03 de Maio de 2024 - Ano 10
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Saúde
29/01/2024

Obesidade é fator de risco para 13 tipos de câncer

Foto: Divulgação

O tecido adiposo induz a secreção de substâncias inflamatórias, que estimulam a multiplicação celular e o risco do surgimento de células cancerígenas.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística1 estima que 60% dos adultos brasileiros estão acima do peso e 25% são obesos, num total de 41 milhões de pessoas. Projeções da Federação Mundial de Obesidade2 dão conta que, até 2035, o País terá 41 milhões de pessoas com excesso de peso.

 

Além de ser um fator de risco para hipertensão arterial, diabetes e aumento do colesterol, a obesidade é responsável por 4% a 8% dos casos de câncer3. Estudos 4,5 apontam que o sobrepeso e o excesso de gordura corporal estão associados a 13 tipos de câncer: colorretal, endométrio, esôfago, estômago, fígado, mama, mieloma múltiplo, meningioma, ovário, pâncreas, rins, tireoide e vesícula biliar.

 

O oncologista Luiz Gustavo Torres, da Oncologia D’Or, explica que o câncer é uma doença provocada por complexa interação de fatores. “Alguns deles, como o histórico familiar e o avançar da idade, não há como mudar.

 

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Mas existem outros que podem ser reduzidos com a alteração do estilo de vida, como é o caso do sobrepeso, da obesidade, do tabagismo, do sedentarismo, da exposição a substâncias cancerígenas e do consumo excessivo de álcool e alimentos multiprocessados”, pondera.  A Organização Mundial da Saúde6 define a obesidade como o acúmulo anormal ou excessivo de gordura a ponto de prejudicar a saúde.

 

O Índice de Massa Corporal (IMC) é usado para mensurar se a pessoa está dentro do peso ideal para a sua altura. Indivíduos com IMC de 25 a 29 kg/m2 são considerados com sobrepeso. Os obesos são divididos em três categorias: classe 1 (IMC entre 30 a 34,9 kg/m2), classe 2 (IMC entre 35 e 39,9 kg/m2) e classe 3 (IMC igual ou maior a 40 kg/m2).

 

PORQUE A OBESIDADE É UM FATOR DE RISCO?

 

Segundo o médico Luiz Gustavo Torres, mestre em Ciência pela Fiocruz/ENSP, a tese mais aceita para considerar o sobrepeso e a obesidade como fatores de risco para o câncer é que o tecido adiposo aumenta a secreção de substâncias inflamatórias, que estimulam a multiplicação das células. “Quanto mais as células se multiplicam, maior é a possibilidade de surgirem células cancerígenas”, observa.

 

O aumento da inflamação pelas células adiposas leva à produção extra de hormônios e fatores de crescimento. “Este cenário favorece a divisão celular mais frequente, aumentando o risco do surgimento de células do câncer e da multiplicação celular sem controle, o que resulta no desenvolvimento da neoplasia”, esclarece o médico.

 

PREVENÇÃO

 

Além de manter a alimentação saudável, a prática de exercícios físicos é uma grande aliada para quem quer ter o peso ideal para sua altura. Pesquisadores da Universidade de Cornell, nos Estados Unidos, realizaram um estudo de revisão7 para analisar os benefícios da atividade física para cada tipo de câncer associado ao sobrepeso e à obesidade.

 

De acordo com esses pesquisadores, uma meta-análise de 38 estudos mostrou que qualquer atividade física estava associada a um risco 13% menor de câncer de mama. Um estudo envolvendo 70 mil norte-americanas revelou que mulheres que praticavam até sete horas de atividade física por semana tinham um risco 20% menor de câncer de endométrio. Já uma pesquisa brasileira realizada na região Amazônica descobriu que as pessoas com os mais altos níveis de atividade física praticados entre cinco anos e 15 anos tinham até 80% menos chance de ter câncer gástrico.

