Alexandre Ramagem disse na terça-feira que foi com o consentimento de Jair Bolsonaro que ele gravou a reunião, ocorrida em 2020, em que o ex-presidente discutia com o general Heleno e duas advogadas de Flávio Bolsonaro as investigações de “rachadinha” no gabinete do filho.

Bolsonaro até agora não confirmou nem desmentiu a afirmação do seu candidato a prefeito do Rio de Janeiro, embora se saiba que explodiu de raiva assim que soube da existência tal gravação.

Perguntado sobre o assunto, um aliado mais do que próximo de Bolsonaro responde apenas que "quem cala consente". O que leva à conclusão de que o mal estar se acomodou, embora não se saiba em que base ocorreu a negociação para que isso acontecesse. É um exemplo que Bolsonaro também sabe ser pragmático, embora cultive a fama de não sê-lo.

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Fica óbvio que Bolsonaro decidiu não esticar o assunto. Deve ter suas razões. Inclusive manteve a agenda política com Ramagem nesta quinta-feira no Rio de Janeiro como o previsto, além de ter gravado um vídeo de campanha com o ex-chefe da Abin.

Outro aliado do ex-presidente tenta livrar a barra do ex-chefe da Abin, dizendo que Ramagem talvez tenha gravado a reunião para que, se alguém vazasse o conteúdo do encontro, ele teria provas de que "ali não foi conversado nada demais".

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Uma justificativa que não altera o fato de que Ramagem não alertou o ex-chefe que o gravaria em pleno gabinete presidencial no Palácio do Planalto. Se tivesse avisado, Bolsonaro não teria passado as primeiras 24 horas pós-revelação do áudio absolutamente irritado — e surpreso — com Ramagem. 

Fonte: O Globo