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25/01/2023

Aniversário de São Paulo: a fundação da maior cidade da américa latina

Foto: Reprodução

São Paulo carrega o título de maior cidade da América Latina, com seus mais de 12 milhões de habitantes, como informado pelo Censo Demográfico 2022 divulgado pelo IBGE.

 

A região concentra 23,5% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, sendo considerada o epicentro das artes, cultura e diversidade do Brasil.

 

Em comemoração aos seu aniversário, aqui está como foi história da fundação de São Paulo.

 

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A MISSÃO DE NÓBREGA

 

Manoel da Nóbrega. (Fonte: TOK de História/Reprodução)

 

Antes dos jesuítas e até mesmo de João Ramalho, o explorador Américo Vespúcio, nascido em Florença, na Itália, foi provavelmente o primeiro homem europeu a colocar os pés na costa do atual estado de São Paulo, em 1502, desembarcando onde viria a ser o Porto de São Vicente. Foi lá que a história de São Paulo começou. Em meados de 1530, o rei Dom João III, conhecido como "o Colonizador", organizou uma expedição para o Brasil que reunia 400 colonos e tripulantes para o início da colonização efetiva do país.

 

Quem estava à frente da esquadra de cinco embarcações era Martim Afonso de Sousa, cuja missão era combater os traficantes franceses de pau-brasil e penetrar nas terras brasileiras na direção do Rio da Prata à procura de metais preciosos enquanto estabelecia núcleos de povoamento na região litorânea.

 

Dezenove anos mais tarde, em 1549, para dar continuidade à exploração da terra, o primeiro governador-geral da colônia brasileira, Tomé de Sousa, chegou ao Brasil com um grupo de jesuítas liderados pelo padre Manoel da Nóbrega, com o objetivo de zelar pela Igreja instalada no país e, sobretudo, evangelizar, catequizar e tornar cristãos os povos indígenas.

 

Em outubro de 1553, Nóbrega foi até a vila de São Vicente e subiu a Serra do Mar, chegando no planalto de Piratininga à procura de um local para poder erguer um edifício de catequização oficial para os nativos e uma casa para se instalar. A região dos Campos de Piratininga, além de possuir diversos indígenas, já era habitada por João Ramalho, um português cuja identidade até hoje é debatida. Ninguém sabe ao certo como ele veio parar no Brasil, apenas que se estabeleceu na atual região de Santo André com um grupo de nativos e europeus, absorvendo os hábitos dos indígenas.

 

Ramalho foi descrito pelo padre como "um selvagem que andava nu e não respeita preceitos religiosos", apesar de possuir qualidades de líder, força moral e espírito empreendedor — resquícios do que considerou sua "educação legítima".

 

A PRIMEIRA MISSA

 

(Fonte: Alesp/Reprodução)

 

Ironicamente, Ramalho era tudo o que Nóbrega tentava evitar com seus planos para o planalto. Afinal, ele não acreditava que as pessoas da vila de São Vicente, de "má criação" e "capazes de grandes maldades", conseguissem criar uma sociedade devota ao reino de Deus e se manterem longe de uma vida pecadora. Essa ideia cruzava com o certo insucesso de Leonardo Nunes, o pioneiro da catequização na vila, enviado ao litoral paulista anteriormente por Nóbrega para estabelecer o primeiro colégio jesuíta.

 

José de Anchieta. (Fonte: Revista Arautos/Reprodução)

 

Os indígenas, por outro lado, eram considerados pelo padre "páginas brancas", ou seja, fáceis de ensinar por não terem acesso a nada, apesar dos modos primitivos. Além disso, eles eram sua última alternativa, visto que já havia se decepcionado com os colonos da Bahia.

 

Após reunir uma pequena população composta por aldeias esparsas que ficavam no meio do caminho entre São Vicente e Santo André, Nóbrega convidou o então noviço José de Anchieta, de apenas 19 anos, para ajudá-lo a fundar o colégio jesuíta e dar início à sua missão naquela terra.

