Por que, ao sentir certos cheiros, voltamos imediatamente ao passado? Psicólogo responde!

Você provavelmente já sentiu como se estivesse sendo transportado de volta para o passado e se perguntou como que era possível reviver uma memória tão claramente só por causa de um cheiro.

Existe explicação para isso. Veja!

Memória olfativa: o que é?

A memória olfativa nada mais é do que as lembranças que temos quando sentimos o cheiro de algo que fez parte de nossa vida.

Pode ser o cheiro de comida caseira, de uma flor, um perfume ou qualquer outra coisa que você gravou, na maioria das vezes, até sem perceber.

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De acordo com o psicólogo Arilton Martins Fonseca, mestre em Psicobiologia pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), os nossos órgãos de sentido, como o olfato, são os responsáveis por “absorver” o mundo e é por isso que os cheiros mexem muito com a nossa memória.

“O olfato tem conexão direta com o Sistema Nervoso Central. Quando sinto um cheiro, posso associá-lo a um acontecimento, podendo ser ele bom, ruim, prazeroso, etc”, explica o psicólogo.

Ou seja, apesar de cheiros nos remeterem a coisas boas com frequência, eles também podem nos lembrar fatos tristes ou desagradáveis.

Por que "voltamos" para o passado

“Construímos nossa memória ao longo das experiências que temos na vida e aprendemos muito através das sensações e do olfato. Quando sentimos o cheiro de algo que nos marcou, surge uma enxurrada de percepções e lembranças em milésimos de segundos”, comenta Fonseca.

De acordo com o profissional, nossa memória é tão poderosa que, ao sentir um cheiro que nos remete à infância, por exemplo, a sensação é mesmo a de voltar no tempo e lembrar com detalhes do ambiente, das características da pessoa que estavam conosco e do afeto.

Mesmo cheiro causa respostas diferentes

Fotos: Reprodução

O psicólogo ainda explica que muitas pessoas acreditam que o olfato é o sentido mais ligado às memórias e emoções, mas que esta crença acontece porque o cheiro nos “invade”, e o sistema nervoso rapidamente responde a esta invasão com lembranças relacionadas às experiências vividas.

“Pode acontecer de duas pessoas terem tido a mesma experiência, mas cada uma relatá-la de uma forma, porque algumas são mais visuais, outras mais auditivas, outras mais táteis, e assim por diante. Então, o cheiro é capaz de despertar diferentes associações que foram feitas há anos”, afirma Fonseca.

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