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26/10/2023

'Cansados de protestar', opositores de Putin pegam em armas e se unem à Ucrânia contra o próprio país

Foto: Reprodução

Recém-criado, Batalhão Siberiano se aliou ao Exército ucraniano em busca de mudança política na Rússia

Numa ravina arenosa perto de Kiev, capital ucraniana, soldados camuflados aprendem os fundamentos da guerra. Eles são russos e estão lá para lutar contra os seus compatriotas. Estes homens pertencem a uma nova unidade, composta por cerca de 50 russos e conhecida como “Batalhão Siberiano”, que se juntou ao Exército ucraniano.

 

— Decidi ir à Ucrânia para lutar contra a Rússia, contra o regime de (Vladimir) Putin, contra o imperialismo — explica um dos combatentes, vulgo Grecha.


A guerra na Ucrânia atraiu voluntários estrangeiros de todos os cantos do mundo. A maioria deles ingressou na Legião Internacional, da qual faz parte o Batalhão Siberiano. Com os rostos cobertos, os homens não querem revelar seus nomes verdadeiros.

 

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O grupo inclui russos, opositores ferrenhos do regime de Moscou e membros de grupos étnicos minoritários da Sibéria. O Batalhão Siberiano não é a única unidade russa que luta ao lado da Ucrânia.

 

Na Primavera passada, duas outras formações foram notícia após breves incursões na fronteira russa: o Corpo de Voluntários Russos, que tem ligações com a extrema direita e os hooligans, e a Legião da Liberdade Russa.

 

Sob condição de anonimato, o porta-voz da Legião Internacional não diz como os russos entram na Ucrânia. Indica apenas que alguns viajam em pequenos grupos e outros sozinhos.

 

— Não os colocamos no porta-malas dos carros — diz ele. — Estas não são travessias ilegais. São perfeitamente legais.

 

Os recrutas estão sob contrato militar e não há prisioneiros de guerra, acrescenta.

 

Grecha nasceu na Crimeia, península ucraniana anexada pela Rússia em 2014, mas viveu quase toda a sua vida em Moscou, onde trabalhou como assistente médico.

 

— Devemos libertar a Ucrânia, a pátria onde nasci na Crimeia. É o meu sonho — diz o homem.

 

Ele diz que participou nas manifestações da oposição russa contra a guerra, mas, segundo ele, foram “inúteis”.

 

— Atualmente na Rússia existe uma ditadura — avalia. — Não estou preso, não sou agente estrangeiro, mas tenho a impressão de que o Estado concede cada vez menos liberdades aos seus cidadãos.

 

O homem deixou a Rússia em 2022 e tentou ir para a Ucrânia, mas "no início não havia organização, não havia informação sobre como entrar".


Ficou em países que não exigem vistos dos russos, até fundar em Varsóvia uma organização chamada Conselho Cívico, que recruta pessoas para o Batalhão Siberiano.

 

Segundo Grecha, a organização concordou em levar ele e sua mulher para a Ucrânia.

 

— Esperei em países terceiros, até que um dia maravilhoso me escreveram (…), deram-nos um itinerário e foi assim que entramos na Ucrânia — conta ele, cujos pais não sabem que se alistou. — Temos opiniões diferentes sobre esta guerra. Já conversamos várias vezes sobre isso e sempre acabamos discutindo.

 

Outro combatente, que se autodenomina Chved, diz que deixou a Rússia há mais de dez anos "devido à perseguição política" e vive na Suécia desde 2011.

 

— Participei durante muito tempo em ações antigovernamentais e anti-Putin e fui forçado a emigrar — diz este homem, que se define como “anarquista”.

 

Outros russos que se juntaram ao Batalhão Siberiano incluem o ativista anti-Kremlin Ildar Dadin.

 

— Nesta guerra, a Ucrânia está do lado da liberdade do povo — diz Chved, que luta desde o ano passado noutra unidade.

 

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— O que temos de fazer agora é derrotar a Rússia de Putin — diz ele, esperando que isto desencadeie uma mudança política na Rússia e em Belarus, seu aliado. — E, para isso, precisamos da vitória da Ucrânia. 

 

Fonte: O Globo

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