Em sua coluna para a Vogue, a sexóloga Luciane Angelo analisa os fatores que estão interferindo na vida sexual das pessoas mais jovens
A Geração Z é foco de extensas pesquisas, seja por marcas de diferentes setores que buscam entender como podem atrair esse público consumidor, seja por pesquisadores que querem compreender seus diferentes comportamentos. Entre os estudos feitos com essa faixa etária, os relacionados a vida sexual têm chamado a atenção. Um fenômeno notável ganhou destaque: o declínio na atividade sexual entre os jovens de 18 a 24 anos, comparado com gerações anteriores na mesma idade.
Nesse contexto, o Instituto Karolinska, na Suécia, em parceria com a Universidade de Indiana, nos Estados Unidos, empreendeu esforços conjuntos para aprofundar a compreensão sobre os motivos por trás desse fenômeno específico. A investigação busca lançar luz sobre os fatores que contribuem para a diminuição da atividade sexual nessa faixa etária, proporcionando uma visão mais abrangente do comportamento dessa geração em relação a esse aspecto crucial.
De acordo com a pesquisa, considerando-se a faixa etária de 18 a 24 anos, 31% dos homens e 19% das mulheres disseram não ter tido relações nos 12 meses anteriores. Isso significa que um em cada 3 não praticaram sexo em um período de um ano. Em 2002, num estudo conduzido pelo mesmo instituto de pesquisa, a abstinência sexual entre os rapazes era de 18,9%. Entre as meninas, a abstinência saltou de 15,1% em 2002 para 19,15% em 2018. Mas o que leva a esses números? Não há somente uma causa e sim diversas.
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CELULAR E PORNOGRAFIA
Hoje em dia o acesso à pornografia digital é gigante comparado às outras gerações que precisavam ir à banca de jornal comprar uma revista de conteúdo erótico. No mundo atual, a pornografia está ao alcance do seu celular, ou seja, está na sua mão. Muitas vezes o jovem fica absorto neste mundo e prefere o irreal ao real. Uma maneira de ter prazer sem contato com o externo, sem o desgaste com o emocional.
APPS DE NAMORO
Aplicativos de relacionamento funcionam de duas maneiras aqui. Ao mesmo tempo que traz muito mais possibilidade dos jovens conhecerem outras pessoas e terem novas relações sexuais, pode existir um movimento inverso. Por justamente ter muita opção, eles sempre esperam conhecer alguém mais legal para assim ter relação. E os matches se acumulam nas caixas de conversas, mas as relações reais continuam na estaca zero.
AGENDA CHEIA
A sociedade está num momento em que as pessoas se cansam mais, se estressam mais e se dedicam muito mais ao trabalho. Quando chegam ao fim do dia, o cansaço bate e o mundo digital se torna melhor do que sair e encontrar alguém. O cansaço afeta a libido e, consequentemente, o desejo sexual. “Prefiro dormir a transar.”
Foto: Reprodução
MENINAS E A PROPRIA SEXUALIDADE
Mais informação, mais conhecimento. Mais meninas entenderam que também podem ter prazer sozinha e estão menos refém de relações. A masturbação faz parte mais cedo da vida das mulheres e deste público.
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Fonte: Vogue