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Empresa ligada a 'Rei' e 'Príncipe do Carbono' é alvo das autoridades após ser acusada de expansão ilegal em terras de Lábrea
Foto: Divulgação

A Superintendência do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) no Amazonas notificou os sócios da Stoppe LTDA, vinculados ao CNPJ 10.329.193/0001-82, para esclarecerem uma possível expansão irregular de terras no município de Lábrea. A investigação alcança Ricardo Villares Lot Stoppe, Catarina Villares Stoppe e João Antônio Villares Stoppe, todos associados a Ricardo Stoppe Júnior, renomado comerciante de créditos de carbono e alvo de apuração pela Polícia Federal (PF) na operação Greenwashing.

 

No dia 30, o Diário Oficial da União (DOU) divulgou um aviso confirmando que uma auditoria na matrícula nº 1.285 detectou sinais de deslocamento geográfico e aumento irregular da área, violando a Lei nº 6.015/73. O Incra determinou um prazo de 30 dias para que os intimados apresentem justificativas ou entrem com requerimentos, seja pessoalmente ou por representantes legais. A ausência de manifestação resultará no encerramento do processo, registrado sob o número 54000.131931/2024-63, em caráter de revelia.

 

A empresa Stoppe LTDA tem como um dos responsáveis Ricardo Villares Lot Stoppe, filho de Ricardo Stoppe Júnior, conhecido como o “Rei do Carbono”. Este último é considerado um dos maiores vendedores de créditos de carbono do mundo, mas sua reputação foi manchada após ser identificado como líder de um esquema de grilagem de terras e exploração ilegal de madeira, desarticulado pela Operação Greenwashing.

 

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Deflagrada em junho de 2024, a Operação Greenwashing revelou um esquema de grilagem envolvendo mais de 538 mil hectares de terras públicas na Amazônia. A organização criminosa, liderada por Ricardo Stoppe Júnior e seus associados, utilizava técnicas sofisticadas de fraudes fundiárias, como falsificação de títulos de propriedade. A investigação apontou também a conivência de servidores públicos, abrangendo instituições como o Incra, a Secretaria de Estado das Cidades e Territórios do Amazonas (SECT-AM) e cartórios locais.

 

A PF indiciou Stoppe e outros envolvidos por desmatamento, corrupção ativa, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Após dois anos de investigação, a operação resultou na apreensão de bens avaliados em mais de R$ 919 milhões, incluindo aeronaves, embarcações e fazendas. Parte desses bens foi destinada a órgãos públicos, como a Polícia Federal e a Polícia Civil de Rondônia.

 

A Operação Greenwashing teve repercussão global, desmascarando a imagem de Stoppe como defensor ambiental. Ele participava de eventos internacionais e vendia créditos de carbono por meio de projetos como o Fortaleza do Ituxi REDD+ e o Unitor REDD+, usados para atrair empresas renomadas como Gol, Nestlé, Toshiba e PwC. Investigações sugerem que esses créditos podem ter sido usados para mascarar a extração ilegal de madeira em áreas desmatadas ilegalmente.

 

Fotos Divulgação

 

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A área da Ponta do Abunã, onde os crimes ocorreram, é conhecida por sua fragilidade em relação a crimes ambientais. A localização remota e a complexidade das leis fundiárias facilitaram a atuação da organização criminosa. Entre as áreas invadidas estão terras da União e regiões protegidas, como a Floresta Nacional do Iquiri. 

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