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01/11/2019

Belga entra no jiu-jitsu para vencer o bullying e hoje é atração de Grand Slam feminino no Rio

Foto: Reprodução / Facebook

Amal Amjahid, de 24 anos, é belga com ascendência marroquina

Amal Amjahid teve uma infância difícil em Berchem-Sainte-Agathe, na Bélgica, cidade localizada a sete quilômetros da capital Bruxelas. Era vítima de um bullying diário, com brincadeiras maldosas por conta do seu tamanho e cor de pele. Com 1,56m de altura e de ascendência marroquina, a menina era o principal alvo dos garotos e começou brigar nos intervalos das aulas para se defender. Aos 7 anos, a mãe a matriculou em uma escola de artes marciais, passou pelo karatê, judô, taekwondo e boxe, até descobrir o jiu-jitsu em um cartaz de propaganda.

 

Naquele momento, o futuro de Amal foi decidido e a paixão pela modalidade criada no Brasil a transformou em uma atleta profissional. Hoje, aos 24 anos, a jovem é uma das atrações do “Queen of Mats”, o primeiro Grand Slam internacional de jiu-jitsu no Brasil, que acontece de hoje até domingo, na Arena Carioca, na Barra da Tijuca. A entrada é gratuita. Amal é a única estrangeira no torneio, que terá ainda cinco brasileiras.

 

– Quando entrei no jiu-jitsu, gostei imediatamente. Era exatamente o que eu procurava: uma arte marcial na qual sou capaz de enfrentar os mais fortes, apesar do meu tamanho. Aprendi a me defender dos meninos e isso me deu confiança. Também fiquei mais calma e respeitosa na sala de aula – diz a atleta, que está pela segunda vez no Brasil.

 

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Amal Amjahid treina com o mesmo técnico desde criança e nunca fez camp fora da Bélgica

Foto: Reprodução / Facebook

 

Faixa-preta há um ano

 

Amal tem o mesmo técnico desde criança, Khalid Houry, que mais tarde se tornou seu padrasto. Enquanto a maioria das atletas faz camps pelo Brasil ou Estados Unidos, a jovem sempre manteve um caminho diferente e treina exclusivamente na Bélgica. Com capacidade e muita técnica, recebeu a faixa-preta de jiu-jitsu em junho de 2018.

 

No currículo, coleciona muitos títulos, como a medalha de ouro no Mundial de 2018 e prata em 2019. Só neste ano, são cinco pódios, com quatro pratas e um bronze. Um ouro justamente no Brasil, com a torcida contra e no berço do jiu-jitsu, daria um sabor a mais à conquista do primeiro lugar.

 

– É um privilégio estar entre essas grandes lutadoras. Eu gosto de lutar. Mas, para mim, não é o adversário que conta, mas o modo como ela se expressa na luta, me forçando a me superar e criando um desafio em mim. Quanto maior o nível do meu oponente, mais eu gosto da luta.

 

Amal Amjahid trocou a faixa marrom pela preta há pouco mais de um ano

Foto: Reprodução / facebook


Além de dedicar a vida ao esporte profissional, Amal faz mestrado em Engenharia e Ação Social. Também é responsável por uma associação que faz educação através do esporte, onde gosta de ajudar jovens e compartilhar seus conhecimentos. Apesar de nova, a belga tem firmeza em suas falas e credita tudo ao treinador/padrasto.

 

– Na minha vida, eu só tive um treinador (Khalid Houry). Ele ajudou a ser a pessoa que eu sou, tanto no nível esportivo, intelectual quanto no meu envolvimento social. Meu treinador sempre diz antes de eu lutar: estamos na terra para realizar grandes coisas. Dê o melhor de si, mais forte e não guarde nada para si – diz.

 

Mulheres lutam por espaço

 

No momento em que as mulheres lutam pela igualdade dentro do esporte, a quarta etapa do Abu Dhabi Grand Slam parece correr atrás do prejuízo. Na primeira vez que as meninas vão competir no Rio, o valor pago por atleta no "Queen of Mats" é o mesmo do King of Mats: US$ 1 mil por competidor(a), o equivalente R$ 4,025 mil. No entanto, serão apenas seis atletas no feminino, enquanto cada categoria masculina terá 12 lutadores, o que dobra o valor de premiação.

 

– Este é um grande passo em frente para o Jiu-jitsu feminino. Mas ainda não ganhamos a mesma quantia que os homens. No dia em que isso acontecer, poderemos dizer que há igualdade nos campeonatos – defende Amal.

 

Bianca Basílio é paulistana, tem 23 anos e é uma das cinco brasileiras no Grand Slam do Rio

Foto: Arquivo Pessoal


A brasileira Bianca Basilio nutre o mesmo pensamento que a belga. Antes de ser anunciado o torneio feminino no Grand Slam do Rio, a paulistana se preparava para fazer uma campanha que as mulheres. A luta ainda está no começo, já que o desejo é ver mais meninas competindo em outras categorias.

 

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Se nos treinamentos elas aprendem e trabalham como qualquer homem, na hora de competir a igualdade precisa ser a mesma. Basilio se preparava para criar um manifesto para requisitar uma categoria de mulheres, quando a organização divulgou o "Queen of Mats".

 

– As mulheres estão conquistando um espaço, sim. Mas treino igual aos meus parceiros, o dia inteiro, quatro ou cinco treinos por dia, por que não ter premiação a igual a deles? – diz Bianca.

 

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