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Política - Eleições 2022
23/06/2022

Ala bolsonarista aguarda efeitos da prisão de Ribeiro nas pesquisas

Foto: Reprodução

Preocupação de aliados é de que episódio dificulte recuperação do presidente nos levantamentos de intenção de votos

Um dia após a prisão do ex-ministro da Educação Milton Ribeiro, o Palácio do Planalto ainda tenta estimar o tamanho do estrago causado pelo caso na campanha à reeleição de Jair Bolsonaro. O entorno do presidente aguarda com apreensão a nova pesquisa Datafolha desta quinta-feira.

 

O levantamento ainda estava sendo feito quando o ex-integrante do governo foi preso pela Polícia Federal, em investigação que apura suspeitas de desvio de verbas no MEC. A avaliação é de que o episódio atinge uma das principais bandeiras bolsonaristas, o discurso anticorrupção.

 

A preocupação do núcleo da campanha é que o escândalo envolvendo Ribeiro dificulte ainda mais a recuperação de Bolsonaro nas pesquisas de intenção de voto nos quais ele perde em todos os cenários para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do PT.

 

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No último levantamento do Datafolha, no fim de maio, o petista tinha 48% da preferência dos eleitores contra 27% de Bolsonaro. Coordenadores do projeto de reeleição de Bolsonaro, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, e senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), esperavam que atual chefe do Planalto já estivesse encostando em Lula em julho.

 

A cem dias do primeiro turno das eleições, os respingos da prisão de Ribeiro se somam a outros obstáculos que o grupo tentava tirar da frente para impulsionar a campanha, como o novo aumento no preço dos combustíveis, nesta semana, e a alta da inflação.

 

A estratégia era tentar emplaca que as dificuldades econômicas são um fenômeno mundial devido a pandemia da Covid-19 e da guerra da Ucrânia, mas que, ao menos, o atual governo não tem escândalos como os das gestões petistas.

 

Em outra frente, Bolsonaro seguia apostado nos casos corrupção dos governos do PT para se contrapor ao ex-presidente. Na tentativa de salvar essa narrativa, o presidente, que chegou a dizer que colocaria a “cara no fogo” por Ribeiro, vai passar a defender a investigação e uma punição exemplar ao ex-ministro, caso sejam comprovadas as suspeitas de corrupção na basta. A ideia é tentar apresentar Bolsonaro como implacável contra crimes mesmo que tenha que “cortar na própria carne”.

 

O episódio também será utilizado como argumento de que a Polícia Federal tem uma atuação independente e que o presidente não tenta interferir nos rumos das investigações. Bolsonaro foi acusado pelo ex-ministro Sergio Moro de interferir na PF, mas o inquérito concluiu que não houve crime.

 

BLINDAGEM

 

Essa estratégia para blindar Bolsonaro e tratar a prisão de Milton Ribeiro como um “caso isolado” começou a ser colocada em prática na noite de ontem. O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), coordenador da campanha de reeleição do pai, divulgou um vídeo dizendo que há uma “tentativa de usar eleitoralmente” a suspeita sobre o ex-ministro da Educação, enquanto Bolsonaro "trabalha dia e noite para reduzir o preço do combustível, para reduzir o preço da comida". A gravação foi feita após reunião de Flávio no Palácio do Planalto com o pai.

 

"A oposição tenta usar isso eleitoralmente e colocar o Bolsonaro na mesma prateleira do Lula, o que é impossível porque o Lula é o maior ladrão da história do nosso país. Olha a diferença de postura. Enquanto o Bolsonaro ele afasta o ministro, a PF faz a investigação isenta, independente, sem interferência; os governos passados, como aconteceu no caso da Dilma, ela tenta promover o Lula a ministro para que ele não fosse preso por corrupção", disse o senador.

 

Ainda sem saber o conteúdo da decisão que levou à prisão de Ribeiro, integrantes do governo adotaram a cautela para tratar o assunto ao longo de todo o dia de ontem. A ordem era evitar fazer defesa de Milton Ribeiro. O receio é que a investigação pudesse revelar gravações do ex-ministro da Educação ou movimentações financeiras que corroborem as suspeitas de crime envolvendo da distribuição de recursos do MEC para prefeituras.

 

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"O governo está muito tranquilo. Esperamos que as investigações aconteçam de uma forma isenta e que o ex-ministro Milton possa prestar os esclarecimentos porque o que todos nós sabemos até agora é que foi o próprio ex-ministro que denunciou à CGU que havia a suspeita de que algo errado poderia estar acontecendo em seu ministério. Foi o próprio ex-ministro que, em seu primeiro depoimento, colocou no papel que o presidente Bolsonaro não tem absolutamente nada a ver com as suspeitas que estão recaindo sobre ele nesse momento", completou Flávio no vídeo. 

 

Fonte: iG 

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