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06/09/2021

Após acidente com carreta, menina com 'ossos de vidro' luta para viver

Foto: DIVULGAÇÃO

Luara Crystal, de 14 anos, já passou por 28 cirurgias e sofreu 130 fraturas desde que nasceu. Família criou vaquinha para obter ajuda

Há um mês, Luara Crystal e sua mãe, Luana Ribeiro, sofreram um grave acidente. Paradas com o carro no sinal vermelho, foram atingidas por uma carreta em alta velocidade.

 

A garota de 14 anos ficou internada no hospital por duas semanas. Para ela, porém, a colisão e os dias na UTI foram mais um capítulo de uma longa luta para sobreviver.

 

Desde o nascimento, Luara possui uma deficiência chamada osteogênese imperfeita, popularmente conhecida como “ossos de vidro”, que causa fragilidade nos ossos devido à falta de produção de colágeno no organismo. Somente durante o parto, sofreu 15 fraturas e passou trinta dias na UTI Neonatal, quando sofreu mais 20 fraturas, relata a mãe.

 

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Ao longo da infância e início da adolescência, antes do acidente em agosto, a garota já havia passado por 28 cirurgias e sofreu aproximadamente 128 fraturas. As ocasiões foram bastante distintas: ao espirrar, tossir, tirar sapatos, no ônibus e com o carro passando por lombadas ou buracos. A osteogênese imperfeita faz com que ossos se quebrem com maior facilidade.

 

A rotina já não era simples por uma série de razões. Falta acessibilidade em todos os locais que visitam, até dentro de casa, uma vez que o espaço é alugado e não permite adaptações para Luara. No transporte público, como conta a Luana, é ainda pior: “ela já se fraturou algumas vezes por pegarmos ônibus e metros lotados, para fazer seus tratamentos. Muitas pessoas não respeitam.”

 

A vida da mãe também foi inteiramente modificada diante das necessidades da pequena. Desde o nascimento, ela parou de trabalhar para cuidar integralmente da filha. “Empresa nenhuma aceitaria ou entenderia minha ausência em qualquer fratura que ela tivesse”, comenta.

 

Assim, ela passou a fazer pães de mel em casa e os vendia quando a menina estava em fisioterapias ou internações. A atividade se tornou sua principal fonte de renda, até o início da pandemia. “Dormia uma média de quatro horas por dia”, relata.

 

Com o início da crise da covid-19 e pelo número de clientes que possuía, Luana parou de produzir os doces para não colocar a filha em risco de contaminação com o vírus. Desde então, se sustenta com um grupo de rifas, lançando duas por mês, e eventualmente com a ajuda de amigos.

 

Três semanas antes do acidente, Luara havia acabado de passar por uma cirurgia na perna e no braço esquerdo, então estava engessada quando o carro foi atingido pela carreta, que lhe causou um politraumatismo craniano e uma fratura na perna direita.

 

“O desespero tomou conta, e ela precisou ser levada para o hospital mais próximo e teve que passar por uma cirurgia de urgência no crânio logo após o acidente, para cessar a pequena hemorragia que tinha no cérebro”, conta Luana. Havia o risco de que ela ficasse com sequelas, que felizmente não se confirmou, comemora a mãe.

 

No entanto, a menina terá de passar por mais uma cirurgia, a 29ª em 14 anos de vida, desta vez na perna direita: “a quantidade de fraturas eu nem sei mais, já que ele teve várias por conta do acidente”.

 

Para além dos danos à saúde da filha, Luana ainda perdeu seu carro, que à família era de extrema importância: “um dos melhores e maiores presente que tive até hoje, pois era com ele, que eu transportava minha filha para todos os lugares, com mais conforto e segurança.”

 

No momento do acidente, o motorista da carreta se manteve no local, mas sem chegar perto das duas, relata Luana. Até o momento, a empresa responsável ainda não entrou em contato para oferecer qualquer forma de auxílio. Com a ajuda de uma advogada, ela entrará com uma ação buscando ser ressarcida pelos danos que sofreu com a filha.

 

“Confesso que na hora, minha única preocupação foi tirar minha filha de dentro do carro com vida. Já se passou um mês e até agora eles não entraram em contato comigo para saber se minha filha está viva. O motorista viu a situação da minha pequena, viu o quanto foi grave. Seria o certo eles arcarem, né?”, questiona.

 

A mãe também comenta sobre o desespero que ela e a filha sentem quando entram em qualquer carro desde o acidente. “Ficamos imaginando sempre que algum carro vai bater onde estamos. Os traumas e as sequelas emocionais são imensas. Mas estamos conseguindo dar um passo de cada vez. Não tem sido nada fácil”, lamenta.

 

Vaquinha por Luara. Saiba como ajudar


A pandemia já havia significado um impacto negativo na renda da família, que sofreu ainda mais com o acidente.

 

“Hoje estou me virando com ajuda de amigos, campanhas e doações. Andando de Uber para todos os exames e consultas que precisa ser feito e tendo um gasto enorme com essa locomoção”, diz Luana.

 

 

Por conta disso, uma vaquinha virtual foi criada para ajudar a garota com os tratamentos, alimentação e um novo carro para transportá-la em segurança. O valor inicial para a arrecadação de fundos é de R$ 50 mil, e o máximo, de R$ 250 mil.

 

Até o momento, pouco mais de R$ 2,4 mil foram arrecadados. Para colaborar com a luta de Luara, basta acessar este link: https://benfeitoria.com/sospraluaracrystal.

 

Pai abandonou a família após saber de deficiência



Um contexto que por si só já seria árduo e demandaria muito esforço da família se tornou ainda mais penoso após o pai de Luara – e do filho mais velho de Luana – abandoná-los ao saber da deficiência da menina, após sete anos de casamento. “Quase não tenho contato. Desde que sofremos o acidente, ele ligou só no dia. Depois, nunca mais”, conta a mãe.

 

Fonte: R7

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