Lula declarou que, na avaliação dele, o ex-presidente não merece absolvição
Se a Justiça entender que ele pode concorrer, ele vai concorrer. Mas, se for comigo, vai perder outra vez — disse Lula em entrevista a rádios de Minas Gerais. Bolsonaro foi condenado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e está inelegível por causa de uma reunião com embaixadores em que disseminou informações falsas sobre o sistema eleitoral. Lula declarou que, na avaliação dele, o ex-presidente não merece absolvição.
O presidente também criticou a discussão sobre anistia aos envolvidos no 8 de janeiro antes mesmo de os julgamentos terminarem e afirmou que "quem tentou dar um golpe e articulou a morte do presidente, vice e presidente do TSE não merece absolvição". A fala é uma referência ao plano descoberto pela PF, do qual Bolsonaro teria ciência, segundo a investigação, que previa os assassinatos de Lula, do vice Geraldo Alckmin e do ministro Alexandre de Moraes.
Quem tentou dar um golpe e articulou a morte do presidente, do vice-presidente e do presidente do TSE não merece absolvição. Por menos do que eles fizeram, muita gente no partido comunista foi morto — disse.
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ALIANÇA COM PSD
Lula afirmou também que a aliança com o PSD é "forte", afirmou que o ministro Alexandre Silveira (Minas e Energia), alvo de pressão no Congresso, será mantido na pasta, mas errou um dos ministérios que o partido tem no governo.
— Tenho aliança muito forte com o PSD. Tenho três ministros do PSD no governo. Alexandre Silveira é ministro extraordinário, tem feito trabalho excepcional e será mantido. Tenho o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, que é grande ministro, e o ministro do Turismo — disse Lula.
O PSD, na verdade, está à frente do Ministério da Pesca, com André de Paula. O Turismo é comandado por Celso Sabino (União Brasil), mas o presidente do PSD, Gilberto Kassab, já externou a aliados de Lula o desejo de assumir a pasta.
ESTRATÉGIA DE COMUNICAÇÃO
Na segunda-feira da semana passada, a pesquisa Genial/Quaest mostrou que o índice de aprovação ao governo Lula recuou cinco pontos, de 52% para 47%, e ficou pela primeira vez atrás do percentual dos que reprovam a atual gestão. Segundo o levantamento, 49% agora dizem desaprovar o presidente, dois pontos a mais do que o índice dos que aprovam.
Fotos: Reprodução
Os segmentos que puxaram a piora foram aqueles que costumam despontar — e ainda despontam — como base de sustentação de Lula. Eleitores de baixa renda e moradores do Nordeste registraram quedas de sete e oito pontos na aprovação, respectivamente. Para o instituto, o cenário resulta da mistura entre frustração com promessas não cumpridas.
Já o governo vê o aumento do preço dos alimentos e a crise envolvendo o Pix como os principais responsáveis pelo tombo na aprovação da gestão. O Planalto aposta na mudança da comunicação, com a substituição do petista Paulo Pimenta pelo publicitário Sidônio Palmeira na Secretaria de Comunicação Social (Secom), para reverter o quadro.
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Sidônio assumiu um dia antes de o governo decidir recuar na portaria do Pix, em 14 de janeiro, com o compromisso de intensificar a atuação do governo nas redes sociais, de olho no enfrentamento ao bolsonarismo e à disseminação de fake news. Ele defende que mentiras e desinformações têm criado uma "cortina de fumaça" que impede que as ações da gestão cheguem à população brasileira, e que a gestão precisa saber se antecipar a isso.
Fonte: O Globo