O documento também foi dirigido ao Governo do Estado, com recomendação de cooperação ampliada entre os entes federativos
Recentemente, o Tribunal de Contas do Amazonas (TCE-AM) emitiu alertas à sociedade e aos gestores públicos sobre o possível retrocesso nos índices de alfabetização infantil em 28 municípios do estado.
O documento também foi dirigido ao Governo do Estado, com recomendação de cooperação ampliada entre os entes federativos.
• Muitos municípios não alcançaram a meta parcial de 57 % estabelecida para 2024 no âmbito do Compromisso Nacional Criança Alfabetizada (CNCA) do Ministério da Educação (MEC).
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• Para 2024, segundo o MEC, o Amazonas havia atingido 52 % de crianças alfabetizadas nas redes públicas — isto é, há dados oficiais que confirmam que o estado estava em situação ainda acima da linha de alerta, mas com tendência de queda alta.
• O TCE-AM já vinha trabalhando em levantamento junto aos 62 municípios do estado, por meio de questionários às prefeituras, para acompanhar a execução das ações de alfabetização municipal.• Os dados mais recentes mostram que o Amazonas teve queda no percentual de crianças alfabetizadas — de 52,2 % em 2023 para cerca de 49,17 % em 2024.
Entre os municípios mencionados pelo TCE-AM estão:
Manaus, Parintins, Itacoatiara, Manacapuru, Coari, Iranduba, Maués e Tabatinga, além de outros que apresentaram queda no percentual de alfabetizados no último ano.
Para reverter esse cenário, o Tribunal expôs uma série de medidas que devem ser priorizadas:
1. Formação continuada de professores e gestores escolares — investir em capacitação e práticas pedagógicas adaptadas.
2. Instrumentos de avaliação contínua — monitorar o progresso das crianças para identificar defasagens rapidamente.
3. Estratégias de recuperação da aprendizagem — planos de reforço para alunos que não atingiram o esperado.
4. Fortalecimento da cooperação entre Estado e municípios, especialmente via programas existentes como o Amazonas + Alfabetizado e o Plano de Ações do Território Estadual (PATE).
5. Uso das plataformas e ferramentas do MEC para acompanhamento das metas do CNCA.
A conselheira-presidente do TCE-AM, Yara Amazônia Lins, enfatizou que a alfabetização é “a base de toda a formação cidadã” e que o papel do Tribunal é garantir que gestores públicos atuem de forma responsável e comprometida.

Fotos: Reprodução/Google
• O Compromisso Nacional Criança Alfabetizada (CNCA) tem como meta que 80 % das crianças estejam alfabetizadas até 2030.
• No Amazonas, aderiram 100% dos municípios ao compromisso.
• Em 2023, o estado já havia conseguido alcançar 52 % de crianças alfabetizadas, número que superava metas anteriores e representava progresso, mas a trajetória não é uniforme e mostra sinais de fragilidade.
A queda nos índices de alfabetização não é consequência apenas de falhas pontuais, mas está inserida num contexto de vários desafios:
• Desigualdades regionais: em municípios do interior, ribeirinhos e comunidades mais isoladas o acesso à escola de qualidade, infraestrutura e recursos é menor.
• Efeitos da pandemia: perdas de aprendizado acumuladas e os impactos da interrupção escolar ainda reverberam nas gerações subsequentes.
• Escassez de professores e formação inadequada: muitos municípios enfrentam dificuldade em manter professores qualificados.
• Falta de articulação entre entes federados: quando não há integração entre Estado, municípios e União, as políticas ficam fragmentadas.
• Recursos e gestão: limitações orçamentárias, atrasos em repasses e má gestão podem comprometer a execução de ações locais de reforço.
Para que o alerta se converta em ação e melhoria efetiva, alguns caminhos são estratégicos:
• Estabelecer com urgência planos de intervenção emergencial nos 28 municípios em alerta, com apoio técnico e recursos estaduais e federais.
• Implantar diagnósticos precisos por escola, para que as defasagens sejam identificadas em sala de aula e tratadas de forma personalizada.
• Mobilizar parcerias com universidades, ONGs e redes de educação para apoiar projetos de reforço, tutoria e leitura comunitária.
• Incentivar a participação familiar e comunitária, por meio de leitura em casa, bibliotecas comunitárias e eventos literários.
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• Estimular a transparência dos resultados, com divulgação anual por município de índices de alfabetização, metas atingidas e planos de melhoria.