O sociólogo Lúcio Carril: "Por trás da cortina da cooperação militar se esconde a entrega de nossos pontos estratégicos, como a Base de Alcântara"
*Por Lúcio Carril - A postura subserviente de um capitão-presidente diante do Estados Unidos não é um fato apenas, mas o resultado de uma doutrina extemporânea e formadora de maus brasileiros, como se desenvolve a formação de oficiais das Forças Armadas.
A chamada doutrina de segurança nacional não ensina a proteger os interesses da Nação, mas a tratar hierarquicamente os países desenvolvidos, em particular os EUA, como superiores.
É um sistema de adestramento fundado a partir dos interesses do império.
Por trás da cortina da cooperação militar se esconde a entrega de nossos pontos estratégicos, como a Base de Alcântara. É atrás dessa mesma cortina que a Amazônia está na pauta da cobiça internacional, sem que haja um lampejo de revolta ou manifestação das nossas Forças Armadas em defesa dos interesses do Brasil.
Nossas Forças Armadas não são nacionalistas e não formam cidadãos para defender a nação brasileira. Padecem na servidão eterna ao império, sem consciência do seu papel constitucional e do seu juramento perante o povo brasileiro.
*Lúcio Carril é sociólogo e especialista em gestão e políticas públicas pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo.