Simples e eficazes, essas estratégias apoiadas pela neurociência ajudam os alunos a relembrar o que aprenderam, para fortalecer a confiança e despertar a motivação
Mesmo com aulas bem planejadas e conduzidas com cuidado, muitos professores convivem com um desafio constante: os alunos esquecem. Não se trata de falta de interesse ou dedicação. A questão é que aprender não depende apenas de expor o conteúdo – é preciso garantir que ele fique na memória. É aí que entra a ciência da aprendizagem, com estratégias simples e eficazes, como a recuperação ativa da memória.
Esse conceito, também conhecido como “prática de recuperação”, se refere ao ato de resgatar uma informação da memória sem a ajuda de anotações ou livros. Quanto mais vezes esse processo ocorre, mais fortes ficam as conexões cerebrais responsáveis por fixar o conteúdo. A boa notícia é que é possível incorporar essa prática ao dia a dia da sala de aula com atividades leves, rápidas e sem a pressão de uma avaliação formal.
1. ESCREVA TUDO O QUE LEMBRAR
Após a explicação de um conteúdo, peça para os alunos escreverem tudo o que conseguirem lembrar, sem consultar o material. Essa técnica também é conhecida como “mostre o que você sabe” ou “chuva de ideias”.
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Por que funciona: ao recuperar o conteúdo com liberdade, o aluno reforça sua memória, organiza melhor as informações e desenvolve confiança. Essa prática é mais eficaz do que simplesmente reler o material.
2. LEIA, PARE E RELEMBRE
Depois de ler um texto curto em voz alta, peça que os alunos virem a página ou fechem o livro e escrevam o que entenderam. Em seguida, eles podem compartilhar suas anotações, preencher lacunas e responder a perguntas como: “Como isso se conecta ao que aprendemos antes?”
Por que funciona: esse tipo de recuperação imediata ajuda a consolidar o conteúdo, aumenta a compreensão e permite que o aluno avalie o que entendeu de forma autônoma.
3. ESCRITA RÁPIDA, SEM PRESSÃO
Proponha uma pergunta ou um estímulo e dê um tempo curto para os alunos escreverem livremente. Essas produções podem ser guardadas ao longo do tempo para mostrar o progresso individual.
Uma sugestão é oferecer frases de início ou palavras-chave como apoio. Depois da escrita, o professor pode montar com os alunos um resumo no quadro – usando cores ou destaques para apoiar a compreensão – e pedir que eles reescrevam esse conteúdo de memória.
Por que funciona: escrever com base no que se lembra ativa o raciocínio, fortalece a memória e permite que o aluno reflita sobre o que aprendeu, criando conexões pessoais com o conteúdo.
4. PERGUNTAS RÁPIDAS PARA REVISAR E FAZER CONEXÕES
Faça perguntas curtas e simples sobre o que foi aprendido – podem ser questões de verdadeiro ou falso, associação de ideias ou perguntas abertas. Os alunos podem responder individualmente ou em grupo, revisar entre si e até propor novas perguntas com base no que estudaram.
Por que funciona: esse tipo de atividade promove a revisão, reduz a ansiedade e ajuda os alunos a fazerem conexões entre conteúdos novos e antigos.
5. LEITURA COM SINAL DE COMPREENSÃO
Ao ler um texto, peça que os alunos usem cores para indicar o que entenderam:
Vermelho: não entendi
Amarelo: acho que entendi
Verde: entendi bem
Depois, eles podem usar uma das estratégias anteriores para retomar o conteúdo.
Fotos: Reprodução
Por que funciona: a marcação visual ajuda os alunos a identificar o que precisam revisar. Quando combinada com atividades de recuperação, essa técnica fortalece a retenção e estimula relações entre diferentes conteúdos.
6. TERMÔMETRO DA MEMÓRIA
Escolha um conceito da aula e pergunte aos alunos como está a lembrança dele. Eles devem mostrar com os dedos:
1 dedo = “Lembro bem”
2 dedos = “Mais ou menos”
3 dedos = “Esqueci”
Depois, em duplas, compartilham o que cada um lembra e ajudam a preencher as lacunas uns dos outros.
Por que funciona: essa prática normaliza o esquecimento, estimula a colaboração e fortalece a autoconfiança dos estudantes.
7. RECUPERAR O QUE FOI APRENDIDO
Comece a aula perguntando o que foi aprendido no dia anterior. No meio ou no fim, proponha perguntas que estimulem o resgate de conteúdos anteriores ou conexões com outros temas. Isso pode ser feito com atividades como:
Conversas rápidas em dupla
Escritas breves em cadernos ou lousa
Post-its com anotações colados na parede
Desenhos com os principais aprendizados
Troca de papéis entre colegas para revisão
Dica: crie uma folha de atividades semanal com espaço para miniavaliações, resumos e reflexões. Mesmo sem nota, esse material pode oferecer um panorama valioso sobre o progresso da turma.
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Por que funciona: ao transformar a recuperação em uma prática diária, ela deixa de ser uma exceção e passa a integrar o processo natural de aprendizagem, tornando o conteúdo mais acessível e duradouro.
Fonte: Porvir