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21/11/2020

Bailarina do Faustão faz ensaio empoderado no Dia da Consciência Negra: 'Somos solicitadas para falar de sofrimento'

Foto: Reprodução

Nathália Zannin fez ensaio empoderada e reivindicou mais diversidade nas discussões raciais:

Nathália Zannin fez um ensaio belíssimo em homenagem ao Dia da Consciência Negra, celebrado nesta sexta-feira (20), mesma data em que é comemorado o aniversário de morte de Zumbi dos Palmares, uma das maiores lideranças quilombolas. À Quem, a bailarina do Domingão do Faustão falou sobre a temática racial.

 

"Quero ajudar a construir uma nova história imagética sobre nós pretas, onde não só aparecemos e somos solicitadas para falar de sofrimento. Quero lembrar a todas que devemos e podemos ser e estar onde desejamos. Sou mais um exemplo de força, de luta, superação e resiliência. Me informo, me atualizo e me liberto a cada dia, para que eu possa inspirar outras pretas a se libertarem também dos efeitos nocivos do racismo estrutural de nossa sociedade. Valido as nossas lutas, respeito e honro as nossas tristes histórias, mas neste dia 20 quero falar sobre vitória, sobre orgulho, sobre poder, sobre beleza, sobre pertencimento, sobre ocupação, sobre representatividade e presença", declara.

 

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Nathália Zannin (Foto: Divulgação/ Paul Pex)

 

Nathália Zannin (Foto: Divulgação/ Paul Pex)

 

Nathália Zannin (Foto: Divulgação/ Paul Pex)

 

Empoderada, a dançarina não quer que sua imagem e a de outras mulheres pretas sirvam apenas para representar tristezas e dores, apesar de ter certeza de que elas existem ao longo da vida. "Quero uma nova memória sobre os povos negros. Queremos ser lembradas como sinônimo de potência, de inteligência, de qualidade, de riqueza, de poder e excelência”, reflete.

 

Nathália comentou também suas inspirações de luta e de força. Segundo ela, os primeiros exemplos vieram de casa. "Desde pequena fui muito influenciada pelas mulheres da minha família! Cresci vendo minha avó materna criar sozinha treze filhos e cinco netos”, relembra. “Via a força dela, que sempre trabalhou como ajudante geral fazendo limpeza, mas sempre nos ensinou a sermos íntegros, decentes e pessoas de caráter", orgulha-se.

 

Nathália Zannin (Foto: Divulgação/ Paul Pex)

 

Nina Simone, Beyoncé, IZA, Alcione, Taís Araújo, Michelle Obama, Negra Li e Alicia Keys são outras influências. Entre atrizes, cantoras e diversas personalidades, uma que também se destaca é a filósofa e escritora Djamila Ribeiro. “Estou lendo um livro dela chamado ‘Quem tem medo do feminismo negro’ e é leitura obrigatória!”, conta. “Aprendi com ela que quando uma mulher se empodera, ela tem condições de empoderar outras", completa.

 

A dançarina se sente cada dia mais representada na mídia. Ela lembra o processo de transição capilar e de quando começou a aceitar seus traços. "Lembro que aos 13 anos, comecei a alisar o cabelo por achar que para ser aceita, precisava ter os cabelos lisos como os das mulheres que eu via na TV”, lamenta. “Mas hoje, ver cada vez mais mulheres negras sendo capa de revista, desfilando para grandes marcas, em posições de destaque e cada uma com seu estilo e personalidade, é muito inspirador”, comemora.

 

Nathália Zannin (Foto: Divulgação/ Paul Pex)

 

Ao assumir seus cachos em 2019, ela conta que recebeu um retorno muito positivo do público. “Chegaram várias mensagens de meninas que também estão se inspirando e parando de fazer alisamentos, aceitando que o cabelo ideal é aquele que te faz sentir poderosa. A transição capilar é um processo lento, mas aceitar e assumir suas raízes, no fim das contas, é libertador", diz.

 

Além de exaltar a sua ancestralidade, ela também enfatiza a força feminina que tem dentro de si. Trabalhadora desde cedo, teve que batalhar muito para conquistar o espaço que ocupa hoje. "Venho de uma família humilde, cresci na comunidade, então sempre tive uma força dentro de mim. Nada nunca foi fácil pra mim e sou muito grata a cada luta", pontua.

 

Nathália Zannin (Foto: Divulgação/ Paul Pex)

Fotos: Reprodução

 

Nathália indica que as mulheres negras sempre precisam provar para os outros sua capacidade. Mas, depois de descobrirem como são resistentes e fortes, não aceitam mais nenhum tipo de opressão. "Passamos por coisas muito difíceis que outras pessoas privilegiadas não passaram. Então, é normal ter alguns traumas e inseguranças, mas quando a gente descobre o poder que a gente têm, nos tornamos imbatíveis", acredita a dançarina, que não perde a esperança de um futuro melhor.

 

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“Vamos protagonizar pautas de grandeza, de conhecimento, de política, de ciência, de avanço, de institucionalidade, de saber e de razão. Viva a força e a beleza da pele negra! Viva Zumbi dos Palmares! Viva os povos de origem! Viva os quilombos e as terras quilombolas! Viva a cultura afro-brasileira! Viva o movimento negro", conclui.

 

Fonte: Quem

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