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11/01/2022

'Paciente na UTI', 'cenário trágico' e 'ninguém maior que o clube': a primeira coletiva de Ronaldo como gestor do Cruzeiro

Foto: Reprodução

Primeira entrevista coletiva de Ronaldo à frente do Cruzeiro

Quase 28 anos após deixar o Cruzeiro rumo à Europa como jogador promissor, Ronaldo voltou a responder a perguntas de jornalistas como representante do clube nesta terça-feira. Em um cenário totalmente diferente para ele e para o clube. O Cruzeiro, nas palavras do atual dono de 90% das ações da SAF, é um "paciente na UTI".

 

E para ajudar no tratamento, a atual gestão entende que é necessário muito esforço, e a compreensão de que nenhuma atleta (nem mesmo um dos maiores ídolos do clube) é maior do que a instituição. Já na primeira resposta aos jornalistas, o Fenômeno falou sobre Fábio e situação financeira catastrófica do clube.

 

- Fábio foi e vai ser sempre um ídolo pro Cruzeiro e pra torcida cruzeirense. Nós diante do cenário atual fizemos um esforço muito grande para oferecer uma proposta decente a ele, respeitando a sua história no clube, a sua trajetória. E infelizmente durante a negociação, houve uma negativa por parte dele, o que também nos pegou de surpresa, mas entendemos que todo o sacrifício que deveríamos ter feito, foi feito. E temos que virar a página, seguir adiante - disse.

 

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"Todo esforço que a gente podia ter feito para manter o Fábio e oferecer a ele um período para ele se despedir da torcida, da casa que foi sua durante tantos anos, foi feito. Uma pena que não chegamos a um acordo. Mas temos que seguir adiante. O Cruzeiro é maior do que qualquer atleta, qualquer nome que você possa imaginar, o Cruzeiro tem sempre que ser o protagonista."

 

Segundo Ronaldo, a dívida encontrada no cruzeiro já ultrapassa a casa do bilhão, com receitas para os próximos dois anos já antecipadas. "Cada dia que abrimos uma gaveta encontramos alguma surpresa negativa", lamenta. Nesse cenário, o Fenômeno diz que o clube não pode se dar ao luxo de gastar mais do que arrecada.

 

- Infelizmente o cenário hoje é bem complicado, com receitas até o próximos dois anos já antecipadas, inclusive já gastas. Nós encontramos um cenário realmente trágico no clube, mas temos que estancar o sangramento, que cuidar.

 

"Diria que o cruzeiro é um paciente em estado grave, na UTI, e nós estamos oferecendo o tratamento necessáiro para que saia dessa condição, e que possamos fazer o máximo pra que seja o clube grande que merece ser."

 

Transfer Ban: prioridade e R$ 140 milhões

 

Dentre todas as prioridades de Ronaldo no Cruzeiro, a resolução das dívidas com clubes que já culminaram (e ainda podem culminar) em punições com transfer ban é a principal. Só neste mês de janeiro, o Fenômeno esclareceu que o clube precisa pagar R$ 23 milhões. Os débitos são referentes às compras de Arrascaeta (Defensor-URU) e Riascos (Mazatlán).

 

Isso para pagamento já agora. A projeção é que, só entre 2022 e 2023, a dívida global com clubes pela aquisição de jogadores totalize R$ 140 milhões.

 

"De imediato, para ainda o fim deste mês de janeiro, temos uma obrigatoriedade de pagar R$ 23 milhões. E durante este ano e o próximo alcançando esse valor total de R$ 140 milhões."

 

- Esta é uma dívida que dificilmente poderá ser negociada, mas vamos tentar negociar essas dívidas, entender um pouco das outras dívidas também, e enfim, nosso compromisso é de cumprir com todas as dívidas que nos corresponde - completou.

 

Mais respostas

 

"Exemplo Fábio" e busca por time competitivo

 

- O que vamos buscar é realmente sanear o clube. Encontrar esse equilíbrio de receita e custo. Esse é o nosso primeiro desafio. Logicamente encontramos um cenário onde as receitas já estão antecipadas e gastas. Vamos ter que buscar novas receitas para fazer com que o clube tenha o seu funcionamento adequado. Isso não quer dizer que não vamos ter uma equipe competitiva. Muito pelo contrário, estamos trabalhando para ter uma equipe competitiva, através do Pedro Martins, Paulo André e Paulo Pezzolano. Encontraremos jogadores com o custo que se encaixa na realidade atual do clube, mas que sejam realmente competitivos e que possamos durante o ano ter a possibilidade de voltar à primeira divisão, que é o nosso principal objetivo.

 

Planejamento

 

- Ainda estamos no processo de análise do clube. Temos uma oferta de compra, no qual a gente ainda está nesse processo de análise do clube. Estamos descobrindo ainda, abrindo todas as gavetas do clube para entender a real situaçaõ. Posso adiantar que a situação é muito dura, muito difícil. Vamos precisar de um período longe de no mínimo um ano a dois anos para encontrarmos um certo equilíbrio no clube. Mas de qualquer maneira, estou muito animado, sou entusiasta de que podemos fazer um time competitivo para buscar os resultados esportivos que a gente espera para este ano.

 

Aporte de R$ 400 milhões

 

Não existe ainda um planejamento de aporte financeira ao clube. Primeiro nós estamos criando um novo padrão de gestão, que eu acho que é o mais importante. É a maior ajuda que podemos dar nesse momento ao clube, é criar esse novo padrão de gestão, um padrão eficiente, sustentável. Acho que essa é a principal mensagem que posso deixar ao torcedor. Aqui faremos uma gestão totalmente eficiente. Não gastaremos um centavo a mais do que arrecadaremos. Logicamente que vou cumprir com meus compromissos contratuais de acordo com a aquisição da SAF. Portanto quando tiver um planejamento ou cronograma em relação a isso voltaremos a falar e deixar isso um pouco mais claro e transparente para vocês.

 

Há risco de voltar atrás na decisão de comprar 90% do Cruzeiro SAF?

 

- Tecnicamente, sim. No contrato, há essa saída. Mas está longe da minha cabeça, do meu pensamento desistir do projeto. No momento estamos no processo de análise do clube, entender o tamanho do buraco, o tamanho da dívida. Entender os credores, enfim. Mas o meu desejo é continuar e ficar aqui até fazer com que o clube volte a ser grande como era antes.

 

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Planejamento a médio e longo prazo

 

- Este é o nosso objetivo: fazer com que o clube dispute grandes títulos, grandes competições, e que seja protagonista tanto no Brasil como na América do Sul. Esse é o nosso objetivo a médio e longo prazo. Mas a curto prazo temos um objetivo principal e único que temos que pensar, que é voltar à Série A do Campeonato Brasileiro. Para isso, o nosso planejamento é realmente reduzir custos em todas as esferas do clube. Transmitir esse novo padrão de gestão a todos os funcionários, atletas e colaboradores do clube. E a partir daí, com a gestão eficiente e sustentável, a gente pensa logicamente a médio e longo prazo em disputar todos os títulos da grandeza que o clube merece.

 

Fonte: GE

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