25 de Abril de 2024 - Ano 10
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18/02/2019

Sarampo: metade dos municípios do Brasil não bate meta de vacinação, e OMS alerta para 'retrocesso' mundial

Foto: Márcio Alves

Casos confirmados no estado do Pará este ano acendem sinal amarelo: há risco de disseminação do vírus para outras regiões do país

O sarampo é uma preocupação crescente para o Brasil e para o mundo. Enquanto a Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta para um "retrocesso" na prevenção da doença ao redor do globo, com o número de casos saltando uma média de 50% em um ano — e triplicando somente na Europa —, o Ministério da Saúde brasileiro acendeu o sinal amarelo na última quinta-feira por conta do início de um surto da doença no Pará.

 

A maior preocupação do ministério é o baixo índice de cobertura vacinal no país: metade dos municípios (49%) do Brasil não alcançou a meta de vacinação contra o sarampo, segundo dados preliminares de 2018. Isto é, dos 5.570 municípios do país, 2.751 estão abaixo da meta.

 

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O ano de 2019 começou com a doença aparentemente controlada: os três estados com circulação do vírus ao longo do ano passado não tinham novos registros. A última confirmação da doença no Pará havia sido em 26 de novembro; no Amazonas, em 29 de novembro; e em Roraima, em 3 de dezembro. Tudo parecia bem até que, este mês, veio a confirmação de três novos casos em solo paraense.

 

— Nós vamos ter que refazer o pacto sobre vacina nesse país. O índice de vacinação está perigosamente baixo — alertou o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, em reunião com secretários de saúde estaduais e municipais na última quinta-feira, dia 14. — Alguns estados dizem que está muito bom, mas enquanto todos os estados não estiverem com níveis elevados de vacinação os caminhos estarão abertos para a disseminação do vírus.


O Pará é o estado mais preocupante: 83,3% dos municípios de lá não atingiram a meta de vacinação.


Existe o receio, ainda, de que o vírus passe a circular também em outros estados — além de Pará, Amazonas e Roraima. Caso a taxa de cobertura não alcance o patamar ideal de 95% da população vacinada, o risco de disseminação do sarampo para outras regiões, como o Sudeste, não pode ser ignorado. É o que ressaltou ao GLOBO o subsecretário de Vigilância em Saúde do Estado do Rio, Alexandre Chieppe.

 

— Temos que reforçar a consciência de coletividade. A vacinação é também um ato de cidadania. Quando a gente se vacina, não está só se protegendo. Está também diminuindo o risco de os agentes que causam doença entrarem na comunidade. Com muita gente vacinada, o risco de essa doença se espalhar é quase zero — salienta ele.


Chieppe garante que não há falta de vacina nos postos de saúde do estado do Rio. Para quem tem até 49 anos de idade e ainda não se vacinou — ou não sabe se já recebeu a imunização —, ele recomenda que procure um posto.


Em setembro do ano passado, quando foi concluída uma campanha de vacinação para crianças de 1 a 4 anos, a meta de 95% de cobertura para essa faixa etária foi alcançada. No entanto, pelos dados da vacinação de rotina disponibilizados pelo Ministério da Saúde esta semana, o estado do Rio tem estimativa de 84,51% de cobertura vacinal para sarampo.


Não há, por ora, no planejamento da Secretaria de Saúde do Rio, uma nova ação ou campanha contra o sarampo a ser lançada.


— Entre final de março e início de abril, teremos novos dados sobre vacinação contra sarampo, então, com esses dados em mãos, podemos analisar melhor o cenário do estado — afirma o subsecretário.


O grande temor, que tem repercussão internacional, é que o Brasil perca o certificado de eliminação de sarampo, concedido em 2016 pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS).


Como se vacinar


Para ser considerado protegido, é preciso tomar duas doses na vida, com intervalo mínimo de um mês. O esquema atual do Calendário Nacional de Vacinação é de uma dose da tríplice viral (que protege contra sarampo rubéola e caxumba) aos 12 meses de vida, e aos 15 meses a segunda dose da vacina, a tetra viral (que, além das três doenças já citadas, protege contra catapora).

 

Crianças, adolescentes e adultos até 29 anos de idade que ainda não foram vacinados devem receber duas doses. Aqueles que têm de 30 a 49 anos de idade, dose única.


Não existe "overdose" de vacina. Caso haja dúvida se foi imunizado ou não, o recomendado é se vacinar, tomando as duas doses.


A vacina é contraindicada para gestantes, bebês menores de 6 meses de idade e pessoas com a imunidade comprometida por causa de alguma doença. No caso das gestantes, elas devem esperar para serem vacinadas após o parto.

 

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Existem 232 unidades de postos de vacinação na cidade do Rio. A orientação é procurar a que for mais próxima de onde se mora. A Secretaria municipal de Saúde disponibiliza um mapa com todas as unidades. Clique aqui para acessar.


Entenda o sarampo


O sarampo se espalha no ar por gotículas produzidas ao tossir ou espirrar. Também pode ser transmitido pela saliva (beijo ou bebidas compartilhadas); por contato com a pele (apertos de mão ou abraços); e pelo toque em uma superfície contaminada (cobertor ou maçaneta, por exemplo).


O Globo

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