 

Estabelecida a nova sociedade em uma elevação, na confluência dos rios Tamanduateí e Anhangabaú, o padre construiu uma casinha que serviria de moradia aos jesuítas e sede do que hoje é conhecido como "Pateo do Collegio". Nela foi celebrada a emblemática primeira missa que marcou o início das atividades do Colégio São Paulo de Piratininga, em 25 de janeiro de 1554. Era a fundação oficial da cidade.

 

AS BANDEIRAS DE SANGUE

 

(Fonte: Projeto Sophia/Reprodução)

 

A consolidação de São Paulo de Piratininga só foi possível com a ajuda do cacique Tibiriçá, pai da índia Bartira, esposa de Ramalho, e considerado o verdadeiro “senhor dos Campos de Piratininga”.

 

Ele foi recrutado por Nóbrega por ser definido como um "índio bom" entre os padres, por ser amigo e defensor deles – muito diferentemente de seu genro. Tibiriçá, inclusive, ajudou na construção do colégio e na estruturação da pequena sociedade nos primeiros anos que sucederam sua fundação.

 

Os padres não teriam conseguido sem o cacique, sobretudo em meio aos constantes conflitos contra grupos de indígenas que se juntaram aos revoltosos que surgiam à medida que cresciam as expedições de Entradas e Bandeiras, que partiam da capitania de São Paulo capturando índios para trabalharem em lavouras e minas de ouro. Esse movimento conheceu seu apogeu no século XVII.

 

Tibiriçá. (Fonte: Veja/Reprodução)

 

Em 1562, considerado o ano da consolidação de São Paulo de Piratininga, o cacique reuniu o apoio de habitantes de três aldeias vizinhas para formar um exército e defender a todo custo o assentamento dos padres, resultando em uma briga sangrenta da qual ele saiu vitorioso.

 

Quando o rei português decidiu ratificar o nome da cidade em São Paulo, 157 anos depois, as operações de Entradas e Bandeiras ainda aconteciam, só que de maneira mais violenta e cruel, como símbolo marcante do processo de colonização do Brasil.

 

O CORAÇÃO DO BRASIL

 

(Fonte: G1/Reprodução)

 

A máquina da indústria cafeeira do século XIX foi o que transformou São Paulo no importante centro econômico que é até hoje, consolidado em meados dos anos 1800 por ser o núcleo intelectual do Brasil ao ganhar a primeira faculdade — de Direito — localizada no Largo São Francisco, centro da capital.

 

Foi nesse período que os imigrantes começaram a chegar de todas as partes do mundo, fugindo de perseguição religiosa, fome e conflitos, reproduzindo a história civilizatória da humanidade. Até meados de 1890, mais da metade dos habitantes da cidade era de origem imigrante. Entre o final do século XIX e início do século XX, mais de 4 milhões de imigrantes habitavam nosso país.

 

A cultura do café foi responsável por levar São Paulo e o Brasil para a modernidade com a introdução da ferrovia na cidade, construída para escoar o principal produto de exportação brasileiro; conferindo costumes e estabelecendo o que é considerado clássico hoje, como as mansões dos barões. Construções urbanas, teatros e mostras de arte foram apenas um pedacinho do que a riqueza do café trouxe.

 

(Fonte: DCI/Reprodução)

Fotos: Reprodução

 

O fim dessa era aconteceu quando a Grande Depressão de 1929 atingiu os Estados Unidos, então maior comprador de café brasileiro, diminuindo a níveis drásticos a importação. A medida paliativa protecionista de comprar toneladas de café e queimá-lo, escolhida pelo então presidente Getúlio Vargas, foi o que impediu o Brasil de atingir o fundo do poço.

 

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Foi sob esse abalo que a década de 1930 ofereceu a política como último instrumento que São Paulo precisava para hoje, mais de quatro séculos após sua fundação, se manter como o centro econômico do Brasil; uma cidade responsável por fazer de pessoas "seres mais criativos e pensantes", como disse a artista plástica japonesa Tomie Ohtake.

 

Fonte: Mega Curioso

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