

 

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O procedimento foi aberto inicialmente pela Polícia Civil após denúncias encaminhadas por e-mail à Ouvidoria da corporação.

 

O Estado teve acesso ao teor do inquérito policial.

 

Os nomes dos autores das denúncias foram preservados por motivo de segurança.

 

Conforme os denunciantes afirmaram no inquérito, assessores de Cristiane – que na época era vereadora licenciada e comandava uma secretaria municipal do Rio na gestão de Eduardo Paes (MDB) – pagaram a traficantes para terem o “direito exclusivo” a fazer campanha na região.

 

Cristiane não se candidatou em 2010, mas naquele ano deu apoio para candidatura de Vinícius – então seu cunhado – à reeleição.

 

Ela se candidatou e foi eleita deputada em 2014.

 

Cristiane e Vinicius negam todas as acusações.

 

O inquérito investiga também se líderes comunitários foram constrangidos pelos criminosos a fazer campanha eleitoral. Nas denúncias há referências a “Zezito”, apontado como chefe do tráfico das comunidades Vila Primavera, Parque Silva Vale e JJ Cowsert, localizadas no bairro de Cavalcanti.

 

‘Chefão’

 

Segundo um dos denunciantes afirmou no inquérito, os traficantes chegaram “ao absurdo de levarem as presidentes das associações do bairro para conversar com o chefão do morro porque elas não queriam trabalhar para a vereadora (Cristiane).

 

A intenção dele (assessor) era que o chefão fosse mandar dar uma surra nelas e obrigá-las a trabalhar para a vereadora ou em caso de recusa até mesmo matá-las”.

 

Uma líder comunitária relatou na investigação formal que foi ameaçada porque não participou de panfletagem da campanha da hoje ministra nomeada.

 

Um dos assessores de Cristiane à época foi acusado de, em cumplicidade com um primo apelidado de “Cigarrão”, invadir casas dos moradores para a retirada de cartazes de outros políticos por ordem de Zezito.

 

Ritmo

 

Em quase oito anos o inquérito andou devagar.

 

Cristiane Brasil nunca foi ouvida, apesar de ter sido expedida contra ela, em 29 de setembro de 2011, uma intimação para depoimento.

 

A Polícia Civil tentou intimar Cristiane no Palácio Tiradentes, sede da Assembleia Legislativa.

 

Na época ela era secretária de Envelhecimento Saudável do município.

 

O inquérito tramitava desde 2010 na Delegacia de Combate às Drogas.

 

Na semana passada, depois de o Estado pedir acesso aos autos, a investigação foi remetida pela Polícia Civil ao Ministério Público Estadual.

 

O MP Estadual imediatamente anunciou que o remeteria ao Ministério Público Federal no Rio.

 

Em 2015, porém, Cristiane, após ser eleita deputa federal em 2014, ganhou direito a foro especial no Supremo Tribunal Federal (STF).

 

Ela foi nomeada há um mês ministra do Trabalho pelo presidente Michel Temer.

 

O objetivo de Temer era obter apoio do PTB, presidido por Roberto Jefferson, pai da deputada e presidente da legenda, à Reforma da Previdência.

 

Uma série de decisões judiciais, a mais recente da presidente do Supremo, ministra Cármen Lucia, a impediu provisoriamente a deputada de tomar posse.  

 

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