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05/10/2020

'Tudo para a mulher preta dá mais trabalho', diz Ludmilla sobre feminismo. VEJA

Foto: Reprodução

Em entrevista à "Glamour Brasil", cantora debateu também debateu o racismo estrutural e conta se a fama deu uma blindada no preconceito

Ludmilla é uma das apresentadoras do prêmio Sim à Igualdade Racial, promovido pelo Instituto Identidades do Brasil, que acontece no dia 10, em formato virtual e também exibido pelo Multishow, a partir das 17h.

 

Em entrevista à Glamour Brasil, a cantora debateu o racismo estrutural, se a fama deu uma "blindada" nos casos de preconceito e como enxerga as diferenças de pautas entre o feminismo branco e o feminismo negro.

 

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Glamour Brasil: Primeiramente, prazer em falar com você. Qual a importância de debatermos o racismo?

 

Ludmilla: Imagina, o prazer é todo meu. Ao meu ver esse debate tem uma importância primordial, há tempos esse movimento começou, mas só agora ele tomou mais corpo, né? Conseguimos avançar em muitos aspectos, não podemos e não vamos recuar, porque apesar de termos avançado em muitos âmbitos, ainda é pouco, temos mais a conquistar. Espero sinceramente que esse debate traga mudanças significativas. Precisamos eliminar o racismo do mundo, não pode haver diferença, o preto tem que ter as mesmas oportunidades, porque ele também tem capacidade de ocupar os mesmos lugares que os brancos. Enquanto houver desigualdade racial, nosso lugar será de subordinação e seremos invisíveis. Vamos repetir esse discurso como mantra até entrar na cabeça das pessoas. Mesmo!

 

Ludmilla participa de fórum contra racismo (Foto: Chico Cerchiaro)

 

Na sua opinião, quais políticas precisam ser tomadas na luta anti-racismo e na busca por igualdade racial?

 

Vou falar do básico, primeiramente é necessário oferecer educação de qualidade, as cotas estão aí há anos para dar aos meus a oportunidade de ingressar em uma faculdade pública, mas é muito necessário também que a gente tenha condições de pleitear e conquistar a vaga de igual para igual com os brancos que estudaram em colégios bacanas. Em seguida, precisamos falar em saúde de qualidade, porque muitas doenças e desigualdade em saúde vêm das condições em que as pessoas nascem e vivem. As questões sociais, raciais e de gênero estão diretamente ligadas a esse desequilíbrio em saúde. Há um tanto de coisas a melhorar, mas com educação e saúde creio que podemos pensar em um ensaiar esse papo de igualdade

 

Mesmo sendo uma das maiores cantoras da atualidade, você ainda sofre com o racismo ou a fama, de uma certa forma, deu uma blindada?

 

Claro que ainda sofro, é verdade que, talvez, se não fosse famosa, as formas fossem mais grosseiras, mas o racismo é uma coisa que está tão incrustada em nossa estrutura, que todos nós precisamos prestar bastante atenção. Nós, pretos, não podemos mais deixar passar.

 

Ludmilla  (Foto: Chico Cerchiaro)

Fotos: Reprodução

 

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Você enxerga diferença nas pautas entre feminismo branco x feminismo negro?

 

Mas é claro! A mulher preta além de defender o feminismo, tem que se preocupar com a luta contra o racismo. Tudo para a mulher preta dá mais trabalho, tem que ser provado mais vezes. A mulher a preta, por muitas vezes, começa a trabalhar muito cedo e em funções bem inferiores. A mulher preta tem as lutas do feminismo mais a do racismo. Tá ligado? 

 

Globo/Glamour

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