Presidente Jair Bolsonaro
O presidente Jair Bolsonaro orientou nesta terça-feira (8) um apoiador que se apresentou como pré-candidato pelo PSL em Recife (PE) a esquecer o partido. Bolsonaro e dois dos seus três filhos políticos – o deputado federal Eduardo Bolsonaro (SP) e o senador Flávio Bolsonaro (RJ) – são filiados ao PSL.
O diálogo ocorreu enquanto o presidente cumprimentava simpatizantes na saída do Palácio da Alvorada. O canal no YouTube "Cafezinho com Pimenta", que apoia o presidente, transmitiu a conversa pela rede social.
Bolsonaro deu a orientação e criticou o presidente da legenda, o deputado federal Luciano Bivar (PSL-PE), quando o rapaz informou ser de Recife e pré-candidato pelo PSL. O presidente cochichou ao pé do ouvido do homem: "Esquece o PSL, tá ok? Esquece".
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Em seguida, o rapaz falou diante de um celular, ao lado do presidente, “eu, Bolsonaro e Bivar juntos por um novo Recife. Aê!”. O presidente falou que o rapaz não deveria divulgar a gravação, pois Bivar estaria “queimado para caramba”.
“O cara, não divulga isso não, cara. O cara está queimado para caramba lá. Entendeu? [...] Esquece o partido”, afirmou Bolsonaro.
Outros apoiadores também sugeriram ao rapaz que apagasse o vídeo. O homem disse “vou esquecer, vou esquecer” e refez o vídeo com os dizeres “Recife, eu e Bolsonaro!”.
Bivar é um dos nomes do PSL citados em investigações sobre supostas irregularidades na campanha eleitoral de 2018. Em Pernambuco, a Justiça Eleitoral apura se o parlamentar usou uma candidata laranja para desviar de dinheiro do fundo especial de campanha. Ele nega irregularidades.
As suspeitas de candidaturas-laranjas também surgiram em Minas Gerais, onde o atual ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, que é deputado eleito pelo PSL, foi denunciado pelo Ministério Público Eleitoral pelos crimes de falsidade ideológica, apropriação indébita eleitoral e associação criminosa. O ministro nega irregularidades na campanha.
Deputado federal por 28 anos, Bolsonaro migrou para o PSL em 2018 a fim de disputar a eleição presidencial. O partido, que era nanico, se beneficiou com a onda em favor de Bolsonaro, vitorioso no pleito, e elegeu a segunda maior bancada da Câmara dos Deputado.
O PSL tem um histórico de brigas internas e uma possível saída de Bolsonaro da legenda é discutida nos bastidores há meses, contudo, na segunda-feira (7), o porta-voz do Planalto, Otávio do Rêgo Barros, negou a possibilidade no momento.
“Não há da parte do presidente agora qualquer formulação sobre uma suposta transição de partido”, disse o porta-voz.
G1