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09/12/2017

Tucanos levam divergências para convenção, apesar da saída de Imbassahy do governo

Foto: Givaldo Barbosa / Agência O Globo

Geraldo Alckmin será aclamado como presidente nacional do partido

Em mais um passo na direção do rompimento do PSDB com o Planalto, o ministro Antônio Imbassahy, da Secretaria de Governo, pediu demissão. Este é o mais recente capítulo de uma traumática disputa interna às vésperas do ano eleitoral.

 

A saída do ministro antecede o ato de aclamação de Geraldo Alckmin como presidente nacional do partido, o que ocorrerá hoje na 14ª Convenção Nacional. Neste sábado, o governador de São Paulo é o nome mais forte entre os tucanos para disputar a Presidência da República.

 

O tom dos discursos dos caciques tucanos será de ataque a Lula e ao PT e de fortalecimento da unidade e da conciliação entre os grupos que apoiaram as candidaturas do senador Tasso Jereissatti (CE) e do governador de Goiás, Marconi Perillo. Mas a aclamação de Alckmin não deve ter o condão de curar as fissuras causadas pela disputa, que continuam, por espaço na nova Executiva nacional.

 

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Líderes tucanos reconhecem que Alckmin ainda terá que atravessar uma longa estrada para recompor o partido nos próximos meses e administrar a divisão pela votação da reforma da Previdência e o desembarque do governo. Se Imbassahy saiu do Planalto, os ministros Aloysio Nunes Ferreira, das Relações Exteriores, e Luislinda Valois, da Secretaria de Direitos Humanos, continuam em seus cargos. O chanceler, por exemplo, afirmou que só sairá em abril, para disputar a reeleição ao Senado.

 

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Na carta de demissão, entregue na tarde de ontem a Temer em São Paulo, Imbassahy elogiou o governo, enalteceu conquistas e disse que assistiu a “momentos de sofrimento”, quando o presidente foi alvo de “ataques virulentos”. Em resposta, Temer ressaltou o apoio que teve do amigo “fraternal”, que ocupou “grandiosamente” a Secretaria de Governo.


Alckmin evitou comentar a saída de Imbassahy, mas líderes da ala oposicionista do partido festejaram a saída. O senador Tasso Jereissati (CE), que abriu mão de disputar a presidência da legenda para apoiar Alckmin, reclamou da demora:

 

— Já estava em tempo. Acho que ele demorou demais e tomou uma decisão tardia, mas antes tarde do que nunca. Basicamente, o PDSB saiu do governo, não vai fazer oposição ao governo, vai ficar independente e vai apoiar as reformas. Amanhã não somos base do governo. E acho que o governador Alckmin vai anunciar isso — disse Tasso.

 

Discurso antipetista

 

O discurso de Alckmim e de outros tucanos, como o prefeito de São Paulo, João Doria, será o de construção de um projeto de centro para 2018. Alckmin deve tentar animar a militância com ataques ao PT. A pauta antipetista também terá a função de mostrar um aspecto que une o PSDB. A expectativa é que Alckmin seja explícito na defesa da coesão tucana, inclusive pelo fato de sua candidatura à presidência da legenda ter surgido como a tentativa final de pacificação.

 

— Estamos vindo de um processo de ruptura muito grande e o Geraldo recebeu tudo quadrado. Terá que ir recompondo para sair desse negócio, vencendo etapa por etapa — avalia o deputado Eduardo Cury (PSDB-SP).

 

Alckmin passou os dois últimos dias apagando incêndios e tentando equilibrar a composição da Executiva nacional. Ontem a noite, ele se reuniu com o pré-candidato a presidente, o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio, que deseja bater chapa com ele disputando prévias. Na contramão dos discursos de unidade e fortalecimento da candidatura de Alckmin, Virgílio fará um discurso forte e “desafiador”, defendendo prévias para a escolha do candidato em 2018.

 

— O PSDB precisa se renovar e acabar com essas decisões de cúpula, temos que realizar prévias amplas e democráticas, cada filiado um voto para escolher o candidato — diz Virgílio.

 

Ao encerrar um período de quatro anos como presidente do PSDB, o senador Aécio Neves (MG) terá participação discreta na convenção. Ele vai comparecer, cumprimentar os novos comandantes do partido e não deve discursar para não constranger os adversários internos ligados a Tasso. Segundo os organizadores da convenção, ele não pediu para discursar e só devem falar o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, Marconi Perillo, Tasso, Doria, Virgílio, o presidente em exercício Alberto Goldman e Alckmin.

 

A tentativa de unidade na contrasta com a guerra travada ontem entre grupos ligados a Tasso e a Aécio na disputa pelo comando da Juventude do PSDB. A chapa que tem como candidato a presidente o paulista Marcos Saraiva, ligado ao grupo de Tasso, acusa a chapa do atual presidente, André Morais, que busca a reeleição, de usar a interferência de dirigentes ligados a Aécio para dificultar a ida a Brasília de delegados aliados.

 

O Globo

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