Paulo Coelho com Raul Seixas no Canecão nos anos 1970
O escritor Paulo Coelho comentou sobre a possibilidade de Raul Seixas tê-lo entregado para a ditadura militar: "Fiquei quieto por 45 anos. Achei que levava segredo para o túmulo."
O comentário do autor no Twitter nesta quarta-feira (23) se refere ao livro "Não diga que a canção está perdida" (da editora Todavia), do jornalista Jotabê Medeiros sobre Raul.
No livro, Medeiros conta que Raul foi chamado para depor no Dops (Departamento de Ordem Policial e Social) algumas semanas antes de Coelho ser detido.
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Após a repercussão de seu tuíte, Coelho voltou a escrever: "Não confirmei e não confirmo nada. Eu apenas vi o documento e me senti abandonado na época."
Documento sobre caso
O autor teve acesso a um documento da época no Arquivo Público do Rio de Janeiro. O documento cita que o órgão chegou a Paulo "por intermédio do referido cantor". O caso foi revelado em uma reportagem do jornal "Folha de S.Paulo", que antecipa detalhes do livro.
Em entrevista à BBC Brasil em setembro deste ano, Paulo Coelho relembrou o episódio de tortura sofrido em 1974. "Os militares não entendiam as minhas músicas. Eles diziam 'Quem são esses caras aí? Raul Seixas e Paulo Coelho. Alguma coisa está errada porque a gente não entende o que eles estão falando'."
Fotos: Reprodução
"Então, chamaram o Raul para depor. O Raul era o cantor. Como diz o Elton John, 'Don't Shoot Me, I'm Only the Piano Player' (Não atire em mim, eu sou apenas o pianista). Mas a eminência parda, o cara perigoso, o ideólogo era o letrista. Então eles me prenderam. Agora, tem que justificar uma prisão. Não acharam nada", disse.
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"Quando eu estava preso oficialmente, fichado, com impressão digital, meus pais conseguiram mandar um advogado. Aí, me soltaram no mesmo dia e me sequestraram em frente ao aterro do Flamengo. Me arrancaram do táxi, me jogaram na grama, me botaram a arma. Eu estava entregue. Aí eu fui torturado, apanhei, essas coisas todas."
G1