Amazônia Legal teve a maior taxa de desmatamento para o primeiro semestre da história
A Amazônia Legal teve a maior taxa de desmatamento para um primeiro semestre em sete anos.
Foi um início de ano devastador para o meio ambiente, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Entre os meses de janeiro e junho, a Amazônia perdeu quase 4 mil km² de vegetação, área duas vezes e meia maior que a cidade de São Paulo. A destruição da floresta superou a do primeiro semestre de 2021, que até então tinha sido a maior já registrada. Quem trabalha pela preservação da floresta alerta que essa aceleração está ligada à falta de fiscalização.
“Mais de 98% do desmatamento da Amazônia tem indício de ilegalidade. Então, uma atividade ilegal se expande quando não há risco ou perspectiva de punição. Se há um claro sinal de intolerância com a impunidade, aí o desmatamento tende a cair”, explica Tasso Azevedo, do MapBiomas.
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O levantamento do Inpe mostra que 79% do desmatamento se concentram em três estados: Mato Grosso, Pará e Amazonas - que, sozinho, foi responsável por 31%, mais 1,2 mil km de floresta destruída.
“O estado do Amazonas, durante muito tempo, se manteve fora dessa lógica da economia da destruição. O que a gente está vendo, infelizmente, é uma interiorização nessa área sul, principalmente, do Amazonas. E muita violência: se expulsa o povo original, se expulsa o povo indígena, as populações extrativistas que vivem ali às vezes por gerações, e se toma essa área”, aponta Greenpeace.
Os dados divulgados nesta sexta-feira são do sistema Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, que monitora a floresta em tempo real e emite alertas de desmatamento para os governos federal e estaduais.
Segundo pesquisadores, a aceleração do desmatamento está fazendo a Amazônia chegar perto de um ponto em que vai ser impossível reverter os estragos causados pela destruição da floresta, o que torna mais urgente ainda medidas que possam acabar com o problema.
“A gente está se aproximando dos 20% de desmatamento da Amazônia. A estimativa que a gente tem é que, entre 20 e 25% de perda de cobertura florestal, a Amazônia começa a perder as suas funções, especialmente formar as nuvens que formam a chuva para região Centro-Sul do Brasil. A gente precisa estancar o desmatamento que é uma questão de segurança energética e alimentar e de saúde dos brasileiros”, avalia Tasso Azevedo.
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O Ministério do Meio Ambiente e o Conselho Nacional da Amazônia afirmam que têm adotado medidas para combater crimes ambientais na Amazônia Legal e destacam a operação "Guardiões do Bioma", que envolve o Ministério da Justiça e forças de segurança pública.
Fonte: G1