21 de Maio de 2024 - Ano 10
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Internacional
06/03/2024

A polêmica ajuda aérea dos EUA a Gaza com alimentos jogados do céu

Foto: Reprodução

Aviões C-130 dos EUA lançaram mais de 38 mil refeições ao longo da costa de Gaza

Os Estados Unidos realizaram no último sábado (2/3) o seu primeiro lançamento aéreo de ajuda humanitária para Gaza, com mais de 30 mil refeições lançadas de paraquedas por três aviões militares. Mas a operação ocorreu em meio a críticas de grupos humanitários e pessoas que estão no território palestino.

 

A ação, realizada em conjunto com a Força Aérea da Jordânia, foi a primeira de muitas anunciadas pelo presidente dos EUA, Joe Biden, e aconteceu depois de pelo menos 112 pessoas terem morrido enquanto multidões corriam para chegar a um comboio de ajuda nas cercanias da Cidade de Gaza, na quinta-feira (29/02).

 

Os militares de Israel disseram que a maioria dos palestinos morreu pisoteada, mas autoridades locais de saúde disseram que as vítimas levadas aos hospitais foram atingidas por munições de alto calibre. Israel diz que está investigando o caso.

 

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O primeiro lançamento aéreo dos EUA também ocorreu no momento em que um representante do governo dos EUA disse que as bases de um acordo para um cessar-fogo de seis semanas em Gaza já estão avançadas.Aviões C-130 dos EUA lançaram cerca de 38 mil refeições ao longo da costa no sudoeste de Gaza, em uma esforço conduzido pelas forças aéreas dos EUA e da Jordânia, segundo o Comando Central dos EUA em um comunicado.

 

As refeições contêm calorias suficientes para um dia em embalagens seladas, segundo autoridades americanas citadas pela agência de notícias AP. Outros países, incluindo o Reino Unido, a França, o Egito e a Jordânia, já lançaram ajuda aérea em Gaza, mas esta é a primeira dos EUA.

 

O presidente Biden também disse que os EUA iriam "redobrar esforços para abrir um corredor marítimo e expandir as entregas por terra".A ajuda humanitária a Gaza é normalmente entregue por caminhões que passam por pontos na fronteira controlados por Israel e pelo Egito.A maioria dessas passagens esteve fechada durante a maior parte da guerra, limitando o número de caminhões que conseguiam efetivamente chegar a Gaza.

 

Avião lança ajuda

 

A Organização das Nações Unidas (ONU) afirma que um quarto dos 2,3 milhões de habitantes de Gaza estão passando fome.Morador de Gaza, Ismail Mokbel disse à rádio Gaza's Lifeline da BBC News Árabe - um serviço de rádio de emergência para a Faixa de Gaza criado em resposta ao conflito na região - que a ajuda lançada por via aérea consistia em algumas legumes e produtos essenciais para a saúde das mulheres.Outro residente que estava perto do Hospital al-Shifa, no norte de Gaza, Abu Youssef, disse à rádio que não conseguiu obter ajuda.

 

"De repente, quando estávamos olhando para o céu, vimos paraquedas. Assim, permanecemos no local [onde estávamos] até eles pousarem a cerca de 500 metros de nós. Havia muita gente, mas a ajuda era pouca e por isso não conseguimos pegar nada."Não havia o suficiente para o grande número de cidadãos que enfrenta a escassez de todos os bens essenciais, disse Mokbel."Milhares de cidadãos viram os pacotes caindo. E quando centenas ou milhares esperam nessas áreas, apenas cerca de 10 a 20 pessoas conseguem as coisas, enquanto os outros voltam sem nada. Infelizmente, este método de lançamento aéreo não é a forma mais adequada de transportar ajuda para o distrito norte de Gaza", acrescentou.

 

"Gaza precisa de um caminho terrestre e pela água para entregar a ajuda, em vez de fazê-lo de uma maneira que não atenda às necessidades de todos os cidadãos."Inicialmente utilizados durante a Segunda Guerra para abastecer tropas isoladas em solo, os lançamentos aéreos evoluíram para uma ferramenta valiosa para a ajuda humanitária, tendo sido utilizados pela primeira vez pela ONU em 1973.No entanto, são considerados um "último recurso" para serem utilizados apenas "quando opções mais eficazes falham", como afirmou o Programa Alimentar Mundial (PAM) num relatório de 2021. O Sudão do Sul é o último lugar onde o PAM fez lançamentos aéreos.

 

"Os lançamentos aéreos são caros, aleatórios e geralmente fazem com que as pessoas erradas recebam a ajuda", disse Jan Egeland, chefe da organização humanitária Conselho Norueguês para os Refugiados, depois de regressar de uma recente visita de três dias a Gaza.Os lançamentos aéreos são sete vezes mais caros em comparação com a ajuda terrestre devido aos custos relacionados com aeronaves, combustível e pessoal, afirma o PAM.

 

Aviões lançam ajuda

Fotos: Reprodução

 

Além disso, apenas quantidades relativamente pequenas podem ser entregues em cada voo – em comparação com o que um comboio de caminhões pode trazer e com a significativa coordenação terrestre necessária dentro da zona de entrega, afirma o PAM.O Comitê Internacional da Cruz Vermelha também destacou a importância de controlar a distribuição para evitar que as pessoas arrisquem as suas vidas ao consumir produtos inadequados ou inseguros, afirmou a entidade em um relatório de 2016, quando esse tipo de ajuda estava sendo lançado na Síria durante a guerra civil do país.

 

"A entrega repentina e não supervisionada de tipos de alimentos a pessoas desnutridas ou mesmo famintas pode representar sérios riscos à vida. Esses riscos precisam ser avaliados em relação à entrega por via aérea ou ao atraso que uma distribuição terrestre pode incorrer", afirma.Os lançamentos aéreos podem ser feitos a partir de diferentes altitudes, variando entre cerca de 300 e 5.600 metros em zonas de conflito. Garantir embalagens robustas é crucial para que as encomendas possam suportar o impacto no solo, acrescenta o PAM.

 

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Segundo a organização, as zonas de lançamento deveriam idealmente ser grandes áreas abertas, não menores do que um campo de futebol, razão pela qual as entregas têm sido frequentemente destinadas à costa de Gaza.No entanto, isto por vezes resultou na queda da ajuda no mar ou no transporte pelo vento para Israel, de acordo com relatos locais. 

 

Fonte: BBC

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