 

CIRURGIA BARIÁTRICA

 

Pesquisadores australianos fizeram um estudo de revisão sistemática e meta-análise8 das evidências encontradas de 2007 a 2023 da prevenção de câncer após cirurgia bariátrica. No total foram avaliados 511.585 pacientes que realizaram este procedimento, em comparação com 1.889.746 pessoas com obesidade mórbida tratados com terapias convencionais.

 

A meta-análise sugeriu que a cirurgia bariátrica foi associada à redução de 38% da incidência geral de câncer e de 41% dos tumores associados à obesidade. O estudo também detalhou o impacto do procedimento cirúrgico para 13 tipos de câncer. Por exemplo, a cirurgia bariátrica reduziu em 65% o câncer no fígado, 62% no endométrio, 59% na vesícula, 55% no ovário, 48% no pâncreas, 44% na mama e 37% no intestino (cólon e reto).

 

Não houve redução significativa na incidência de câncer no esôfago, gástrico, tireoide, rim, próstata ou mieloma múltiplo após cirurgia bariátrica em comparação com pacientes com obesidade mórbida que não foram submetidos à cirurgia bariátrica.

 

REFERÊNCIAS

 

Pesquisa Nacional de Saúde de 2019: atenção primária à saúde e informações antropométricas no Brasil. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Coordenação de Trabalho e Rendimento do Ministério da Saúde.

 

Atlas Mundial da Obesidade 2023.

 

Sukanya Pati e al. Obesity and Cancer: A Current Overview of Epidemiology, Pathogenesis, Outcomes, and Management. Cancers 2023 , 15 (2), 485.

 

Jenabi, E.; Poorolajal, J. The effect of body mass index on endometrial cancer: a meta-analysis. Public health 2015 , 129 , 872–880.

 

Hoyo, C.; Cozinheiro, MB; Kamangar, F.; Freedman, ND; Whiteman, DC; Bernstein, L.; Marrom, LM; Risch, HA; Sim, W.; Afiado, L.; e al. The effect of body mass index on endometrial cancer: a meta-analysis. Public healthBody mass index in relation to adenocarcinomas of the esophageal and esophagogastric junction: a joint analysis of the International BEACON Consortium. Internacional J. Epidemiol 2012, 41 , 1706–1718.

 

Organização Mundial da Saúde. Disponível em Link.

 

Elizabeth Larson et al. The role of exercise in obesity-related cancers: Current evidence and biological mechanisms. Seminars in Cancer Biology. Volume 91, 2023, Pages 16-26.

 

Robert Wilson e al. Systematic Review and Meta-Analysis of the Impact of Bariatric Surgery on Future Cancer Risk. Int. J. Mol. Sci. 2023, 24(7), 6192.

 

SOBRE A ONCOLOGIA D’OR

 

Criada em 2011, a Oncologia D'Or é o projeto de oncologia da Rede D'Or formada por clínicas especializadas no diagnóstico e tratamento oncológico e hematológico, com padrão de qualidade internacional e que, atualmente, está presente em onze estados brasileiros e Distrito Federal.

 

O trabalho da Oncologia D'Or tem por objetivo proporcionar, não apenas serviços integrados e assistência ao paciente com câncer com elevados padrões de excelência médica, mas um ambiente de suporte humanizado e acolhimento.

 

A área de atuação da Oncologia D'Or conta com uma rede de mais de 55 clínicas, tem em seu corpo clínico mais de 500 médicos especialistas nas áreas de oncologia, radioterapia e hematologia e equipes multidisciplinares que trabalham em estreita parceria com o corpo clínico da maioria dos mais de 75 hospitais da Rede D'Or.

 

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Além disso, a presença das clínicas da Oncologia D'Or em mais de 20 hospitais da Rede, abrange a área de atuação em toda a linha de cuidados, seguindo os moldes mais avançados de assistência integrada, proporcionando maior agilidade no diagnóstico, mais conforto e eficiência para o tratamento completo dos pacientes.

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