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18/10/2021

Éder Jofre, aos 85 anos, torna-se 'imortal' em mais um Hall da Fama

Foto: Arquivo Agência Estado

Éder Jofre com o cinturão de campeão do peso galo da Associação Mundial de Boxe

O corpo está fragilizado após 85 anos de luta, dentro e fora dos ringues. Mas o aperto de mão mantém uma das características que o tornaram um campeão: a firmeza. Os dedos, mesmo fininhos, agarram a outra mão com a força de um dínamo do boxe mundial que vive pacatamente com a filha, Andrea, e o genro, Antonio Oliveira, em um sobrado na zona sul de São Paulo. Éder Jofre é uma lenda viva que gosta de resumir nas poucas palavras que diz seu cartel:

 

- O galo de ouro do Brasil - disse repetidas vezes.

 

Tricampeão mundial nos pesos galo e pena, o primeiro brasileiro a deter um cinturão, Éder acumulou homenagens ao longo de sua carreira. Neste domingo, em Los Angeles, vai receber pessoalmente mais uma. Ele, Andrea e o filho mais velho, Marcel, viajaram para a Califórnia para ingressar em mais um Hall da Fama do boxe, o da Costa Oeste - o ex-boxeador já está em um outro Hall da Fama nos Estados Unidos, em Nova York, desde 1992. É o único brasileiro a figurar neles.

 

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- É motivo de muito orgulho para a família e serve para demonstrar o apreço que os estrangeiros têm pela carreira do meu pai. Apesar de estar na pandemia, nós consultamos o médico e achamos que era importante meu pai viajar. Ele gosta desse reconhecimento - afirmou Marcel.

 

Oliveira, Marcel, Éder e Andrea em São Paulo — Foto: Paulo Roberto Conde

Oliveira, Marcel, Éder e Andrea em São Paulo 

(Foto: Paulo Roberto Conde)

 

A solenidade ocorrerá em um hotel perto da Calçada da Fama e do teatro que hospeda a cerimônia do Oscar. Será uma cerimônia reservada a cem pessoas, número restrito por causa dos protocolos da Covid-19. Mas Éder estará muito bem acompanhado, obrigado.

 

Um dos outros "imortalizados" no Hall da Fama será o supercampeão Oscar De La Hoya, por exemplo.

 

- É mais um reconhecimento que vem do exterior. A gente queria que ele também tivesse esse tipo de reverência dentro do Brasil - disse Andrea, que cuida do pai desde 2013, após a morte da mãe, Maria Aparecida.

 

A homenagem chega alguns dias depois de a última luta da carreira de Éder completar 45 anos. Foi em 1976, contra o mexicano Octavio Gomez, no ginásio do Ibirapuera. Foi a 72ª vitória de sua extensa carreira, encerrada já aos 40 anos.

 

- Se fosse nos dias atuais, o Éder teria tido sete ou oito títulos mundiais. Seria milionário. O que ele fez no boxe é incomparável, difícil até dar dimensão - afirmou Oliveira, seu genro.

 

Atualmente, a luta de Éder é contra uma doença silenciosa que o acomete há anos. O maior boxeador brasileiro tem encefalopatia traumática crônica, doença neurológica causada pelas pancadas na cabeça que levou ao longo de mais de três décadas de boxe.

 

Embora exiba momentos de lucidez, Éder tem dificuldades para falar e precisa de cuidados o tempo todo. Às vezes, solta frases difusas em francês - "merci beaucoup", "tu ne me comprends pas?" e "qu'est-ce que vous voulez manger?". Outra vezes, em castelhano. Outras, em japonês.

 

Éder Jofre (em pé) derrota por nocaute o cubano naturalizado espanhol José Lergand e conquista o título mundial do peso pena do Conselho Mundial de Boxe — Foto: Arquivo/Agência Estado

Éder Jofre (em pé) derrota por nocaute o cubano naturalizado espanhol José Lergand e

conquista o título mundial do peso pena do Conselho Mundial de Boxe 

(Foto: Arquivo/Agência Estado)

 

as o aparente devaneio vai embora quando alguém arma uma guarda e cerra os punhos, como um boxeador. Éder prontamente imita a posição e tenta desferir golpes. E quando os recebe mostra reflexos ainda impressionantes para alguém com tanta limitação física.

 

- O boxe foi e é a vida dele. Ele presta atenção em tudo quando o assunto é esse - disse Andrea.

 

A família guarda nos fundos da casa na zona sul os cinturões, troféus, bustos e outros. Há também uma foto de uma luta nos ginásio do Ibirapuera nos anos 1960 e alguns retratos de Éder, com e sem cinturões.

 

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Será preciso arranjar mais um espaço para a nova homenagem dentro dessa galeria, aparentemente, inesgotável de Éder Jofre, o Galo de Ouro do Brasil.

 

Fonte: GE

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