Lúcio Carril é sociólogo e especialista em gestão e políticas públicas pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo
*Por Lúcio Carril - Não faz muito tempo, fascistas falavam sem quase ninguém pra ouvir e seus horrores não tinham muita ressonância, tampouco articulação em rede ou atuação sistêmica. Eram almas a vagar num ambiente impróprio para a propagação das suas ideias antidemocráticas.
As próprias elites não se dispunham a vociferar abertamente contra a democracia, tendo que conviver com suas raízes golpistas, sem se arvorar ao golpe. Mas não estavam mortas em seus anseios. O hábito terminou fazendo o monge.
Deu-se o golpe, num novo jogo político determinado pela nova geopolítica mundial chamada de "Guerra Híbrida".
Na esteira fascista surgiu uma candidatura fascista, ressuscitando velhos clichês e ofertando espaço para articulação em rede da turba, que vivia atordoada pelas esquinas gritando contra a democracia.
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E assim está sendo. Os fascistas conseguiram oxigênio para respirar e preparar um novo ambiente, fascista clássico e com novas bandeiras carregadas de preconceitos, racismo, misoginia e violência em geral.
Quem votou e elegeu Bolsonaro, um misantropo grosseiro e despreparado, e continua a defendê-lo, tem identidade com o fascismo, seja ele pobre, de classe média ou rico.
São muitos os fascistas, agora atuando à luz do dia. Eles estão à procura de sangue como vampiros famintos. Todos que defendem a democracia são seus alvos. Políticos, artistas, profissionais liberais, cidadãos e cidadãs democratas estão sob ameaça, com seus espaços invadidos por agentes que tocam o terror, sem respeitar famílias e outros grupos sociais.
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Os fascistas emergiram dos esgotos para as esquinas e agora são um bando de hematófagos buscando se saciar nas veias dos democratas.
*Lúcio Carril é sociólogo e especialista em gestão e políticas públicas pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo.