Xinaik Medeiros se apresenta ao MP enquanto polícia achava na casa dele R$ 13 mil dos 56 milhões roubados da população, que comemorou operação Cauixi

É em Iranduba, mas poderia ser em qualquer um da maioria dos municípios do Amazonas a operação Cauixi que o Ministério Público Estadual, a Controladoria-Geral da União (CGU) e o sistema de Segurança Pública realizam nesta manhã de terça-feira (10) na cidade que fica a 27 quilômetros de Manaus para cumprir cerca de 30 mandados de prisão (temporária, preventiva e coercitiva), busca e apreensão contra o prefeito Xinaik Medeiros, sua irmã, secretários e empresários.

As acusações contra a quadrilha de Xinaik envolvem peculato, corrupção passiva, concussão, falsidade ideológica, fraude em licitação, corrupção, lavagem de dinheiro, responsabilidade fiscal, entre outros crimes.

Nos primeiros raios de sol a operação já estava às portas da prefeitura

Xinaik e sua turma desviaram nada mais nada menos do que R$ 56 milhões por intermédio da quadrilha que o prefeito armou para roubar os cofres públicos e as verbas de convênios estaduais e federais para as áreas de saúde e educação, principalmente.

O prefeito Xinaik não foi preso porque, quando a operação chegou à sua casa, ele já tinha se mandado, antes das 6h da manhã. Parece até que estava adivinhando o que ia acontecer. O procurador-geral do MPE, Fábio Monteiro, disse que as equipes da operação estão nas ruas para prender preventivamente Xinaik, considerado neste momento (8h) como foragido.

Policiais nas ruas para cumprimento de mandados de prisão e apreensão

Entre os presos estão o secretário de Finanças, Davi Queiroz, que era tido como o manda-chuva da cidade, o secretário de Infraestrutura, o presidente da comissão de licitação, Edu Corrêa Souza, a tesoureira do fundo de saúde da prefeitura, além de empresários que se beneficiavam do esquema de desvio de recursos públicos.

A operação Cauixi está em andamento e em instantes traremos mais informações.

Atualização às 9h55

De acordo com a informações da assessoria do MPE passada aos jornalistas que cobrem a operação Cauixi, o prefeito de Iranduba, Xinaik Medeiros, estaria indo se entregar ao procurador-geral neste momento, acompanhado do seu advogado, o presidente da OAB-AM, Alberto Simonetti Neto. 

Operação vasculhou gabinete do prefeito e salas de secretários em busca de provas

(Fotos: Divulgação / Leitor)

Atualização às 11h20

Nesse horário, a população de Iranduba soltou fogos em praça pública quando foi confirmado que Xinaik Medeiros se apresentara na sede da PGE, em Manaus. Agora, o prefeito ficará preso e à disposição da Justiça para explicar a destinação de pelo menos R$ 56 milhões desviados dos cofres públicos do município.

O festejo da população irandubense é justificado pela abusiva ostentação que o prefeito e seu grupo fazia na cidade, desfilando com carrões que ultrapassam em muito a capacidade salarial do próprio mandatário, seus parentes, secretários e amigos. Iranduba não tem mais de 40 mil habitantes, que estão à míngua, principalmente os agricultores dos ramais, com extrema dificuldade para escoar a produção por conta das condições péssimas das estradas de terra batida.

Nádia Medeiros, irmão do prefeito, é uma das pessoas presas pela operação. Ela coordenava o fundo de saúde do município e tinha participação ativa no esquema montado pelo irmão. Os investigadores do MPE e da CGU basearam a operação em dados fidedignos colhidos do cruzamento de dados fiscais e também em interceptações telefônicas, que mostram intensa atividade da quadrilha nos últimos anos. 

Também colaboraram bastante para o sucesso da operação as denúncias feitas por empresários que já não aguentavam mais pagar propina para Xinaik e sua turma, conforme constam nos autos da investigação.

Confira essa situação, já denunciada no PORTAL DO ZACARIAS.