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09/04/2024

'Desde pequena gostava de violência': quem era Nishimura Mako, única mulher a conseguir entrar para a Yakuza

Foto: Reprodução

Nishimura Mako, no seu início na Yakuza, pouco depois de amputar o próprio mindinho

Somente os homens podem pertencer à Yakuza.Este é um dos princípios inquebráveis que regem a máfia japonesa, composta por mais de vinte grupos criminosos em todo o país.Em seus mais de três séculos de história, há apenas registros de uma mulher que completou o ritual de pertencimento à Yakuza.

 

Trata-se de Nishimura Mako, que hoje tem 57 anos e que mostrou desde muito jovem uma rebeldia incomum que a levou a se juntar a gangues de motociclistas conhecidas como b?sozoku.A aparência frágil de Nishimura contrastava com sua inclinação para a violência: “Eu era muito boa lutando, nunca perdi para um homem”, confessou uma vez a Martina Baradel, pesquisadora da Universidade de Oxford, que ganhou sua confiança após anos estudando a Yakuza de dentro.

 

Seu histórico criminoso - que incluía desde espancamentos de rivais até tráfico de drogas ou de mulheres para prostituí-las - e seu caráter implacável abriram portas que até então estavam fechadas para mulheres.A decadência da Yakuza nas últimas décadas e circunstâncias pessoais (ela é mãe de dois filhos) levaram Nishimura a abandonar o submundo e dar início a uma vida comum.Hoje ela gerencia uma instituição de caridade que se dedica a ajudar outros ex-membros que, como ela, buscam se reinserir na sociedade.

 

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Fascinada pela história de Nishimura e da Yakuza, Martina Baradel (Trieste, Itália, 1988) teceu uma rede de contatos com personalidades do crime organizado do Japão.Isto permitiu que ela construísse uma estreita amizade com Nishimura Mako, a quem visita frequentemente.A BBC Mundo entrevistou a pesquisadora italiana horas depois de ela encontrar com a ex-membro da Yakuza em Gifu, 270 quilômetros a oeste de Tóquio.Martina Baradel - Se houvesse outra, ela seria conhecida. A polícia tem os registros dos membros da Yakuza. Muitas mulheres ajudaram ou apoiaram a máfia de forma informal, mas não há ninguém como ela.

 

A pesquisadora italiana Martina Baradel, da Universidade de Oxford

A pesquisadora italiana Martina Baradel,

da Universidade de Oxford

 

Foi por causa do chefe, que tomou a decisão inédita de torná-la membro do grupo. E está provado que ela é um membro de pleno direito, pois há fotos de sua cerimônia de sakazuki, que simboliza a lealdade e o compromisso com a máfia japonesa.Baradel - Meu fascínio pela Yakuza começou na minha licenciatura, quando conheci por acaso membros da Yakuza numa praia no Japão. Esse encontro inicial me despertou um profundo interesse, que me motivou a dedicar minha carreira acadêmica ao estudo dessa instituição.

 

O grupo que estuda Yakuza é bem pequeno, então eu fui conhecendo todos eles, de jornalistas a pesquisadores, e meu senpai (mentor) me disse que eu ia conhecer Nishimura e nos apresentou.Baradel - Havia um evento de caridade para a reintegração e reabilitação de ex-presidiários e ela estava lá com as pessoas do seu grupo. Fomos jantar e depois ao karaokê. Ela não bebe, não fuma e mostrou-se cautelosa na primeira vez.

 

Nishimura Mako (abaixo e à esquerda)

Nishimura Mako (abaixo, à esquerda) com seu chefe

e companheiros na Yakuza na década de 1980

 

Depois fui vê-la novamente para conversar um pouco mais. Mais tarde continuei a conhecê-la e estabelecemos uma relação à medida que nos aprofundamos em nossas conversas.Baradel - Ela me confessou que desde muito pequena sentia paixão pela violência e gostava realmente das brigas. Começou saindo com gangues de motociclistas e a ter encontros violentos com outras pessoas, algo que a fascinava.

 

Membros da yakuza

 Fotos: Reprodução

 

E depois percebeu que tinha uma força incomum para a sua composição física, já que mede pouco mais de um metro e meio e pesa 45 kg.Baradel - Ele fez isso quando era bastante jovem, no início de sua carreira, quando tinha cerca de 20 anos. Ela assumiu a responsabilidade por um problema que ocorreu. Drogas perdidas ou algo assim. E depois também pensou que combinaria bem com as tatuagens, pois são os dois símbolos mais visíveis da estética Yakuza.

 

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Além disso, ela afirma que não sente dor e não se importou de amputar também o mindinho dos colegas que não queriam fazê-lo por conta própria. Sua habilidade no ritual de yubitsume, que consiste na amputação da falange final do dedo mindinho, valeu-lhe o apelido de "mestra do corte de dedos". 

 

Fonte: CBN

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