Após vídeo sobre suposto gabinete paralelo, vice-presidente da CPI protocola requerimentos pela convocação de Terra e Zanotto

Após divulgação de vídeo de uma reunião no Palácio do Planalto em que o presidente Jair Bolsonaro e médicos discutem medicamentos ineficazes e lançam dúvidas sobre as vacinas contra a covid, publicada pelo site Metrópoles, o vice-presidente da CPI da Covid, Randolfe Rodrigues (Rede-AP) protocolou nesta sexta-feira requerimentos de convocação do deputado Osmar Terra (MDB-RS) e do virologista Paolo Zanotto. Nas imagens, ambos aparecem discursando durante o encontro.

Segundo apurou o Valor, há a expectativa de os requerimentos serem apreciados já na próxima semana.

De acordo com as imagens, durante reunião de setembro de 2020, Zanotto afirma que é necessário "tomar um extremo cuidado" em relação a vacinas no país e informa que enviou uma carta ao então assessor da Presidência da República Arthur Weintraub sugerindo a criação de um “gabinete da sombra”, que, segundo ele, poderia auxiliar o Poder Executivo em assunto ligados à vacinação.

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Na mesma gravação, Terra cita que está presente no encontro um especialista em arritmia cardíaca, que, segundo o parlamentar, “é o primeiro a dizer que não tem problema em usar hidroxicloroquina”.

Randolfe e outros membros da cúpula do colegiado, como o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), e o relator Renan Calheiros (MDB-AL), consideram que as imagens divulgadas comprovam a existência de um gabinete paralelo de assessoramento ao governo sobre o combate à pandemia.

Em sua página oficial no Twitter, Aziz afirmou que as imagem confirmam “a tese do gabinete paralelo e explica porque o ministro [Eduardo] Pazuello dizia que a vacinação iniciaria no dia D, na hora H - Ele esperava as determinações do “shadow gabinet”, o gabinete da morte”.

Também nas redes sociais, Randolfe concordou que o vídeo representa “a prova definitiva da existência do Gabinete Paralelo que a CPI já investigava”.

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No mesmo sentido, Calheiros destacou, em suas redes sociais, que o gabinete paralelo é inegável. “Na reunião de 8/9/20 ele renega a vacina. No dia 12/9 a Pfizer oferta vacinas diretamente a Bolsonaro, que despreza o imunizante até março de 21. Apenas no dia 18/8 ignorou-se 130 milhões de doses. Eis o ministério da doença em ação”, escreveu o relator da CPI.

Fonte: Valor Investe