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03/07/2020

'Sem vacina, acho que cancelam a Olimpíada', diz brasileiro no Japão

Foto: Divulgação / Kashiwa Reysol

Richadrson, ex-Ceará, joga no Japão desde o início de 2019

Adiados para 2021, os Jogos Olímpicos de Tóquio correm o risco de não acontecer. Ao menos essa é a visão de quem vive no Japão e acompanha de perto o que está sendo feito no país para conter a pandemia de coronavírus.

 

"Eu estou vendo todos os cuidados e investimentos que os japoneses estão fazendo para receber o evento, mas eu acredito que se não houver vacina, não vai ter condições de ser realizada a Olimpíada. A medicina aqui está correndo contra o tempo para conseguir essa vacina para dar segurança não só para a população daqui, mas aos atletas e espectadores que vão vir. Até pela cultura japonesa de ver as situações de risco, acho que devem cancelar o evento caso não encontrem uma vacina", opinou Richardson, meia de 28 anos e que desde 2019 atua no Kashiwa Reysol, time com sede em uma cidade há cerca de 30 km de Tóquio.

 

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Apesar de estar localizado muito mais perto da China, local onde a pandemia de coronavírus começou, o Japão registrou, até o momento, cerca de mil mortes pela doença, enquanto que o Brasil, do outro lado do mundo, já ultrapassou os 60 mil óbitos.

 

Toda essa diferença, para Richardson, está na educação da população: "Quando começou a pandemia, e até hoje, existe um cuidado muito grande aqui no Japão. Acho que é algo cultural, pois nós, brasileiros, relevamos alguma situação e achamos que nunca vai acontecer com a gente. Aqui o pessoal respeita muito as normas."

 

E isso foi conquistado sem a necessidade de medidas tão radicais. "Quando começou a pandemia aqui no Japão, todos os campeonatos do país pararam, mas em nenhum momento fomos obrigados a ficar em casa. Não foi determinado como lei ficar de quarentena, mas pediram que a população saísse somente quando fosse necessário. Eu, particularmente, continuei em casa treinando online e ocorreu tudo tranquilo."


O retorno da J-League, a primeira divisão do Campeonato Japonês, e que só teve uma rodada disputada antes da parada, está marcada para este sábado e o Kashiwa Reysol, de Richardson, um dos líderes do torneio, encara o Tokyo.

 

A volta do futebol, a presença de Nelsinho Baptista, atual técnico do Kashiwa, e até mesmo o que o atleta planeja para o futuro foram tratados na entrevista. Confira:

 

R7: Assim como na maioria dos países do mundo, os treinos ficaram parados por um longo tempo no Japão. Como foi a volta aos trabalhos e, na questão do distanciamento social, como está o retorno?

 

Richardson: A gente passou quase três meses sem treinar no clube, fazendo apenas treinos online com o pessoal da comissão técnica. Desde o dia 1º de junho, voltamos a trabalhar presencialmente, mas com alguns protocolos. Começamos os treinamentos divididos em grupos de sete jogadores, após dez dias trabalhamos em grupos de 14 e só depois voltamos todos juntos, mas ainda com algumas medidas a serem seguidas, como de banho, distanciamento social e frequentemente fazendo o exame da covid-19. Está sendo bem legal a volta com todos os cuidados necessários e esperamos que tudo se normalize o mais rápido possível, não apenas dentro no futebol, mas na sociedade como um todo.

 

Richardson é titular absoluto do Kashiwa Reysol

Foto: Divulgação / Kashiwa Reysol


Para um jogador de futebol, imagino que seja horrível ficar tanto tempo assim sem jogar. Está ansioso para retornar aos gramados?

 

Ficamos tristes por não jogar, mas foi uma situação necessária para ter um cuidado maior com a saúde de todo mundo. Estamos ansiosos para poder voltar, nem por lesão eu passei um tempo tão grande na minha carreira sem atuar. Mas foi um caso extremo de sociedade, pois sabemos que foi por uma causa maior e temos que pensar no bem coletivo da humanidade. A gente esperar voltar a partir do dia 4 de julho com força máxima e readquiri essa forma que a gente perdeu nesse tempo de paralisação.

 

No Kashiwa, você é treinado por Nelsinho Baptista, técnico bastante experiente e muito respeitado no Japão. Isso facilitou a sua adaptação?

 

Acho que pelo comando ser brasileiro foi mais fácil minha adaptação, mas acredito também que minha característica de jogo colaborou. Sempre fui um jogador de muita intensidade e marcação forte e tudo isso conspirou na minha adaptação rápida. O Nelsinho é muito experiente e tem o conhecimento muito grande do Japão. Estou feliz aqui e espero dar continuidade nesses bons números que eu venho tendo aqui na sequência da minha carreira.

 

Porém, Nelsinho é idoso, e mais vulnerável ao vírus. Ele poderá estar à beira do campo normalmente, ou algo preventivo está sendo tomado?

 

Estamos tomando todo cuidando necessário, não só com o Nelsinho por ele ser do grupo do risco, mas todos os jogadores e a população em geral está tomando muito cuidado. Não foi informado nada para a gente, ele deve trabalhar normalmente na nossa estreia.

 

Você está no Japão, mas acredito que grande parte da sua família esteja no Brasil, onde a pandemia ainda parece longe de passar. Como é para você voltar ao trabalho sabendo que seus parentes podem estar correndo risco?

 

Está todo mundo bem consciente e tomando todos os cuidados necessários, e isso me dá uma tranquilidade para poder trabalhar sem ter nenhuma preocupação. Estou bem focado no meu trabalho, nos treinos e consequentemente no retorno dos jogos. Ficamos preocupados com a população do Brasil, mas em relação a minha família, está todo mundo bem.

 


Você construiu uma bela identificação com o Ceará. Tem vontade de voltar ao clube, ou a algum outro, ou deseja permanecer no Japão por muitos anos?

 

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Tive uma identificação com o Ceará muito rápido. Ainda não pensei em um possível retorno, a princípio tenho contrato até o final de 2021 com o Kashiwa Reysol. Estou muito feliz aqui e desejo permanecer, mas nunca se sabe, dependendo de alguma situação posso voltar, mas a não vou esconder que a prioridade é permanecer mais um tempo no Japão.

 

R7

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