01 de Junho de 2024 - Ano 10
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23/11/2017

Para manter liderança mundial em café, Brasil precisa aumentar safra em 40% até 2030

Foto: Patricia Monteiro / Bloomberg

Organização Internacional do Café prevê aumento de 2% da demanda por ano no mundo

O Brasil, maior produtor e exportador global de café, terá de elevar a sua produção em cerca de 40% ou 20 milhões de sacas até 2030, para manter a atual participação dominante na safra mundial da commodity, estimou o diretor-executivo da Organização Internacional do Café (OIC), o brasileiro José Sette.

 

O prognóstico do diretor da OIC leva em consideração um crescimento de 2% ao ano na demanda mundial pelo produto, até 2030. Nesse cenário, a produção mundial teria de crescer 49 milhões de sacas até 2030 para atender a demanda, disse Sette.

 

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— Com a demanda crescendo 2% ao ano, o Brasil, se quiser manter sua parcela de 40% no mercado (safra global) terá de produzir cerca 20 milhões de sacas a mais até 2030 — afirmou Sette durante a abertura do 25º EnCafé, evento do setor promovido pela Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), na noite de quarta-feira.

 

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Já em uma visão otimista, de aumento do consumo 2,5% ao ano, a produção global teria de crescer 64 milhões de sacas no período, enquanto numa perspectiva conservadora, de demanda 1% maior ao ano, a expansão precisaria ser de 23 milhões de sacas.

 

Se o Brasil — segundo consumidor global de café atrás dos Estados Unidos — produz historicamente 40% da safra global, sua participação na exportação é um pouco menor, mas igualmente relevante.

 

Na temporada 2016/17 (outubro/setembro), a OIC contabilizou exportações de 35,8 milhões de sacas de cafés naturais do Brasil, de um total de exportações globais de 122,45 milhões de sacas, o que significa uma parcela brasileira do mercado global de cerca de 30 por cento.

 

2018

 

Pela mais recente estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), na safra deste ano o Brasil somou 44,77 milhões de sacas de café arábica e conilon (robusta), queda de 12,8% na comparação com 2016.

 

Para o próximo ano, há a expectativa de uma colheita maior, por ser um ciclo de bienalidade positiva para o arábica, mas a estiagem em setembro e outubro, durante a floração dos cafezais, deixou o setor receoso quanto ao potencial produtivo em 2018.

 

— Ainda é um pouco cedo para qualquer definição de safra (no Brasil). Só teremos isso lá para janeiro — alertou Sette em conversa com jornalistas, no evento na Praia do Forte, distrito de Mata de São João (BA).

 

O diretor-executivo da OIC destacou que o Brasil tem condições de elevar sua produção nos próximos anos, apesar da área menor, desde que com investimentos e outros tipos de ações na atividade.

 

— Há o desafio da sustentabilidade econômica, que passa por renda adequada, maior produtividade, acesso a mercados e transparência, acesso a financiamentos. O importante é baixar o custo (de produção) — comentou Sette.

 

Ele destacou que o setor tem ainda os desafios de sustentabilidade ambiental, envolvendo por exemplo a adoção de boas práticas agrícolas e manejo adequado de recursos hídricos e de terreno, e de sustentabilidade social, que passa por organizações representativas mais eficazes e igualdade de gênero.

 

Nos últimos 20 anos, a produção de café no Brasil dobrou, apesar de a área ter caído 39%. Isso se deu graças a um salto de 225% na produtividade, que chega hoje a 1.550 kg por hectare, afirmou Sette.

 

O Globo

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