15 de Junho de 2024 - Ano 10
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Internacional
28/12/2021

2021: Biden encerra unilateralismo, mas vê desafios internos

Foto: Reprodução

Biden

O primeiro ano do democrata Joe Biden no poder foi marcado pelo antagonismo em relação a Donald Trump na agenda internacional, mas também por uma série de dificuldades políticas internas que derrubaram a popularidade do presidente.

 

Cumprindo a promessa de campanha de voltar a colocar os EUA em destaque nos organismos internacionais e em pactos multilaterais, como o Acordo de Paris, Biden começou o ano em alta.

 

Para o professor da Escola de Relações Internacionais da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Pedro Brites, um dos destaques desse início de governo é a tentativa de "reconstruir a imagem dos EUA e de retornar a uma perspectiva mais multilateral".

 

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"Ele dá alguns sinais nesse sentido, como a própria relação com a Europa, uma pauta importante nesse primeiro ano, e até uma retomada de certa liderança dentro das organizações internacionais. Mas, ainda no plano internacional, a gente observa que a disputa com a China continua sendo um aspecto importante, independentemente do governo", diz o professor em entrevista à ANSA.

 

Brites refere-se ao constante embate contra o governo de Xi Jinping, que permeou diversos setores das relações bilaterais, incluindo o anúncio de um boicote diplomático dos EUA aos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim, programados para fevereiro.

 

O professor do Programa de Mestrado em Economia e Mercados da Universidade Presbiteriana Mackenzie Clayton Pegoraro destaca que, para os americanos, "falar da China sempre provoca estabilidade ou instabilidade no mercado".

 

"Por isso que, no fundo, todo mundo sempre quer negociar com a China. Todos falam, mas querem negociar com a China. É uma reafirmação da força norte-americana do 'temos de ter um inimigo', alguém para ir contra", pontua o especialista à ANSA.

 

Brites concorda com a tese e ressalta que "essa é a tendência natural dos EUA: ficar disputando com outras áreas de influência geopolítica". "Não vejo como um novo momento, mas como uma continuidade de um movimento", acrescenta.

 

Pandemia e vacinação

 

Os especialistas, porém, divergem sobre a estagnação da campanha de vacinação e a gestão da pandemia de Covid-19.

 

Questionados se a resistência à imunização tem a ver com o desejo dos republicanos de afetar o governo Biden, já que a campanha começou muito acelerada, mas estagnou em cerca de 70% da população, os dois veem a situação de maneiras diferentes.

 

"Os EUA têm muito a questão de 'fake news', com grupos disseminando falsas notícias sobre os efeitos da vacina. Os números mostram que a vacinação tem efeitos positivos, e não acho que seja uma espécie de retaliação ao governo Biden. Enxergo mais pela questão cultural norte-americana", diz Pegoraro.

 

Já Brites acredita que ambos os fatos têm ligação. "Com certeza, esse é um aspecto importante. Você tem uma polarização política que se manteve durante as eleições e após também. O que o governo tem tentado fazer para mitigar esses efeitos é apertar as normas para que as pessoas se vacinem, o que não tem sido bem recebido, inclusive dentro do partido democrata", ressalta.

 

2022

 

O ano que se aproxima é visto como essencial para definir o restante do governo Biden e sua tentativa de recolocar os EUA como líder em diversos assuntos, como as mudanças climáticas, a gestão da pandemia e as crises internacionais.

 

Brites aponta que uma das principais medidas será implementar, de fato, os pacotes de ajuda trilionários aprovados neste ano e ver "como isso realmente vai afetar a economia norte-americana".

 

"Acho que esse é um ponto importante, talvez o balizador da capacidade do governo de se manter firme", acrescenta.

 

No plano internacional, diz Brites, "imagino que seja um ano de tendência de competição com a China". "Acho que tende a se aprofundar, a se tornar mais grave", alerta.

 

O professor também destaca a relação com a Europa, que, após um início de ano promissor, foi abalada no segundo semestre por conta de um acordo entre EUA, Austrália e Reino Unido.

 

"A gente teve recentemente uma tensão com a União Europeia, mais com a França, e a França habilmente conseguiu fazer desse um problema europeu", diz o especialista da FGV sobre a decisão da Austrália de cancelar uma compra de submarinos franceses para adquirir equipamentos dos EUA.

 

Pegoraro também acredita que "será um ano de desafios" porque a economia deve retomar no segundo semestre, e ressalta que é possível que haja uma desvalorização do dólar, o que faria com que Biden "tivesse mais problemas".

 

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"Será um ano decisivo para os EUA como potência global e para quem quer ser a principal potência global. O ano será decisivo, especialmente, porque [Biden] vai ter de gerar emprego e renda", finaliza. .

 

Fonte: Terra

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